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*** Os livros CHICKLIT… LITERATURA DE MULHERZINHA

Oi, Gente!!!

Para preparar o espírito para os próximos posts do LITERATURA DE MULHERZINHA, nada como leitura esclarecedora…

Espero que vcs gostem

Bjs

Beta

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fonte:
http://www.mol.org.br/noticias_home/index.cfm?not_home_cod=1416+

Lingua Portuguesa
“Literatura de mulherzinha” vira fenômeno editorial no país
*por Miriam Hespanhol

Ela tem 30 e poucos anos, trabalha, gosta de se divertir, está três ou quatro quilos acima do peso e vive em busca do homem ideal. Graças a essa mulher, normal por definição e que vive às voltas com suas fraquezas e carências cotidianas, o mercado das letras está investindo pesado na “literatura de mulherzinha”, estilo conhecido também como chicklit (literatura de meninas, em inglês), que foi relegado a prateleiras menos nobres e que atualmente é exposto com destaque nas melhores livrarias do Brasil e do exterior.
Desde o sucesso de “O diário de Bridget Jones”, o precursor do gênero, lançado em 1998 pela jornalista inglesa Helen Fielding (que já vendeu mais de 4 milhões de exemplares no mundo), mais de 30 títulos que abordam o universo balzaquiano invadiram as lojas brasileiras.
“O diário de Bridget Jones”, que chegou a virar filme, vendeu 100 mil exemplares por aqui. Número expressivo para um mercado em que as tiragens médias são de 3 mil exemplares. “Hoje acordei gorda”, da paulista Stella Florence, da Rocco, é outro exemplo de sucesso: vendeu 25 mil cópias e é o terceiro livro de chicklit mais vendido no país (o segundo é “Bridget Jones no limite da razão”, que contabiliza 50 mil unidades comercializadas).
Outro título que tem feito sucesso é “Almanaque 02 neurônio – Guia da mulher superior”. A segunda incursão literária das jornalistas Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso explora questões como a luta diária contra a balança, os relacionamentos complicados e o consumismo desenfreado.
A paulista Stella Florence, que há seis anos abandonou o emprego de secretária executiva para investir na carreira de escritora – e desde 1999 lançou três livros de chicklit – busca inspiração em conversas ouvidas em filas de banco e salas de espera de consultório.
As coincidências com a vida real não param por aí. A atriz Patrícia Travassos inspirou-se no próprio cotidiano para escrever “Esse sexo é feminino”, lançado pela Objetiva há um ano. Nele, a personagem Belinha se divide para dar atenção ao marido, aos filhos, à empregada e ao chefe – e ainda sente-se obrigada a estar sempre bonita.

http://claudia.abril.com.br/edicoes/530/aberto/atualidades_gente/conteudo_100284.shtml

A mulher de 30 e o amor. O que está acontecendo com as nossas Bridget Jones?

O número de mulheres sozinhas cresce na mesma medida que o mercado de livros para solteiras, centrados em heroínas aflitas à procura de um par. Para saber atéque ponto as leitoras desses romances se parecem com suas personagens favoritas, CLAUDIA saiu a campo em quatro capitais brasileiras. Conheça as irresistíveis balzaquianas pós-modernas

