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Cap. 238 – Lua Nova – Stephenie Meyer

Ciao!!!




This Romeo is bleeding/ But you can’t see his blood/ It’s nothing but some feelings/ That this old dog kicked up
Passada a crise de raiva narrada aqui e depois de muito esbravejar contra autores cara de pau que não encerram livros de forma decente para leitoras com grande dificuldade com abstrato e que detestam, detestam, detestam ficar curiosas como eu, exercitei a arte da paciência (e do “esfriamento” de neurônios irados) e só comecei a ler Lua Nova na segunda-feira à noite.
As recomendações: hn… Vamos primeiro ao resumo, né?

Lua Nova – Stephenie Meyer – Intrínseca
(New Moon – 2006)
personagem: Edward Cullen-Isabella “Bella” Swan e Jacob Blake

Em se tratando de Bella e da sorte às avessas dela, era óbvio que nada poderia dar certo por muito tempo… Ao ter provas de que colocava a amada em risco, Edward toma uma decisão dura: vai embora, a abandona para o próprio bem dela. No entanto, Bella não entende como ele pôde abrir mão do relacionamento deles e entra em depressão… Só começa a demonstrar sinais de vida quando Jacob passa a fazer parte da sua vida. A princípio, ela quer usar as habilidades dele para consertar uma moto e ensiná-la a pilotar. Mas ficam próximos ao ponto de quando a vida apronta outra surpresa para eles, Bella também é afetada e se vê em meio a uma guerra antiga e talvez sendo forçada a fazer uma escolha, que independente do resultado, será, de alguma forma, muito cruel.

I can’t sing a love song/ Like the way it’s meant to be/ Well I guess I’m not that good anymore/ But babe that’s just me

Comentários:

Você não vai gostar do livro!

Acho que foi o que mais ouvi. Talvez porque as pessoas saibam que eu gosto de livros ALEGRES e BEM HUMORADOS. E definitivamente Lua Nova não é um livro alegre, nem remotamente, nem com lampejos de alegria. Ixi, sejamos sinceras: FELICIDADE é um sentimento que passou longe daqui.

It’s been raining since you left me/ Now I’m drowning in the flood/ You see I’ve always been a fighter/ But without you I give up

Mas confesso que quase não gostei de Lua Nova. Pela dica do início, na conversa entre Edward e Bella sobre Romeu e Julieta. Acho que já comentei em algum lugar aqui, mas a história dos amantes de estrela desventurada de Verona é a que eu mais DETESTO de Shakespeare. Cá entre nós, dá pra levar a sério dois adolescentes que acham que se matar resolve o problema? Resolveu a guerra entre Montecchios e Capuletos, mas adiantou de quê? Romeu e Julieta estavam MORTOS e a menos que você acredite em céu ou em reencarnação o sacrifício deles não tem graça nenhuma. Sem contar que, que falta de confiança, ela finge que morre, ele acredita e se mata de verdade porque a carta salvadora não chegou a tempo (viva o Sedex 10!).

E Stephenie Meyer dá dicas no início de que Lua Nova será barra pesada mesmo – do tipo, recomenda tarja preta porque o fundo do poço sentimental ainda será pouco – ao citar outro clássico do amor desventurado: O morro dos ventos uivantes. Faz séculos que eu li o clássico de Emily Brontë, confesso que não lembro direito da história, que é muito intricada e detalhista, mas me recordo vivamente do sentimento que ficou: é uma forte história de amor desenfreado onde as escolhas equivocadas levam às consequências trágicas. Talvez eu releia agora, em um dia que eu estiver delirantemente feliz (sei lá, vai que o Botafogo e o Liverpool e a Fiorentina e a seleção da Espanha resolvem ganhar todos os títulos possíveis neste ano ao mesmo tempo? Ou o DW mostra o Luca Toni cumprindo a promessa louca que fez que se ganhar o título da Liga dos Campeões corre pelado por Marienplatz, uma das principais praças de Munique?) Para compensar tanta felicidade, é necessária uma dose cavalar de sacrifício). A autora também cita, em algum lugar, Orgulho e Preconceito, mas a história de antipatia-a-primeira-vista-que-vira-amor de Darcy e Lizzie não têm a menor chance contra a brigada clássica do sofrimento que ela escala ao longo do livro, até citando trechos.

