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Cap. 250 – Mel do Pecado – Barbara Leigh

Ciao!!!



Esse é um dos posts que eu jurava, do fundo do meu coração, que já tinha feito há séculos. Porque cansei de conversar sobre esta história com a Thalita (SUMIDA, TENHO QUE MANDAR SEU LIVRO DE VOLTA!) e com a Stefania.

Até algumas semanas atrás, quando a Lidy chamou a atenção para o livro, eu fui pesquisar e fiquei com cara de tacho olhando para os posts e pensando “uaaaaaaaaaaai”.

Em minha defesa, devo dizer que eu tinha um lindo arquivo no computador velho que está cruelmente preso num CD de backup que nada o abre (e olha que várias pessoas já tentaram affe).

Portanto, eis aqui a resenha que eu achei que tinha feito e não fiz (provavelmente, preciso aumentar a quantidade de fósforo na minha dieta).

Mel do Pecado – Barbara Leigh – Clássicos da Literatura Romântica
(To touch the sun – 1991 – Harlequin)
personagens: Druanna “Drue” Duxton e Patrick Connaught

Inglaterra, século XIV. Ambiente instável, ingleses e escoceses se matam em lutas sem fim, comandados por governantes poderosos que disputavam poder às custas das vidas dos outros. E o grande guerreiro paladino da Escócia e da Irlanda, Patrick Connaught, foi capturado por um rapaz imberbe a quem ele cometeu o erro de subestimar. O problema era que havia algo entre eles, mais que a hostilidade e o sentimento de vingança, algo que os amedrontavam e que deveria ser evitado por ser pecaminoso – mais que a justiça dos homens, eles temiam a condenação da alma ao inferno. Afinal, um cavaleiro não poderia se apaixonar por outro. Mas quando os papéis se invertem – e o captor se torna cativo – será difícil para Connaught evitar a imoralidade e Drue abrir mão de seu segredo por amor.

Comentários:

– Sou suspeita para falar, afinal de contas, sou viúva confessa dos bons tempos da parceria NC-Harlequin. E este livro é um exemplo dos motivos da minha nostalgia: histórias bem planejadas, com forte base histórica e personagens que tinham mais o que fazer e o que dizer além de caírem na cama, no mato, na terra bla bla bla.

– Este livro é inesquecível porque é diferente de todos os outros e toca de uma forma interessante em um tema que é tabu até hoje: o amor por uma pessoa do mesmo sexo. Afinal de contas, Patrick passa boa parte do livro acreditando que tinha desejo, paixão e amor por outro homem. Um cavaleiro igual a ele. Isso seria imoral. Se os dois fossem descobertos perderiam o respeito dos outros, da família e tudo que conquistaram.

– Uma guerra sempre traz consequências drásticas. A introdução mostra isso, a perda da inocência das crianças, especialmente Druanna, que assistiu a algumas das barbaridades que os invasores do castelo enquanto estava protegida com o irmão doente. E, em seguida, a decisão do pai viúvo de levar os dois filhos com ele para as batalhas e disfarçar a menina como menino, como forma de protegê-la.

– Quando ele tenta transformar Drue em uma “dama”, já está tarde. Ela é um cavaleiro, se sente um cavaleiro e o fato de ser mulher não a fará querer ser como as outras – conformada com a vida no castelo, a restrição dos muros e da proteção dos homens. Ela tem liberdade, ela pode lutar pelo que quer com as próprias mãos.

– E o livro também toca em outro ponto delicado – você abriria mão de ser quem é para agradar quem te ama?

– Drue teve que ser muito corajosa para revelar o segredo da sua vida, correndo risco de ser rejeitada ou punida (as mulheres não podiam ir para o campo de batalha imagina ser cavaleiro!) e, depois de algum sofrimento, ter que bater pé para ser aceita como ela é. *O destino que ela dá ao vestido que Patrick queria obrigá-la a usar foi genial!!!*

– E Patrick não foi nada gentil na crise de ciúme da cunhada de Drue. Só mesmo um irlandês resolve ter uma interminável crise de risos em um momento cruel, perigoso e delicado como aquele. Irmãos quase se matando, mas tudo bem, o que vale é a diversão.

– Não deixa de ser engraçado como ao ler a mesma história em diferentes estágios da sua vida, ela tem diferente sabor. Quando era uma adolescente avoada não entendi esse livro como agora – naquela época era apenas um livro de uma heroína “esquisita” que amava um homem e eles tinham um final pouco ortodoxo.

– Agora entendo como a luta de uma pessoa pela afirmação de sua identidade: sou quem sou e nada muda isso, mas o amor pode me aperfeiçoar se você me amar pelo que sou não por quem você quer que eu seja. Difícil, né? E na situação apresentada no livro ainda mais improvável. Talvez, por isso, essa história esteja entre as favoritas de tantas leitoras.

Arrivederci!!!

Beta

16 Comentários

  1. Lidy

    Só perguntei porque esse é um dos que quero ler, mas não tenho coragem.