por Patrícia Zaidan ilustração Sandro Ricardo

O DIÁRIO DE BRIDGET JONES, de HELEN FIELDING, vendeu 107 mil exemplares no Brasil, onde a tiragem média de um livro é de 2 mil.Ao ser lançada,em 1998, a obra já dava mostras de que teria futuro: mulheres que chegam sozinhas aos 30 se sentem vingadas por aquela gordinha meio neurótica e engraçada que acaba se dando bem. De lá para cá, uma avalanche dos chamados capa cor-de-rosa – ou literatura de mulherzinha – invadiu as livrarias sob a forma de romances, contos, manuais de sobrevivência e derivados.O país não é um caso isolado. Sintoma da globalização, esses livros têm aceitação
frenética no mundo. As ucranianas lêem, as inglesas fazem fila no lançamento, as americanas adoram os picantes, as japonesas e as chinesas já entraram na onda, inspiradas nas balzaquianas pós-modernas que desceram do salto para correr atrás de um homem. A febre só não atingiu os países árabes, por razões óbvias- lá, ainda vigora a prática do casório por encomenda. “Entre as mulheres que constroem uma carreira e só aos 30 começam a se preocupar com o bemestar amoroso, a identificação é imediata”, afirma Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record, que publica BRIDGET JONES.
“Até então, os romances cheios de dores não refletiam o comportamento da mulher contemporânea”, diz. De olho nessa realidade, a Record colocou no mercado 55 títulos – entre eles, o bem vendido SEX AND THE CITY, de Candace Bushnell – e instigou a concorrência. No mês passado, foi lançado CASÓRIO?!, da irlandesa Marian Keyes, que, segundo a Bertrand Brasil, conquistou aqui 200 mil leitoras com MELANCIA, FÉRIAS e SUSHI. Outra linha, mais ousada, chega com A ENTREGA – MEMÓRIAS ERÓTICAS (ed. Objetiva), de Toni Bentley. Nesse caso, a crítica estrangeira achou o texto bem escrito. Rigor estético não é o forte da maioria dos títulos. Tanto que as intelectualizadas demoram a confessar que lêem. Também torcem o nariz porque quase todos apontam o casamento como o antídoto exclusivo para a solidão. Mas não negam: as heroínas são hilárias. As solteiras gostam disso. Mas quem são elas? Como vivem num país onde quatro em cada dez mulheres estão sozinhas? Olhando de perto, é possível entender a nossa Bridget Jones. Com o mesmo desembaraço com
que acelera o carro para curtir uma noite sem par, ela chora. Segundo Beatriz Kuhn, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, a principal queixa é que seus amores nunca dão certo. “Ela ica sozinha por mais tempo do que gostaria, e isso provoca muita aflição”, firma. “Aos 30, se vê como uma baleia encalhada, um Titanic. lha para as amigas casadas
acreditando que só ela sobrou sem marido.” reação imediata é sair disposta a udo para arrumar um. Aí mora o perigo: ela age com a praticidadede uem procura um emprego. “Ao ver um cara bacana, se aproxima para fechar negócio.” A determinação assusta. Os homens estão vivendo outra fase – a revolução masculina, que começou lentamente e com 20 anos de atraso em relação à feminina. Eles não estão maduros o suficiente para atender às expectativas delas”, explica
Beatriz. Há uma agravante: as altas exigências. Os clientes reclamam, no consultório, que, mal dão o telefone, são intimados a casar. Como as solteiras têm renda 10% maior que a média, se sofisticaram. Um homem confessou à psicanalista que, já no primeiro encontro, a moça agendou um fim de semana em Buenos Aires, outro em Ilhabela, depois em Búzios… Não por acaso, uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas-RJ detectou que, quanto maior é a conta bancária,
mais só fica a mulher. “A de 30 vive uma contradição. Ganha grana à beça, mas tem o desejo secreto de que o macho pague ojantar como prova de amor”, diz Beatriz. Para ela, as solteiras têm um pé no século 21 e outro nos anos 50. “Não
abrem mão dos avanços sexuais, mas sonham casar como a mãe delas.” Para abrandar a fervura, Beatriz sugere: “Respirem, a ansiedade atrapalha a percepção de que o grande encontro amoroso, hoje em dia, se dá entre 35 e 40 anos, depois que a mulher se realizou profissionalmente e o homem pôde amadurecer para alcançá-la”.
RETRATO DE SOLTEIRA