If you told me to cry for you, I could/If you told me to die for you, I would/ Take a look at my face/ There’s no price I won’t pay/ To say these words to you

E sim. Edward é um idiota se pensa que ser mártir resolve todos os problemas dele; Bella, uma estúpida ao acreditar que usar Jacob para colocar a vida em risco o trará de volta e Jacob é de dar pena, você sabe que ele vai perder, vê que ele escolhe o caminho que vai perder e não consegue avisar para ele que não vai dar certo. Mas eu posso jogar pedras neles? Não. Porque, de certa maneira, já estive na situação de cada um.

What I’d give to run my fingers, through your hair/ To touch your lips, to hold you near/ When you say your prayers, try to understand/ I’ve made mistakes, I’m just a man

Já tomei a iniciativa de terminar um relacionamento (mas ao contrário dos motivos do livro, eu queria me salvar de coisas que me faziam muito mal) e acabei sendo obrigada a magoar para me fazer entender, o que não me isentou de sentir dor também. Ou seja, eu entendia Edward. Sabia o que ele queria. E também sabia que, de certo modo, não era deste jeito que iria funcionar. Quando a gente escolhe um objetivo na vida, existem vários caminhos, alguns fáceis, outros complicados, outros mais duros. Não precisamos endurecer ainda mais uma situação que por si só já é difícil…

Now your pictures that, you left behind/ Are just memories, of a different life/ Some that made us laugh/ / Some that made us cry/ One that made you, have to say good bye

Já estive também em períodos de tristeza profunda. Por me achar uma estranha do ninho (para quem não sabe, sou uma representante do complexo de patinho feio, amplamente discutido neste post). Por duvidar da minha capacidade. Por acreditar em opiniões alheias de que eu era menos do que pensava. Por isso, mereceria menos que todo o resto. Ou seja, de certa forma, eu também entendia Bella. Claro que, como toda legítima escorpiana, eu não tenho muito tempo, nem paciência para a autopiedade (agora é junto, né? Essa reforma deixou as coisas tão esquisitas) e para ficar lambendo feridas. A vida continua. E Bella, uma dica: se quiser ouvir a voz do grande amor, GRAVA, minha filha. Tem tecnologia sobrando pra isso: da fita cassete ao digital (não sei onde Forks se enquadra no processo). Sem contar que se ela tivesse seguido o ditado de vovó, “cabeça vazia oficina do capeta” e desse uma grande e enorme faxina no próprio quarto teria sofrido menos… E outra coisa: em nenhum momento, por mais profunda que seja a dor própria, isso autoriza alguém a tirar proveito dos sentimentos alheios – isso só complica a confusão.

When he holds you close/ When he pulls you near/ When he says the words/ You’ve been needing to hear/ I wish I was him, cause those words are mine/ To say to you till the end of time
E na maior parte da minha vida, eu amei sem ser amada. Eu era a segunda ou terceira opções favoritas dos outros. O estepe. Aquele que só entra, substitui em caso de emergência e, na maioria das vezes, é deixado de lado. Então, quando vi Jacob já sabia o carma que sobraria para ele. A opção de Bella para ajudá-la a se sentir mais perto de Edward. Acho que passei o livro inteiro torcendo pra ele cair fora disso, mudar para outra cidade, sei lá, na Sibéria, mas quanto mais eu torcia, mais ele se afundava na esperança do amor reserva se tornar o amor titular e principal (porque não será único, jamais)… Só Bella não enxerga o óbvio gritante, porque não está enxergando nada além da própria dor. Para piorar, ele tem que lidar com os próprios problemas e segredos familiares. E tudo nesta fase se amplifica, se torna algo extremo. Se tivesse escolhido cair fora, Jacob apenas teria menos problemas, mas eles continuariam existindo. O pior no caso dele, não é saber que é a segunda opção, é ter aquela esperança lá no fundo de que, quando fosse necessário, ele, não Edward, seria o preferido de Bella. Viu por que é de dar pena? E mesmo esperando o pelotão de fuzilamento, vou dizer: é por isso que gostei muito do Jacob. Já estive na situação dele e sei o quanto ele vai sofrer. Mas é escolha dele. Só me resta acompanhar o desenrolar de sua história dentro da série.

