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Anna e o Beijo Francês – Stephanie Perkins – Cap. 456

Ciao!!!

Disponível na Amazon

Culpem um acaso ou mesmo o destino. O fato é que eu estava mais uma vez zanzando na Saraiva, após me prometer não comprar nenhum livro. Depois de pegar – e devolver – uns dois títulos na prateleira, o olhar bateu em um, que estava numa daquelas pilhas aleatórias.

A capa me chamou a atenção: Torre Eiffel e a inusitada foto de um casal em um banco. Tão perto e, ainda assim, tão longe. Hum. Anna e o Beijo Francês. Nunca tinha ouvido falar. Autora: Stephanie Perkins. Hã?

Peguei pra ler o resumo e aí foi minha perdição… A citação à Amélie e à Moulin Rouge me colocou a caminho do caixa eletrônico. Todo mês me dou um presente – este livro (e a camisa preta do Real Madrid) foram os mimos de Dia dos Namorados 2011. E acho que nunca fiquei tão feliz de ter seguido minha intuição…

Anna e o Beijo Francês – Stephanie Perkins – Editora Novo Conceito
(Anna and the french kiss – 2011)
Personagens: Anna Oliphant em Paris

Anna não tinha poder de decidir o próprio destino: não adiantou espernear, foi mandada para uma escola em Paris, pelo pai escritor de best-sellers melodramáticos dos quais ela se envergonhava. Imagine uma americana perdida na França. Não sabia falar com eles e nem entendia patavinas do que lhe diriam. Não era uma boa idéia. Na verdade, era um desastre anunciado. Até chegar à escola, se acostumar, fazer amigos e conhecer Étienne, que se tornaria seu melhor amigo, acompanhante nas aventuras e desventuras ao longo do ano. E o fato de se sentir tão próxima, tão confortável, não era para ser tão complicado, né? Étienne tinha namorada. Ela tinha Toph, que ficara do lado de lá do oceano. Imagina, eles eram só amigos… né?

Comentários:

– Enfim, este livro é uma bênção. Eu estava estressada com trabalho, mestrado, tive uma pequena desavença com o meu estômago (dois dias de sofrimento encerrados com a sabedoria materna: “Roberta, sua tonta, sal de frutas” e voilà!).

– Os melhores momentos do dia vinham quando eu largava tudo para ler. Sério! Quem acompanhou minhas conversas com @MeninadaBahia e @wonderbooks no Twitter percebeu que eu estava a meio passo da tietagem incontrolável. Por isso, perdoem pelo que vão ler a seguir. Porque no fim das contas, só me resta dizer que…

– … Se você tiver a menor chance de ler este livro, aproveite. Sério. Em algumas resenhas, reclamei da minha falta de paciência com a overdose de histórias sobrenaturais e que queria histórias de gente como a gente.

– E é isso que mais marca Anna e o Beijo Francês: é uma história que se não aconteceu com você, você já ouviu relato de alguém próximo (claro, excetuando que nem todas acontecem em Paris).

– É a confusão da adolescência (mas nem sempre exclusiva da faixa etária), de ter dúvidas e certezas misturadas, uma incrível insatisfação – de querer algo que ainda não sabe direito explicar o que é – de achar que os pais são de um planeta onde a hipótese do “entender você e seus sentimentos” não é levada em consideração.

– É a fase de ter grandes amizades. De ter decepções com grandes amizades. De descobrir enormes amores, para depois perceber que eles não eram nem “enormes” nem “amores”. De sentir que o mundo está acabando, para perceber que recomeços podem ser bem interessantes.

– Anna é uma adolescente americana (aliás, mérito da autora: Anna é de Atlanta – uma origem diferente das sempre protagonistas de NY ou da Califórnia. Milagre nenhuma menção à Scarlett O’Hara, a heroína de … E o vento levou.), enviada para o colégio interno na França contra a vontade.

– O pai queria exibir que a filha estudava no exterior para os novos amigos, de quem se aproximou depois de fazer sucesso. Anna se define como alguém que não é tipicamente americana – na verdade, gosta de ler e escrever, em especial, sobre cinema, quer ser a futura maior crítica feminina do país.

– Não gostou de ter que deixar o irmão caçula, a mãe, a amiga Bridgette e o quase-sei-lá-o-que-entende? Toph para ir para um país do qual sabia apenas estereótipos e onde tinha certeza de que seria odiada.

– No entanto, não foi tão ruim porque (demorou) mas descobriu que França ama cinema e porque conheceu Meredith (que adorava Beatles, jogava futebol e amava um jogador espanhol – não, não sou eu disfarçada no livro, ainda mais porque prefiro outros jogadores espanhóis, um tiquinho mais velhos…) e, através dela, John, Rashimi e St.Clair, digo, Étienne.

– Fato #1: Étienne é tudo de bom. Fato#2: Étienne é lindo. Fato#3: Étienne gostou de Anna imediatamente.

– E se eu, uma topeira assumida em relação a isso, consegui perceber é porque está escancarado. Anna não percebe e fica lá tentando entender o que sente pelo melhor amigo.

– Por um lado é péssimo – ou seja, sofrimento desnecessário a caminho. Por outro – quantas vezes você não sofreu desnecessariamente na vida? Por que ali teria que ser diferente.