    Agora, claro que ele foi pro topo da lista de espera…

    "- E Patrick não foi nada gentil na crise de ciúme da cunhada de Drue. Só mesmo um irlandês resolve ter uma interminável crise de risos em um momento cruel, perigoso e delicado como aquele."
    Ele é irlandês ou escocês? lol

  2. Beta

    Patrick é um irlandês que luta pela Escócia contra os ingleses. XD
    Pode ler com calma. É uma história que eu gosto e como contei, a experiência de vida me fez reavaliar o texto sob outro ângulo:)

  3. Lidy

    "Patrick é um irlandês que luta pela Escócia contra os ingleses"
    Tá explicado porque o rapaz parece tão sensível às discussões familiares…

    Eu vou ler, sim. xD

  4. [email protected]

    Olá eu amo esse livro é um daqueles que volta e meia releio e sempre encontro novas nuances .
    Beta eu também já havia resenhado esse livro no meu Blog e tenho uma teoria meio maluca ..que a autora se inspirou no nosso Grande Sertões Veredas do Guimarães Rosa.
    Achei as os livros bem parecidos .
    bjs adorei as mudanças no Blog .
    Bjs

  5. Stefania

    Oiê Betaaaa!!
    Finalmente MEL DO PECADO!
    Nossa.. um livro q divide opiniões, mas q não se devedeixar de ler, afinal, cada um tem uma postura sobre ele!

    Eu particularmente adorei quando o mocinho fica confuso com seus sentimentos e mesmo acreditando que Drue é homem resolver ter um relacionamento com ela! Nossa, muito lindo isso… logo ele com fama de "adorado pelas mulheres" hehehe, realmente vale a pena, lindo demais!!!!

    e como sempre, otimo seu texto Beta!!!

    Beijão

    Stefania

  6. Beta

    Oieeeeeeeee, Ste!!!

    Finalmente mesmo porque eu tinha certeza de que esse livro já estava aqui!!!!
    E eu gostei de relê-lo agora, percebi que mudei muito minha opinião, apesar de saber que, dependendo do leitor, ele não é uma leitura confortável…

    Agora só falta a Tha sair da toca pra comentar o xodó dela^^

    Bacci!!!

  7. Monique

    Ai, sem dúvida esse é um dos meus livros favoritos! Fazia tempo que não me divertia tanto enquanto lia uma história!
    Grande review!
    Muito obrigada!

  8. Luna

    Fiquei curiosa e espero gostar dessa história. Mas há tipos de livros que não gosto quando leio. Por exemplo, não gosto de livros com histórias homossexuais. Não sou nada preconceituosa, graças a Deus. Até tenho amigos que são homossexuais e me dou super bem com eles. Não fico com vergonha de estar perto deles nem nada. O problema é que simplesmente não gosto de ler histórias assim.
    Sei que MEL DO PECADO não é uma história homossexual, mas a Beta deixou claro que, dependendo do leitor, não é uma leitura confortável. Bem, vou ler para descobrir o motivo.

  9. Unknown

    Esse é um livro intoxicante, divertido e muito romântico (isso mesmo ro-mân-ti-co), bem diferente dessas porcairadas que infestam as bancas ultimamente. Não sei que escreveu primeiro, mas essa história tem tudo a ver com GRANDE SERTÕES VEREDAS, do maravilhoso Guimarães Rosa,livro e tem a minissérie exibida pela Globo,1985. Os personagens Teobaldo (Tony Ramos) e Diadorim (Bruna Lombardi) são idênticos. No livro de Rosa eles se conhecem desde meninos. Não tem como não chorar um rio de lágrimas quando finalmente Teobaldo descobre que seu valente amigo era na verdade "amiga", era tarde demais… lindo, lindo!!

  10. Unknown

    Amo esse livro, ele já estava todo rasgadinho e colei tudo com durex e está novinho em folha.
    Para mim realmente, o grande personagem foi a Drue que lutou muito para conseguir a aceitação de sua personalidade e o respeito do seu amor.
    Para mim, a passagem mais linda é quando após já estarem há algum tempo juntos, Patrick EXIGE que Drue seja uma mulher aos olhos públicos para que ele possa assumi-la diante da sociedade.
    Ele era viúvo, de um casamento arranjado e a falecida (Enid) era tudo que as pessoas aceitavam e admiravam.
    Eles se enfrentaram em uma luta de espadas, em que ambos não se entregavam à derrota, e Patrick implora a Drue que ela se renda pois ele a ama.
    E ela pergunda: "E Enid, você amava também? Sentia saudades dela? Tinha prazer com o corpo dela? Acaso respeitava as opiniões de Enid? Gostava de ouvi-la falar? Responda! E ele desesperado responde: Não para todas as perguntas. E ela pergunta novamente: Então, em nome de tudo que é mais sagrado, como ousa me pedir que eu tome o lugar dela?"
    Nesse momento, Patrick cai em si e finalmente se convence que não poderia pedir a Drue que mude, pois era assim, daquele seu jeito que ele se apaixonara por ela.
    Adoooreeei Drue!

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