No Orkut, 27 comunidades levam o nome da personagem de Helen Fielding. Eu Amo Bridget Jones,da publicitária Andrea
Teixeira, reúne 1,9 mil membros.Veja as preferências desse time
. MÚSICA A musa é Madonna. Curtem eletrônico e furam a pista com hits trash, anos 70 e 80
. AUTORES Helen Fielding, Candace Bushnell, Gabriel García Márquez e Pablo Neruda
. CINEMA Comédias românticas com Meg Ryan. E ainda LEGALMENTE LOIRA e NOIVA EM FUGA
. TV FRIENDS, no Sony, SAIA JUSTA, no GNT,OS NORMAIS e SEX AND THE CITY para rever em DVD
. HUMOR Os sites O2 NEURÔNIO, BANHEIRO FEMININO e o blog MINI SAIA
. SÍMBOLOS SEXUAIS Brad Pitt,Keanu Reeves e os madurões Richard Gere e Harrison Ford
. PARA FAZERA CABEÇA Luiz Gasparetto, Contardo Calligaris e Paulo Coelho
. PERSONALIDADE DO MOMENTO O deputado verde Fernando Gabeira

http://www.pernambuco.com/diario/2004/04/28/vivermulher5_0.html+

Literatura de mulherzinha
Editoras criam boom de mulheres frustradas que viram best sellers

SÃO PAULO – Becky compra demais e está sempre endividada. Bridget vive de dieta e é desajeitada. Kate tem dois filhos e é culpada por dar pouca atenção a eles. Madalena só se envolve com homens que são uma roubada. Jane vive a paranóia de que os homens sempre vão querer trocá-la por outra.
Além de serem infelizes, essas mulheres têm em comum o fato de se tornarem best-sellers. São personagens principais, respectivamente, dos livros Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, de Sophie Kinsella, O Diário de Bridget Jones, de Helen Fielding, Como É que Ela Consegue, de Allison Pearson, e A Lei da Fazenda, de Laura Zigman.
Os livros fazem parte do que se convencionou chamar de chick lit (algo como literatura de gatinhas) na Europa e nos EUA, mas que no Brasil foi apelidada de literatura de mulherzinha. O “gênero” explodiu na cola do sucesso de Bridget Jones, que foi lançado no Brasil em 98 e já vendeu 100 mil exemplares.
Na Bienal deste ano, foram lançados vários livros do estilo, como A Imaginação Hiperativa de Olívia Joules, romance de Helen Fielding que abandona Bridget Jones, mas não a temática da mulher perturbada, Sei Lá, da portuguesa Margarida Rebelo Pinto, O Clã de Peter Pans, da espanhola Rosa Peña, e A Lei da Fazenda, de Laura Zigman.
O termo literatura de mulherzinha é muito apropriado, já que as personagens desses livros são mulherzinhas mesmo – no sentido pejorativo do termo. Elas ainda acreditam em príncipe encantado e não sabem cuidar de si mesmas. Só que vivem no século 21, moram em grandes capitais, usam roupas modernas e se deliciam com vinhos e capuccinos. Mas, no fundo, estão atrás de um marido que as salve. E conseguem. Outra característica desses livros é o final feliz, que, por meio de relacionamentos com homens com profissões respeitáveis, como arquitetos, advogados e diplomatas, sempre chega.
“Eu fiz um final feliz para o meu livro porque é disso que as pessoas gostam. No mundo da ficção as pessoas preferem acreditar que alguém pode salvá-las”, diz Margarida. “Nelson Motta diz que eu sou o Paulo Coelho lusitano”, afirma, com toda razão. Seus dois livros já venderam juntos 400 mil exemplares em Portugal. No Brasil, Lya Luft, atual fenômeno de vendas, vende perto de 100 mil.
A Bridget brasileira não foi encontrada. Mas entre os livros nesse estilo há uma espécie de farmácia de auto-ajuda (travestida de literatura) para moças com todos os males. O sucesso das garotas atormentadas é tamanho que existe até uma fatia de mercado dirigida a mulherzinhas teens. Para isso, a Rocco lançou uma coleção especial, a Rosa Choque. A Record também investe na faixa, com livros como O Diário de uma Princesa (que também virou filme) e O Garoto da Casa ao Lado, os dois de Meg Cabot.
A princesa que faz sucesso semelhante ao da balzaca Bridget é adolescente, mas também infeliz. A diferença é que, em vez de se achar gordinha, ela se acha magra e alta demais. Mas tudo se resolve na hora em que ela arruma um namorado. É, assim, uma espécie de formação para mulheres que sofrerão dos mesmos descompassos que as personagens que alimentam as vendas de chick lit quando chegarem à casa dos 30.

