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Cap. 405 – Dois Estranhos – Sandra Brown

Confesso: escolhi o livro pela autora. Gostei de outras histórias que li dela. E tive todo tipo de sentimento pela saga de Rusty e Cooper. Se vocês tiverem um tempinho, vou explicar quais e os motivos.

Dois Estranhos – Sandra Brown – Rainhas do Romance
(Two Alone – 1987 – Silhouette Intimates Moments)
Personagens: Rusty Carlson e Cooper Landry

Uma tragédia: eles tinham sido os únicos sobreviventes de um acidente com um jato de passageiros. Agora estavam isolados em um ponto do Canadá, feridos e precisavam ficar vivos até o resgate chegar. Só que a antipatia gratuita de Cooper por Rusty não facilitava as coisas e teriam que aprender a se respeitar para conviver forçadamente. Entre as farpas trocadas por eles, as dificuldades e os perigos, surge uma forte atração – como se Rusty e Cooper precisassem de mais uma complicação.

Comentários:

– Vamos lá: sofri muito lendo este livro. Motivo número 1: eu tenho PAVOR de viajar de avião (quem leu os posts do ano retrasado sobre a viagem à Curitiba percebeu isso). Não consegui ver Lost até o fim pela constante – e necessária – referência ao acidente. Então, um livro que começa com a sobrevivente de um acidente acordando e cercada de mortos e destruição não é algo que me faça sentir bem. E devo dar os méritos à escritora, porque maior que a minha fobia, foi a capacidade de Sandra Brown em criar um quadro tão real que pude vê-lo na minha frente.

– Motivo número 2: sofro com histórias de sobreviventes em condições extremas. Motivo óbvio: total empatia, me coloco no lugar da pessoa. Então nem preciso dizer que a cada página que eu virava no livro, tudo que eu queria era saber se o resgate estava chegando. E obviamente demora, afinal de contas, o livro não chama “Two Alone” à toa – qual a graça de resolver a trama principal em meia dúzia de páginas. Sim, é o “efeito colateral’ de ler um livro bem escrito – eita agonia longa, porque a jornada dos personagens não foi resolvida num passe de mágica.

– Cooper Landry irrita. Irrita muito. Típico mocinho década de 80 – ainda com os resquícios da mentalidade vigente machista sobre as mulheres independentes. Um festival de conclusões – e em todas, ele acredita que ela está errada, é leviana, é fútil. Desconsidera várias possibilidades de histórias para se fechar em um preconceito de que ela não valia a pena. Confesso que queria dar uns pontapés nele, para ver se deixava de ser besta e fiquei me perguntando como uma pessoa racional e sensata poderia gostar daquela criatura. No entanto, Rusty tem um histórico de querer existir, de querer ser notada como ser humano (mal familiar, menino vale a pena, menina não serve para nada). No entanto, há química entre os dois – como nas melhores histórias de antipatia à primeira vista, amor em seguida… Para que eles se apaixonem e tenham que lidar com as conseqüências – porque o mundo real irá alcançá-los, eles terão que saber mesmo o que querem e lutar por isso.

– Sandra Brown deve adorar um homem de bigode. É o segundo herói dela com este visual – pelo menos, nos livros que eu leio (o outro foi Cartas de Amor). E vale visitar o site oficial dela.

Bacci!!!

Beta

4 Comentários

  1. Andrea Jaguaribe

    Oi, Beta!

    Infelizmente não compartilho de sua opinião e, tenho certeza, de um monte de gente, porque simplesmente detestei o livro.

    O mocinho é um ogro bigodudo, mal tive paciência de chegar ao final e nem me lembrando que a sociedade era assim nos anos 80 deu prá levar…

    Tudo bem que o mocinho sofreu e tem razões para ser do jeito que é, mas o machismo exagerado e a conduta da mocinha, que de mulher independente virou submissa não desceu.

    Acho que tenho problemas com a Sandra Brown…

    Beijos!

  2. Sil de Polaris

    Coitadinha de Beta ! ^^ Eu não massacrarei sua sugestão mas não lerei também porque não sinto interesse por romance algum que seja de século XX em diante. Julgo nossa época muito sem charme !

    Não tenho nada contra bigode, porém desde que seja muito bem cuidado para não parecer uma taturana peluda debaixo de um nariz masculino, escondendo metade de seu rosto desse jeito.

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