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Cap. 421 – A Pílula do Amor: um romance sem contraindicações – Drica Pinotti

Vamos ao quase bla bla bla de sempre: quando o livro foi lançado, vi alguma coisa sobre ele. Mas na época estava enrolada com outras leituras (algumas obrigatórias e outras não). Pois bem, graças aos maravilhosos cartões de presente de aniversário (que eu demorei pra trocar), ele veio parar aqui em casa. E aí, (demorei pra ler) e bem…

A Pílula do Amor: um romance sem contraindicações – Drica Pinotti
(2010 – Editora Prumo)
Personagens: Amanda Loeb, sua hipocondria e conhecidos

Amanda tinha certeza de que ia morrer, afinal de contas, era uma pessoa muito doente – no ponto de vista DELA. Porque o resto do mundo ficava meio abismado, estarrecido, chocado com a hipocondria dela, que a levava a fazer as maiores loucuras monetárias e comportamentais, sem contar a inacreditável capacidade de parecer insana aos olhos de sua família e alguns amigos… Nesta vida de médico em médico, doença em doença, trabalhando como advogada para uma ONG Ambiental, perseguida pelo pitbull do vizinho, se metendo em algumas furadas, não é que Amanda – saudável ou à beira da morte – ainda queria encontrar um namorado? E a busca pode se revelar uma jornada bem interessante para que Amanda ache o caminho da cura para tudo – ou quase – na sua vida…

Comentários:

– Momento flashback – conversa entre médico plantonista e paciente, em algum momento do primeiro semestre, 2010:

– O que a está incomodando?
– Estou com uma dor aqui (aponta o lado esquerdo da barriga). Parece que tem alguém me dando agulhadas. Ficou parando e voltando esse tempo todo.
– Que horas começou?
– Pouco antes do fim do expediente. Imagino que tenha sido por volta de 13h. Nunca tive antes. Não pode ser apendicite, porque o apêndice é do outro lado. Também não pode ser estômago, porque é mais embaixo. Eu imagino, doutor, que seja algo nos rins, o que é estranho, porque não há histórico de problema renal na minha família. Sei de amigos que já tiveram pedra nos rins e eles me contaram como é horrível.
– Você teve febre?
– Não.
– Só a dor?
– Sim. Dor chata.
Bateria de exames de sangue e raio X. (Enquanto aguardava o retorno ao consultório, abriu os envelopes e avaliou. Viu que não havia nada de mais, exceto pelo número de leucócitos muito altos – e lamentou ter esquecido qual era a função deles decorada para as provas de Biologia *A única coisa que lembrava é de que a mitocôndria é responsável pela respiração celular e sabe-se Deus qual utilidade isso terá para a sua vida: por que há de ter alguma, né?* – e desistiu de entender o raio X porque não conseguia achar nenhum órgão ali. E sem ajuda: os parentes que a acompanhavam perguntaram porque tinha engolido um morcego…) Por isso, o veredito precisou, obviamente, da análise do plantonista:
– Não há nada visível nos seus rins, mas pela descrição de sintomas deve ser uma pedra minúscula. Vou receitar um remédio. Pode ser o Buscopan composto.
– Não.
– O quê?
– Não posso tomar buscopan porque tem dipirona. Eu não posso tomar dipirona porque tenho pressão baixa. Descobri isso desmaiando em um jogo de futebol e terminando com cinco pontos na cabeça.
– Ah, então, vou te receitar outra coisa.
– Obrigada.
(Dia seguinte, consultório do médico de confiança)
Após contar a mesma história e comentar que o remédio receitado tinha amenizado as dores-agulhadas, entregar o exame de sangue para análise e ouvir o simples veredito:
– Não é pedra. É infecção. Bastava ver o número de leucócitos, muito alto, significa que eles estão combatendo alguma coisa errada no seu corpo. Mantenha o antibiótico e tome muita água. Refrigerante não conta. Tem que ser água ou suco.

Fim do flashback. Isso aconteceu comigo neste ano. E não, não engoli nenhum morcego. Eu e minha família não temos habilidade de leitura de raio-X ou ultrassons.

– Será que deu pra entender porque um livro sobre uma advogada nova-iorquina, que só consegue se relacionar com o mundo através da sua hipocondria, de tal forma que é o filtro pelo qual passa sua vida. A certeza de que o mundo está errado e ela certa. A falta de paciência dos parentes com os ataques infundados de doenças mortais. A inacreditável capacidade de transformar qualquer pequena ocorrência em algo fatal. A vontade de arrumar um namorado médico, porque só um legítimo profissional da saúde poderia entendê-la. Por isso, um ataque de um cachorro pitbull poderia ter mudado sua vida, se ela realmente tivesse antenada no mundo, não em vê-lo através das doenças que pesquisava na internet ou nos livros. Mas Amanda é boa pessoa, se preocupa com a amiga Lauren, foi um conforto (à maneira dela) para Elizabeth durante um momento delicado. No fim, tudo se resumiria a como encontrar maneiras para lidar com o mundo – não me atrevo a criticar Amanda, porque isso depende de cada pessoa…

– E sobre Brian, o vizinho bonitão dono do pitbull, confesso que gostei muito dele. E me fez perguntar por que, nestes livros, quanto mais insana é a protagonista, mais legal é o pretendente. Por exemplo, vai dizer que você nunca se perguntou o que um advogado como Mark Darcy viu na Bridget Jones? Ou por que o Luke, homem sério e sensato, se apaixonou pela Becky Bloom? Eu já. Várias vezes. E pela descrição do Brian, ele entra na categoria do “voy a hacerte cosas malas, nene, y te van a gustar…” – um perfil que anda me interessando bastante ultimamente, para estudos identiários sociológicos comportamentais, óbvio 😉

– O site da autora Drica Pinotti parece ser muito legal. Não consegui visitar com calma, porque meu computador estava numa onda de pirraça antipática.

Bacci!!!

Beta

Ps.: 1:  Não havia me mancado que programei esta resenha para o Dia da Saúde e o Dia do Jornalista, ambos comemorados hoje XD

Ps.2: AH! Se serve como dica, não leia este livro comendo ou bebendo nada, ou provavelmente você, hipocondríaca ou não, podem precisar procurar o médico.

Ps. 3: Eu fui atacada por um cachorro pastor alemão quando tinha 4 anos de idade. Por isso, a cena do ataque não foi tão divertida para mim quanto é para uma pessoa normal.

6 Comentários

  1. Carla Blackhawk

    Eu ia ler alguma coisa dessa autora, mas depois que vi algumas coisas no Twitter dela com algumas amigas, desisti. Sinceramente, existe bullyng virtual? Pois é. Bjs.

  2. Ly Cintra

    OMG! Quanta informação… Vamos por parte.

    Livro interessante, pelo que entendi a leitura não é tão leve. Posso intercalar com um Baby on Board 😛

    Beta, concordo com a sua constatação! Quando mais louca a mocinha, o mocinho se torna mais centrado. E acho que deve funcionar assim, dois loucos ou dois sérios não ía rolar bem kkkkkkkkkkkkkk' É sempre bom balancear!

    Feliz Dia do Jornalista (atrasado :$) E eu entendo bem a cena de pânico ao ser atacada por um cão, me ocorreu aos 3 anos >.<
    Ahhhh também não posso tomar dipirona, sou alérgica 😐

    :*

  3. Bruna Britti

    Concordo com a Carla, eu estava curiosa com esse livro de tanto que falavam dele, estava quase comprando… aí rolou o bullying que ela fez com uma leitora, achei de um mal gosto tremendo, então desisti. Mas gostei da sua resenha. :)) Beijos. :*

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