http://maeblogueira.blogspot.com/+

Livros de Mulherzinha

Eu odeio esse nome, essa tradução para o português da expressão “Chiklit”. Mulherzinha, pra mim, sempre foi um termo pejorativo, do tipo “aquela mulherzinha infame”. E acho que esse gênero de literatura, voltado para a realidade feminina atual, fica parecendo literatura de segunda classe quando é chamado de “livros de mulherzinha”, ou “literatura de mulherzinha”. Um horror, em resumo. Uma tradução melhorzinha poderia ser “livros de garotas” (chik = garotas, e não mulherzinhas…)
Mas o fato é que esse nome parece ter pego, então me sinto meio obrigada a usá-lo. Já li, e tenho lido regularmente, muitos livros dessa categoria. Alguns, mesmo curtindo, reconheço que são fracos, diversão meio descartável. Outros, no entanto, são realmente muito bons, daqueles que a gente gostaria de ter escrito. Não sei como, acabou caindo na minha mão uma crítica interessante sobre o gênero, que vou reproduzir aqui (um pedaço):
“Eu estava lendo o livro Quando em Roma de Gemma Townley e me chamou a atenção uma coisa: por que nesses livros de mulherzinha, as mulheres são sempre péssimas profissionais? Nesse caso, a personagem trabalha numa editora de livros de auditoria, não entende nada de nada, vive só lendo e-mails particulares, se atrasa na entrega de trabalhos, copia o trabalho dos outros e ainda faz tudo errado.
Em Bridget Jones, a mesma coisa: na editora ela era uma porta. Como jornalista, patética. E não fazia nada para melhorar, para parar de ser vista como uma idiota.
A Becky Bloom se saiu um pouco melhor. Como jornalista econômica ela copiava do releases, não entendia nada do que estava fazendo. Depois passou a aconselhar as pessoas sobre o seu dinheiro… uma completa fraude. Só se deu bem quando passou a ser consultora de compras.
No O Segredo de Emma Corrigan, o mesmo padrão se repete: a personagem, como assistente de marketing, só faz besteira. Mas como ela namora o chefe, quem se importa?
E o mais estranho é que em todos os casos, elas desvendam algum problema seja no trabalho delas ou dos namorados e salvam o dia! E desvendam só usando a intuição, nunca a inteligência… sempre tem outro personagem que com a ajuda delas, resolve as situações…
É no mínimo esquisita a mensagem que isso passa… no fundo essas personagens não querem ser produtivas, independentes… querem é arranjar um marido. No fundo, o trabalho é alguma coisa que elas fazem (mal e porcamente) até encontrarem seu príncipe. No fundo, essas mulheres não tem uma inteligêcia racional, são incapazes de pensar e entender coisas nem tão complexas assim, só utilizam a sensibilidade e a intuição. No fundo a emoção (o fato de estar a fim de algum cara) faz com que elas fiquem tão cegas que não consigam pensar em nada, nem em suas vidas, nem em suas carreiras, nem em sua satissfação pessoal.
Eu não acho que isso retrate a realidade.
Eu tenho vários livros desses, vivo emprestando para minhas amigas… são divertidos. Mas qualquer produto cultural retrata uma tendência da sociedade, retrata uma visão de mundo. Se vc quiser ficar só na diversão, ótimo. Mas se quiser ir um pouco mais fundo, pode encontrar algo para pensar… A maneira como as mulheres são retratadas nesses e outros livros dá até assunto para uma tese de mestrado…”
fonte:..::Faxina Mental::.. por Thaty Viana (arquivos 01.06.2005)

