Livro com protagonista brasileiro costuma me atrair e me deixar de orelha em pé. Por um motivo simples: a gente fica no olho do furacão – é do nosso país que estão falando, então, a gente sabe quando a pesquisa foi bem feita e quando virou delírio excessivo até para ficção. Por ter um nome masculino que eu adoro, já entrou na minha lista de “quero ler” e se tratava de uma autora que eu confio…
Amor sem preço – Sandra Marton – Paixão 242 (Amantes & Milionários)
(Not for sale – 2011 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Caroline Hamilton e Lucas Vieira
Lucas Vieira estava perto de fechar um negócio importante e milionário, mas precisava de uma intérprete que além de entender russo fingisse ser sua amante, para evitar certos avanços indesejados. No fim das contas, a missão caiu nas mãos da tímida e reservada Caroline, que aceitou para ter um reforço no orçamento apertado. Um não era o que o outro esperava, mas algo faiscou tão forte entre eles que ambos não poderiam resistir. Mesmo intuindo que poderiam se queimar profundamente, não resistiram. E suas vidas jamais seriam as mesmas novamente…
Comentários
– A primeira vez que mencionei este livro foi no post sobre os lançamentos de julho da Harlequin Brasil. Será mais uma sugestão sobre Sandra Marton e sobre histórias relacionadas ao Brasil no LdM. Pra quem ficou curiosa, há um post sobre histórias com protagonistas brasileiros, sendo que, até agora, a que mais chamou a minha atenção (e serve – voluntária e involuntariamente – como critério de comparação) foi O Pai Perfeito, da Sharon Kendrick.
– E quer a boa notícia? Este livro da Sandra Marton é tão bom quanto O Pai Perfeito. A autora criou um background totalmente crível para Lucas – o menino de rua que vivia nas ruas do centro do Rio de Janeiro sendo tratado como bicho (acho que é grande a chance de leitores e leitoras do Brasil lembrarem de massacres como o da Candelária ou outras tragédias semelhantes – mas não sei se foi essa a inspiração da autora), que foi adotado e renegado nos Estados Unidos e, ao melhor estilo “american way of life” venceu sozinho e enriqueceu graças à sua determinação e à sua inteligência.
– Vamos descobrindo isso ao longo da história, durante as longas reflexões de Lucas sobre os próprios sentimentos em relação à Caroline (o que permite que você entenda as atitudes dele sem forçar a barra). Os protagonistas se conhecem graças a um “acaso” do destino (ou, se preferirem, “maktub” – estava escrito): ele estava próximo de fechar um contrato com um investidor russo, mas perdeu a acompanhante/intérprete horas antes do jantar decisivo. Aceitou a indicação de um funcionário, que tinha uma “amiga” chamada Dani que trabalhava como intérprete. Só que nem Lucas e nem o funcionário sabiam que Dani já tinha um compromisso agendado para a noite e enviou no seu lugar Caroline, estudante e professora com muitas contas para pagar.
– E quando os dois se conhecem, além dos preconceitos (no bom – ambos esperavam encontrar outro tipo de pessoas e, mais tarde, no mau sentido), aparece uma intensa e inesperada atração entre eles. Ao ponto de ambos não resistirem um ao outro, nem durante ao jantar nem depois dele. E esta reação deixa a ambos confusos – porque começam a quebrar os próprios padrões de comportamento. Caroline nunca fez nada semelhante antes e Lucas também nunca se sentiu envolvido tão rapidamente com uma mulher. Claro que, há os agravantes, a confusão a respeito do papel de Caroline no jantar (o mau sentido do preconceito que citei acima) e aquela expectativa de que o dinheiro pode comprar tudo. No entanto, a gente vê a paixão virando companheirismo e amor e, como é um processo frágil, como há abalos que podem impedir o final feliz se ambos não tiverem coragem de correr atrás do que querem de verdade.