Well there ain’t no luck in this loaded dice/ But babe if you give me just one more try/ We can pack up our old dreams and our old lives/ We’ll find a place where the sun still shines

De resto, Alice continua mandando e desmandando na série. Tem horas que ela deveria ser a personagem principal, porque se ela não põe o povo para agir, o que já não é animador ficaria horrível. E a tragédia aconteceria.

Aprendi que quando viajar pra Florença não vou bancar turista desavisada na Toscana. (Ah, sim, queria que ir à Itália fosse tão fácil como parece aqui…) Quero encontrar italianos, não vampiros.

Ah, aqui aumentam as opções de criaturas estranhas e exóticas – além dos lobisomens, dá pra considerar Bella uma zumbi durante boa parte da trama.

E já que é para chutar o balde e confessar coisas bizarras, eu gosto de Jasper, mesmo ele sendo o mais incontrolável dos Cullen

Perguntar não ofende: alguém me explica como uma criatura que não pode ficar exposta ao sol porque brilha mais do que vaga-lume em blecaute vem investigar paradeiro de inimigos no RIO DE JANEIRO?

Exagerando o espírito de síntese: dá para considerar o Edward um idiota, a Bella uma estúpida e o Jacob um ótario. Mas ainda sim você se pega torcendo para que todos terminem bem (como for possível diante das circunstâncias). E o óbvio continua gritante: Edward ama Bella e Bella ama Edward. Pobre Jacob e ponto final.

And I will love you, babe, always/ And I’ll be there forever and a day, always/ I’ll be there till the stars don’t shine/ Till the heavens burst and the words don’t rhyme/ And I know when I die, you’ll be on my mind/ And I love you, always… / Always.
Para quem, como eu, não viu o filme Crepúsculo, a boa notícia é que o DVD chegou às locadoras no dia 8. (Pelo menos essa era a previsão).

E para quem não reconheceu, a letra em itálico é da música Always, do Bon Jovi. Foi tema da novela global Quatro por quatro – de 1994 – e eu a ouvi acidentalmente pouco depois de terminar o livro (minha irmã ressuscitou o CD Crossroads, uma das coletâneas). E se você reparou nos trechos usados aqui (quase a música completa, apesar de fora de ordem, excetuando as reprises do refrão), percebeu que ela se encaixa perfeitamente à trama, com trechos para cada um dos protagonistas. Brega ou não, eu a colocaria na trilha sonora do filme XD

Bacci!

Beta

ps.: Não perguntem quando a resenha de Eclipse vai aparecer aqui. O meu bloqueio criativo está ioiô – indo e vindo, por mais que eu tente me livrar dele. XD

6 Comentários

  1. Lidy

    “Talvez eu releia agora, em um dia que eu estiver delirantemente feliz (sei lá, vai que o Botafogo e o Liverpool e a Fiorentina e a seleção da Espanha resolvem ganhar todos os títulos possíveis neste ano ao mesmo tempo? Ou o DW mostra o Luca Toni cumprindo a promessa louca que fez que se ganhar o título da Liga dos Campeões corre pelado por Marienplatz, uma das principais praças de Munique?)”
    Luuuuuuuuuuuca… uau!
    Ahn, qual era mesmo o assunto? Ah, tá, “Lua Nova”…

    “Viu por que é de dar pena? E mesmo esperando o pelotão de fuzilamento, vou dizer: é por isso que gostei muito do Jacob”
    Bem-vinda ao clube! Também gosto muito dele, apesar de, às vezes, querer dar umas bifas de carinho, para ver se ele acorda…

    “Quero encontrar italianos, não vampiros”
    Eu quero um homem. E se for italiano ou vampiro, que seja. rs

    “Ah, aqui aumentam as opções de criaturas estranhas e exóticas – além dos lobisomens, dá pra considerar Bella uma zumbi durante boa parte da trama.”
    Lá se foi a seriedade da coisa… aliás, lembra que Bella, Mike e Jacob foram assistir a um filme de terror de, err, zumbis?