Eu já tinha pensado nisso quando li os primeiros livros do gênero. Concordo que, se ficar nessa fórmula, corre-se o risco de virar mais um estereótipo da mulher “moderna”: a garota desmiolada, que trabalha fora, mas na verdade é uma perdida incompetente que tem uns lances de sorte baseados na emoção e na intuição, conhece um bom partido, a versão moderna do “príncipe encantado” que se apaixona por ela nem sei como nem porque, e vive feliz para sempre. Estilo Cinderela reciclado. Não dá pra deixar de notar. Só que a minha conclusão acabou sendo um pouco diferente.
Acho que vivemos em um mundo que cobra da mulher que ela seja magra, elegante, linda, perfeita, inteligente, forte, trabalhadora competente, sexy, confiante…etc, etc… O modelo de perfeição é a top model, ou a jovem profissional de sucesso. Tá. E as milhares de mulheres que não são assim, com quem irão se identificar? Aquelas que trabalham, sim, mas não são nenhum sucesso retumbante, nem estão muito seguras de sua carreira? Ou as gordinhas? As inseguras? Aquelas que leem horóscopo de manhã, começam dieta toda segunda feira, curtem uma fofoca sobre gente famosa, é louca por compras… ou seja, a mulher comum!! É isso que o gênero tenta retratar: a mulher comum, seja ela a solteira insegura no amor e na profissão, ou bem-sucedida profissionalmente com suas inseguranças bem escondidas e dificuldades amorosas… a compradora compulsiva… a jovem mãe, abandonada… mulheres que sofrem baques, dão a volta por cima, muitas vezes de maneira bem pouco ortodoxa.
Posso citar vários exemplos desse mesmo gênero que apresentam a personagem principal (ou uma delas) com vida profissional bem sucedida: Sushi, Não Sei Como Ela Consegue, A Imaginação Hiperativa de Olivia Joules, Sex in the City…
Sabe qual é a grande sacada do gênero, que o diferencia de outros livros ao gosto feminino, de autoras como Nora Roberts, Barbara Delinsky? É exatamente retratar a mulher comum, com suas dificuldades e deficiências, todas aquelas características, muitas vezes hilárias, que muitas de nós também tem e acabam se reconhecendo ali… Nada da mulher maravilhosa, de beleza estonteante, temperamento forte e que vai lutar, feito heroína, contra as adversidades, enquanto conhece seu príncipe encantado … (nada contra isso também, veja bem: adoro romance água-com-açúcar desse estilão. Mas é bem pouco realista, né?)