– Só para constar: sou solidária a personagens gente como a gente (exceto o fato de Lucas ter mais dinheiro do que eu sonho em ter mesmo ganhando na mega-sena acumulada), com decisões equivocadas, dúvidas e atitudes intempestivas, mas que compensem isso com muita paixão. Caroline é mestranda e adotou um gato, Oliver – o que já seria suficiente para colocá-la com cadeira cativa na linha da minha admiração. Lucas venceu as dificuldades e, apesar do estranhamento com Oliver, lá pelas tantas, conversa com o gato. Nem preciso dizer que já estava amando a história antes disso.
– O único porém que faço é uma versão de algo que disse na resenha de O Pai Perfeito, da Sharon Kendrick: quer dizer que pra eu achar um brasileiro legal, preciso ir pro exterior (Lucas vive em Nova Iorque)? Sério? Não podia ter um brasileiro legal no Brasil, uai?!
– Série links: a autora tem site oficial muito bonito, com uma página sobre o livro. Você ainda pode segui-la no Twitter: @sandramarton.
Bacci!!!
Beta
Ps.: E como sou supersticiosa, devo dizer que este foi o segundo livro com o selo “Escolha da Editora” que me agradou bastante. O primeiro foi Na alegria e na tristeza, de Cathy Williams. Ou seja, até agora 100% de eficiência nas indicações!
O livro parace ser bem legal. Bjs, Rose.
Oi, Beta!
Não te falei que o livro era bom? Amei, adorei!!!! Também sou fã das histórias gente como a gente e de autoras que se dediquem a nos fazer conhecer o que se passa na cabeça do mocinho para fazer o que faz (e esse é bem reflexivo, adooorooo!!!).
Assim, a gente compreende melhor o porquê das coisas.
Também amei o gato Oliver e o relacionamento que se desenvolve entre ele e o Lucas! kkkkk Adoro o meu Juquinha, e devo dizer que ele manda na casa e a gente é que mora com ele! Por isso, quando leio um livro com gato fico mais encantada ainda!
Como se não bastasse tudo isso, a Sandra Marton é show!
Quanto ao brasileiro morar no exterior, acho que a autora se sente mais confortável em lidar com a história num ambiente que ela conhece. Como acho que a probabilidade delas virem ao Brasil é pequena, é mais seguro ambientá-los num país conhecido.
Mas sinceramente: é melhor assim do que ambientar a história no Brasil sem conhecer. Estou lendo um livro agora onde o mocinho é brasileiro e mora no RJ (na minha praia!).
O problema é que a história se passa no carnaval e a autora nitidamente nunca esteve aqui, pois tudo é relatado como se o Brasil fosse um país hedonista, ou seja, todo mundo pelado e sambando na rua! E o mocinho anda de limusine… Fala sério… Aqui não tem limusine na rua, nem na zona sul.
Ultimamente é que tem aparecido uma ou outra, onde agora é moda fazer festa de aniversário dentro dela. Tirando isso, nem cabe nas nossas ruas engarrafadas e estreitas, fora o risco dos ladrões!
Enfim, prá ter mocinho brasileiro, morando no Brasil, mas um Brasil sem noção, é melhor que ele fique em Londes, NY…
Beijos!
Livro com brsileiro? Bom?
Bah, preciso ler… até hoje só peguei bomba!
Tudo demontrando falta de pesquisa (desde o sobrenome até características locais).
Então, né… acho que concordo com a Andrea… pra fazer mal feito deixa eles morando nos USA mesmo… rs
Oi, tive o livro em mãos, porém tive receio de passar raiva com a história, então terei que procurar para ler, pois agora estou curiosa!
Eu tenho um primo adolescente chamado Lucas, mas eu não tenho queda por esse nome como nossa anfitriã. Não gosto desse nome desde que li um evangelho escrito por um santo com esse nome pela primeira vez, mesmo que ele tenha sido médico. Eu preferiria que ele fosse um escocês que morasse pelos campos usando kilt …
Nunca li nenhum livro com protagonista brasileiro que gostasse 'mesmo', sempre tem tantos equívocos!
Fiquei muito curiosa para conhecer de perto essa história.
Bjkas,
Monique Martins
MoniqueMar
@moniquemar