    “E já que é para chutar o balde e confessar coisas bizarras, eu gosto de Jasper, mesmo ele sendo o mais incontrolável dos Cullen”
    E eu que gosto da Rosalie?

    “Perguntar não ofende: alguém me explica como uma criatura que não pode ficar exposta ao sol porque brilha mais do que vagalume em blecaute vem investigar paradeiro de inimigos no RIO DE JANEIRO?”
    CARNAVAL.

    “Exagerando o espírito de síntese: dá para considerar o Edward um idiota, a Bella uma estúpida e o Jacob um ótario”
    Todo mundo passa por pelo menos uma dessas três fases, cedo ou tarde. Então, tá todo mundo perdido mesmo…

    “Para quem, como eu, não viu o filme Crepúsculo, a boa notícia é que o DVD chegou às locadoras no dia 8”
    Err… passa.

    “E para quem não reconheceu, a letra em itálico é da música Always, do Bon Jovi”
    EU SABIA! Bem que eu li o dito ouvindo essa música. Que horror, gente!

    Beta, foi difícil, mas depois de ler “Luca” e “Liverpool” na mesma frase, fiquei meio boba – eu já era assim, agora a outra metade se contaminou – e a culpa é sua! Quem mandou me enviar aquelas fotos maravilhosas? Mas só porque eu não sou espírito-de-porco vou incentivar a sua pessoa a mandar mais. =D

    Ah, adorei a resenha! Me senti dessa forma depois que li, mas só que fiquei ligeiramente mais revoltada. Não se preocupe com “Eclipse”, a leitura dele pode ter sido difícil, mas nada vai ser pior que “Amanhecer” – só duas maratonas seguidas com Alex Terzakis e “Um Soberano Poderoso”, da Nikki Donovan. E talvez, apenas talvez, intercalando “Avassalador” (que você odeia), “Entregando o Coração” (idem) e “Amelia”, da tia Diana Palmer. Mas isso é só minha opinião, você pode ler e gostar – e eu juro que vou mandar o Batman atrás de você pra poder trancá-la no Arkham se tal loucura acontecer.

  2. Lidy

    … só lembrando que fiquei revoltada ao ler o livro. Em relação a sua resenha, a única coisa que me deixa mais irada que touro bravo em frente a pano vermelho, é o fato de esse bloqueio criativo atrapalhar o blog… e eu.

  3. Bia

    Olá!!
    Juro que li com paciência seu post inteiro e vibrava cada vez que vc falava mal de Bella ou de Edward.
    Sei que posso estar sendo jurada de morte nesse momento por milhares de adolescentes fanáticas, mas eu li Crepúsculo muito antes dessa febre toda que ele criou e sinceramente achei o livro – fraquinho.
    Não chega a ser ruim porque a autora escreve bem e a leitura é fácil, mas quando li a sinopse, fiquei esperando mais.
    Bem, nem tentei ler Lua Nova e muito menos suas continuações. Acho que tudo que é demais enjoa.

    E eu adoro seus posts, são muito divertidos sempre!!

    Bjs

  4. Stefania

    Betaaaa!!! tudo bem?

    Realmente, Lua Nova é triste, deprimente. Para mim, ainda foi positivo o resultado… poderia ter sido mais positivo… rsrs mas enfim.. faz parte!

    Agooooraaaa.. se vc achou tudo isso do Lua Nova… prepare-se bem, mas muito bem para o proximo! kkkkkkkkkkkkk

    beijão queridaaaa
    saudades!!!

  5. Fabi Lameirinha

    Beta, sou apaixonada pelo Edward, mas adoro o Jacob. E entendo muito bem o dilema da Bella, apesar de não concordar em que ela use o Jacob para se apoiar (seu sol particular, como ela mesma diz no livro), enquanto Edward está ausente.
    Como fã do livro, espero que ele seja fielmente seguido na adptação cinematográfica, isto é, pouco Edward e muito Jacob!!! É a essência de Lua Nova a ausência do Edward, e isso não pode ser mudado.
    Adorei a resenha, vou aproveitar o feriadão e assistir Crepúsculo pela 15ª vez…

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