Mas a tal chiklit atual tenta rir da realidade, escapar desse estereótipo de perfeição que escraviza a mulherada de hoje, e, assim, permitir que nós, mulheres normais e comuns, possamos nos identificar com as personagens dos livros. E aí, tem de tudo: a desmiolada que só enrola no emprego, a mulher abandonada assim que dá a luz na maternidade (Melancia), a dependente química (Férias), a profissional ultra-competente que passou boa parte da vida construindo um novo eu pra escapar da vida proletária da família (Sushi, Olivia Joules), a escritora de sucesso que se esconde atrás de pseudônimo porque tem vergonha do que escreveu (Marsha Mellow e eu)…
Bem, como eu tinha falado no post anterior, peguei ontem pra reler o livro “Não Sei Como Ela Consegue”. Esse livro é muuuuuito bom. Eu me identifiquei tanto com ele na primeira vez que li, que me fez até mal. Deu um baixo-astral desgraçado! Em determinadas partes, chorei pra valer, doeu o coração . A autora conseguiu expressar algumas coisas do dia-a-dia da mulher que leva uma vida ao estilo da minha, a “mãe na faixa dos 35 que trabalha fora e tenta equilibrar vida profissional-afetiva-maternidade” de uma maneira espetacular. É um daqueles livros que eu queria ter escrito… É claro que tenho que reconhecer que a minha situação, a situação das mulheres de classe média das grandes cidades no Brasil, tem algumas vantagens sobre a das inglesas : temos a possibilidade de contratar empregadas domésticas mais facilmente, por salários mais acessíveis. Temos, na maioria, um “exército” que nos dáretaguarda. Mas acho que eu também, pelo fato de ser profissional liberal, tenho as minhas vantagens. Enfrento menos machismo, menos cobrança externa… quando eu fazia meu mestrado, logo depois de ter tido os meninos, passei várias vezes por situações bem semelhantes ao retartado no livro. Os chefes, os superiores, e muitos dos colegas, esperam que sua vida se resuma ao trabalho, que toda a sua dedicação de corpo-e -alma seja pra lá. ninguém leva em conta que você tem vida pessoal, filhos, marido, casa, família… a ordem é NÃO ter vida pessoal, ou disfarçar bem se a tem. Bem, de fato, tirando uma diferença ou outra, está tudo lá: as inseguranças pessoais, ao lado da nossa segurança na própria competência no trabalho, a culpa eterna quando qualquer coisa dá errado, todas as questões que envolvem o cuidado com os filhos no dia-a-dia da mulher que trabalha (babá, escola, doença, etc…etc…). É pra ler e reler de tempos em tempos. Só que deixa um baixo-astral residual feroz. Então hoje mesmo vou começar alguma coisa mais light. Livro de Mulherzinha, claro…
Categories: blog, pessoal, livros