– A graça do livro é a relação dos dois – como se constrói de forma consciente e até inconsciente. E que não precisa de grandes e heróicos momentos, mas de pequenos e significantes instantes.

– Fato#4: Ao contrário de Anna, que tem para quem voltar, Étienne sofre com o rompimento forçado de laços familiares (o garoto é meio norte-americano, meio francês, criado em Londres – parece estar em todos os lugares e, ao mesmo tempo, não estava onde queria). Fato #5: Quero um Étienne para mim *com uns 20 anos a mais, deve ter se tornado quase a perfeição sobre a terra.

– Ainda na linha “gente como a gente” (que pode ir para Paris, claro. Atualmente não consigo ir nem pra “Pariscida do Norte”), eles lidam com problemas que qualquer um pode enfrentar: as desavenças com os pais, o “sentir-se jogado para escanteio”, hormônios em fúria, confusão generalizada sobre quem se é e o que se quer da vida e o atualíssimo (porque sempre existiu, só não tinha nome gringo e um nível altíssimo de maldade envolvida) bullying (sim, quase baixou meu “eu escorpiano kickboxer” em uma determinada cena).

– E apesar disso, talvez por isso, é um livro solar. É um livro com humor, que te faz sorrir, que dá pena de parar e que te deixa naquele clima de quero mais (tanto que vou relê-lo nas férias – de uma vez só, nada da tortura de leitura a conta-gotas que tive que fazer por conta das outras leituras e exercícios obrigatórios do Mestrado).

– Não vou citar frases (e olha que tem várias muito boas), porque acho que a Menina da Bahia vai se divertir mais com as citações que eu… Enfim, já está no meu armário, para a prateleira VIP para eu ter acesso sempre que precisar ou que apenas quiser me divertir…

– Não sei se foi o motivo, mas os Beatles têm uma música chamada Anna. A @wonderbooks me indicou o site da autora Stephanie Perkins e como ela empolgou criando uma Playlist (versão com e sem spoiler), página no FB para Anna e para Étienne. E ainda: a autora tem FB e Twitter. Se quiser matar a curiosidade (e atiçar outras), a autora ainda fez uma página de perguntas mais freqüentes.

Arrivederci!!!

Beta

13 Comentários

  1. Unknown

    Esse livro é realmente excelente o/
    Nossa… você empolgou geral mesmo, hein >.< hahah Mas essa história é tão deliciosa, que não tem como não empolgar 🙂
    E tampouco tem como segurar a vontade de ir para Paris conhecer a cidade (vontade… porque ir para lá é outra história, infelizmente >< Mas que fiquei morrendo de vontade, isso eu fiquei)!

  2. Monique Martins

    Parece um livro gostoso e leve, bom para ler no final de semana (aqueles estilo sessão da tarde). Entendo bem quando diz que "queria histórias de gente como a gente", afinal também estou nessa fase.
    Vai para lista de desejos com certeza, afinal amo Paris e as descrições da cidade devem ser lindas.
    Bjkas!

    Monique Martins
    MoniqueMar
    @moniquemar

  3. Rafaella

    É exatamente assim como você descreveu! Dá uma sensação de leveza e felicidade. Acabei lendo 'de uma sentada', não consegui parar (fui dormir 2h da manhã nesse dia).

  4. Liliana

    Beta, esse livro é tudo isso que você falou. Adorei a resenha. Estou terminando o meu. E olha que comecei a ler ontem a noite. Cansada dormi. Hoje passei o dia literalmente deitada e lendo.

    Muito bom.

    Bjs

  5. Carla Fernanda

    Oi, Beta.

    Esse livro foi uma grande surpresa para mim, que estou meio cansada de ler sempre os mesmos gêneros. Quis ler algo mais leve e fiquei encantada.

    Você descreveu perfeitamente tudo o que senti lendo-o!

    E, o melhor de tudo, é que o livro é bem atual, além de ser uma leitora que deixou-me inebriada.

    Para quem ainda não leu, leiam e não se arrependerão.

    Beijos.

  6. Natália Alexandre

    Que lindoooooooooooooo, fui citada 2x!!!

    Sou apaixonada pelo Étienne e Anna.

    Adorei sua resenha, dona Roberta! E no mais… estou lhe gritando no twitter, rsrs

    🙂

    bjsss

  7. Tielly

    Comprei esse livro meio 'por acaso' na Saraiva, mas não me arrependi.
    Bom, real.

    Agora outro que também amei (que comprei junto com esse, por sinal) foi "E AS ESTRELAS,QUANTAS SÃO?" .
    Muuuiiito bom, uma escrita sensível, uma abordagem diferente, me interessou o modo, pq nele tem duas histórias (do Carlo e da Alice) que se juntam.
    Muito bom, leiam.

  8. Prô Diana

    Esse livro é tão especial! De algo tão simples a autora conseguiu fazer uma história que pega a gente pelo coração. É um romance inteligente, real, sem as futilidades que vemos em outros livros.
    Fiquei como você, as descrições dão vontade de correr pro aeroporto e pegar o próximo voo pra Paris.

    Parabéns pela resenha!

    Bjs 🙂

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