http://universodamulher.com.br/index.php?mod=mat&id_materia=1263

“Literatura de mulherzinha”, sim, e daí?
A hora e a vez da ‘literatura de mulherzinha’

Ela tem 30 e poucos anos, trabalha, gosta de se divertir, está três ou quatro quilos acima do peso e vive em busca do homem ideal. Graças a essa mulher, normal por definição e que vive às voltas com suas fraquezas e carências cotidianas, o mercado das letras está investindo pesado na “literatura de mulherzinha” – estilo que sempre foi relegado a prateleiras menos nobres e que atualmente é exposto com destaque nas melhores livrarias do Brasil e do exterior.
Desde o sucesso de “O diário de Bridget Jones”, o precursor do gênero, lançado em 1998 pela jornalista inglesa Helen Fielding (que já vendeu mais de 4 milhões de exemplares no mundo), mais de 30 títulos que abordam o universo balzaquiano invadiram as lojas brasileiras.
– Gosto desses livros porque são sobre o que falamos quando saímos com amigas: namorado, dinheiro e dieta. É muito engraçado e ao mesmo tempo um absurdo de tão ridículo – diverte-se a advogada Priscilla Petrucci.

‘O diário…’: 100 mil exemplares vendidos no país

Absurdo mesmo são os expressivos números que este braço da literatura pop – conhecido também como chicklit (literatura de meninas, em inglês) – já alcança. “O diário de Bridget Jones”, que chegou a virar filme, vendeu 100 mil exemplares por aqui. Nada mal para um mercado em que as tiragens médias são de 3 mil exemplares. “Hoje acordei gorda”, da paulista Stella Florence, da Rocco, é outro exemplo de sucesso: vendeu 25 mil cópias e é o terceiro livro de chicklit mais vendido no país (o segundo é “Bridget Jones no limite da razão”, que contabiliza 50 mil unidades comercializadas).
– Daqui a pouco vou precisar de uma estante só para esses livros, os Harry Potter de saias – diz o sócio da livraria Argumento Marcus Gasparian.
Bridget Jones fez mesmo escola por aqui. Um dos títulos que mais têm saído das prateleiras é o brasileiríssimo “Almanaque 02 neurônio – Guia da mulher superior”. A segunda incursão literária das jornalistas Jô Hallack, Nina Lemos e Raq Affonso explora questões como a luta diária contra a balança, os relacionamentos complicados e o consumismo desenfreado. Temas que atraíram a atriz Ingrid Guimarães, da peça “Cócegas”:
– O livro tem um humor ferino e é superinteligente.
A autora Jô Hallack surpreende-se com o sucesso da empreitada (6 mil exemplares vendidos desde março):
– Começamos escrevendo para os amigos, mas agora surgiu um público que consome esses livros.
A paulista Stella Florence, que há seis anos abandonou o emprego de secretária executiva para investir na carreira de escritora – e desde 1999 lançou três livros de chicklit – busca inspiração em conversas ouvidas em filas de banco e salas de espera de consultório. Aos 35 anos, com um quarto livro a ser lançado em agosto, ela diz que a “literatura de mulherzinha” mudou a sua vida: desde que se aventurou pelo estilo emagreceu 30 quilos, ganhou dinheiro, casou-se e teve uma filha.
Stella escreve para mulheres como a engenheira Fabiana de Carvalho, de 27 anos, que mora sozinha e ocupa cargo de chefia em uma multinacional mas admite que, quando o assunto chega ao campo amoroso, vira adolescente.
– Como Bridget Jones, já fui a uma festa com um short justo por baixo da saia para parecer mais magra – lembra.
As coincidências com a vida real não páram por aí. A atriz Patrícia Travassos inspirou-se no próprio cotidiano para escrever “Esse sexo é feminino”, lançado pela Objetiva há um ano. Nele, a personagem Belinha se divide para dar atenção
ao marido, aos filhos, à empregada e ao chefe – e ainda sente-se obrigada a estar sempre bonita.
– O livro é uma autobiografia de massas. Foi feito em cima de coisas que aconteceram comigo e com minhas amigas. As leitoras se sentem vingadas – resume a atriz, que acaba de ganhar a coluna feminina “Mil coisas” na revista mais “mulherzinha” do mercado, a Marie Claire.

Leitoras têm perfil parecido com o das personagens

O filão literário mulher-moderna-em-conflito conquistou as balzaquianas contemporâneas, cujo perfil lembra o das personagens. A economista Paula Soneghet, de 27 anos, que está em plena ascensão profissional mas passa noites em claro frustrada com a falta de um príncipe encantado, é uma delas.
– Cheguei a pensar que, se minha irmã mais nova se casasse antes de mim, me mataria – assume a moça.
Mas isso foi no passado. Ela agora tem um futuro marido e, nas últimas férias, foi a Paris comprar o tecido do vestido de noiva. Mais mulherzinha, impossível.

Autor : Adriana Castelo Branco
Créditos : Anna Beth
Fonte : O Globo

http://divirta-se.correioweb.com.br/livros.htm?codigo=606

Mulheres tendo um ataque de nervos

As mulheres do século XXI conquistaram postos de trabalho, independência, o mercado consumidor, a mídia, relacionamentos estáveis e modernos, tecnologias embelezadoras… E agora, o que elas querem? Se livrar de tudo isso, segundo os livros-de-cabeceira-das-mulheres-modernas.
Esses livros, que conquistam cada dia mais espaço e já viraram até filmes, como as aventuras da atrapalhada Bridget Jones, já narradas em O Diário de Bridget Jones e Bridget Jones: No Limite da Razão. As páginas, normalmente editadas em formato de diário, narram a vida de mulheres cosmopolitas, na casa dos 30, que teriam tudo para ser super bem-resolvidas – não fossem todas paranóicas. Ou confusas. Ou obcecadas com detalhes como a quantidade de segundos que passam sem sexo.
Becky Bloom, personagem principal de Delírios de Consumo de Becky Bloom e Delírios de Consumo na 5ª Avenida, ambos de Sophie Kinsella, é uma jornalista especializada no mercado financeiro que mantém sua vida pessoal no mais completo caos. Especialmente sua conta bancária e seu cartão de crédito, que inexplicavelmente vivem no vermelho. Isso porque Becky é uma consumidora compulsiva – além de meio avoadinha.
Sua contemporânea Bridget Jones, cria da best-seller Helen Fielding, também londrina e também jornalista (serão sintomas?)– não muito competente, mas muito criativa, é verdade –, vive oscilando de peso, bebe muito, fuma sem assumir e, depois de ser chutada de vários relacionamentos, encontra o homem que ama. Só que a balzaca estraga tudo ao confiar demais nos quase 50 (!) livros de auto-ajuda que tem em casa e no conselho das amigas mal-resolvidas que interpretam cada ação singela do pobre namorado (Mark Darcy) como um ato de machismo secular e que deve ser extirpado da sociedade.
Jones vive às voltas com milhões de dúvidas, inseguranças e com o botão da secretária eletrônica à espera de mensagens. Tudo que ela quer é decidir algo em sua vida e realmente fazer. Seu sonho é ter uma “epifania espiritual” e virar alguém mais zen. Só que sua mente vive em constante oscilação entre o fato de que sua “fase de procriação” está acabando e os homens são todos chauvinistas. Ou seja, se debatem nela duas gerações de mulheres: as que queriam casar e ter filhos, e as que querem liberdade e controle da relação.
Isso tudo ela conta em seu diário, além de aventuras dignas de Homero, como uma prisão na Tailândia, reportagens desastrosas que viram sucesso na TV (serão indícios da qualidade da programação exibida nas telinhas e do nível da audiência?), brigas e desencontros. De tão bobas, as trapalhadas de B.J. dão raiva no leitor que fica esperando que essa maluquete, que sonha com um casaco-preto-igual-a-todos-que-já-tem para a próxima estação, seja feliz.
Se parece espantoso que livros sobre mulheres amalucadas, verdadeiramente já enfrentando o ataque de nervos prenunciado por Almodóvar, sejam sucesso de vendas em todo o mundo, a explicação é simples. Nas capas cor-de-rosa com objetos caros às mulheres ecléticas – que trocaram o grupo casa-crianças-marido por trabalho-amigas-namorado-compras –, como telefone, relógio, maquiagem e sacolas, está reproduzido o microuniverso que faz parte do dia-a-dia de muita gente. Ou seja, é fácil se identificar, se sentir igual àquelas mulheres que levam foras, têm celulite, malham, ficam bêbadas, chegam atrasadas no trabalho e sofrem com o excesso de estímulos e a necessidade de escolhas reduzidas… mas que são felizes, a seu modo.
Tirinhas
Retratos fiéis das mulheres do século XXI estão em romances, mas não apenas neles. As tirinhas da cartunista argentina Maitena, por exemplo, criam arquétipos dessas mulheres pós-feministas.
Editadas em vários países da Europa e na América Latina, suas tiras mostram mulheres enlouquecidas com problemas, dúvidas, dívidas e homens. Sua primeira coletânea, Mulheres Alteradas 1, reúne os melhores (ou piores) momentos dessa geração, com pouco texto e muito bom-humor.
Karina Gomes Barbosa
Especial para o CorreioWeb

2 Comentários

  1. Leila Rego

    Olá, Beta. Me chamo Leila Rego e sou escritora. Acabo de publicar meu primeiro livro intitulado de Pobre Não Tem Sorte. Ele segue o estilo, que também adoro, chick lit.
    Gostaria de te pedir uma ajuda para divulgação do meu trabalho no seu blog/twitter. Seria incrível se me ajudasse!! [-:
    Desculpe escrever por aqui, é que não encontrei outro meio…
    Você encontra mais detalhes no seu site: http://www.leilarego.com.br
    Lá tem meu email, twitter, resumo do livro, etc…
    Adoraria receber um email seu!
    Bjs,
    Leila

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