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Cap. 548 – Qual é o seu número? – Karyn Bosnak

Ciao!!!

Inspiração de um filme, lançado no final do ano passado, o Qual é o seu número? chegou aqui em casa na leva aniversário-Natal. Indicação de um amigo que viu o filme e falou que eu gostaria da história. Demorei, mas finalmente eis este filhote da chicklit americana no Literatura de Mulherzinha.

Qual é o seu número? – Karyn Bosnak – Editora Novo Conceito
(What’s your number? – 2006)
Personagem: Delilah Darling, seus “ex”, conhecidos, amigos e parentes

Ao ver em um jornal, uma pesquisa que dizia que uma mulher de 30 anos teve uma média de 10,5 e se dar conta de que teve o dobro, Delilah surtou. Afinal de contas, nenhum dos 20 homens era o cara certo, o homem da sua vida, que causou um “bum” no seu coração. A crise existencial se agrava ao reencontrar um deles, agora padre, que a aconselhou a reavaliar toda a sua vida e piora de vez quando Delilah é demitida. E decide descobrir onde estão os “ex” e reencontrá-los para descobrir se deixou o verdadeiro amor escapar.

Comentários:

– Sim, o livro é divertido e segue a cartilha da chicklit: é a jornada de autoconhecimento de uma personagem que já passou da adolescência (pelo menos, na faixa etária), em crise existencial (irmã vai casar, mãe intrometida pressionando por um relacionamento) e pessoal-financeira (foi demitida), estando completamente sem rumo. Ver o avô se apaixonar por um amor do passado que reencontrou recentemente, era o empurrão que faltava para Delilah partir na viagem (figurativa e literalmente) de reencontrar os ex, saber como estão e saber se um deles seria o amor da sua vida. Não adiantou os conselhos e avisos da melhor amiga, Michelle, de que não era uma boa ideia. Ela contratou os serviços de um investigador particular (na verdade, o vizinho bonitão, Colin, era filho do investigador e trabalhava com o pai nas horas vagas ou quando não estava escalado para um trabalho como ator) para descobrir onde estavam os ex-namorados.

– A partir de limar alguns nomes da lista (sempre tem aqueles que, em hipótese nenhuma, é necessário reencontrar) e das informações levantadas por Colin, Delilah embarca numa viagem pelos Estados Unidos atrás dos relacionamentos que teve em diferentes estágios da vida: adolescente, na faculdade, recém-formada e já adulta. Uma jornada que revela várias coisas: o que ela pensava na época que se relacionou com eles, como Delilah tem dedo podre pra escolher homem (acredite, você vai pensar isso muitas vezes durante o livro) e, que quem se dispõe a fazer isso, tem que estar preparada para tudo (inclusive passar por várias situações constrangedoras).

– O livro é bom? Sim, você ri em várias passagens (se não for por achar engraçado, vai rir de nervoso ou de constrangimento imaginando a vergonha alheia). Dá para resolver rapidinho a trama – se Delilah fosse mais esperta, mandaria essa história de “média de relacionamentos das mulheres” pra algum lugar além de Plutão e simplesmente se dedicaria em conhecer a vizinhança. Serve pra gente pensar em coisas que fazemos e que marca as outras pessoas – basicamente, a forma como queremos ser lembradas pelos outros (em especial a história com o #16). Narrado em forma de diário, em primeira pessoa, não faltarão momentos em que você sabe que o desastre é iminente, mas não tem como impedir (sim, a parte do #11 me tirou do sério).

– Mas duas coisas me incomodaram. A primeira foi o uso do pôster do filme como capa do livro. Ao pesquisar, descobri que o livro originalmente chama 20 times a lady (algo que faz uma referência direta a uma parte da história). Ao ver o trailler do filme, percebi que a protagonista, interpretada por Anna Faris (atriz que ficou conhecida por fazer a protagonista na série de filmes Todo Mundo em Pânico e em outros filmes de comédia pastelão) se chama Allie – ou seja, nem mantiveram o nome original. Como ainda não vi o filme não sei o que mais mudaram e é loira (no livro, ela tem cabelos castanhos – só não me recordo em qual parte isso foi mencionado).

– A segunda coisa que me incomodou foi algo que já vi até cansar em livros como Bridget Jones, Becky Bloom, Libby Manson e até o Encontro às Cegas: de onde surgiu o estereótipo de que toda heroína de chicklit precisa ser insana, desmiolada, desesperada? Será que ninguém consegue pensar em uma pessoa normal que cometa algumas trapalhadas na jornada de autoconhecimento? Ah, quando digo “algumas trapalhadas” não quero dizer “burradas de doer e de ofender a inteligência alheia” (exatamente, a tal parte “desastre é iminente, mas não tem como impedir” que mencionei antes). E que não são capazes de ver que há um cara legal logo ali – porque tem sempre um cara não muito legal muito mais atraente… Haja paciência! Só vi isso na Tasha Harris até agora (com uma ressalva sobre o tal cara legal ignorado), mas continuo procurando.

– Linkitos: Pesquisando, achei o site do filme e as informações no site da Editora Novo Conceito: há uma página para a autora e o site oficial da autora.

Bacci!!!

Beta

5 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Meu número não existe: eu não sou forte em matemática !!! ^^ Mas seu livro lembrou-me de um filme em que sua personagem voa à Itália à procura de seu amor, graças à uma brincadeira-armadilha feita por seu irmão, com uma Tábua de Ouija, quando eles eram pequeninos. ^^

  2. Tonks

    Gente, acho que perdi esse livro na minha estante. Você me lembrou dele, fui procurar e não achei. o.O

    Eu gosto de alguns chick-lits, de outros não. Gostei de "O Segredo de Emma Corrigan". Viuxe, só me lembro de ter gostado desse. rsrsrsr

    Além do que vc comentou, de que alguns livros serem meio caricaturais em relação ao comportamento feminino, eu tenho um certo problema com finais muito abertos. Há alguns que a mocinha termina, como começou. Sei lá. rsrsrs

    bjokas

  3. Andrea Jaguaribe

    Oi, gente!

    É por isso que não curto muito esse tipo de livro: a heroína é sempre abilolada, espavorida e faz tanta bobagem que a gente fica constrangido pela vergonha alheia.

    Só de ver o trailler desanimei de ver o filme: se aquilo era o mais atraente do filme, imagina o resto… Em suma, achei com cara de bobeirol esquecível e não me deu vontade de perder o meu tempo precioso assistindo àquilo. Qualquer hora passa no Telecine ou na HBO e se me encher a paciência troco de canal e não perco tempo nem a grana do ingresso e da pipoca!

    Bem, Beta, apesar de sua resenha ótima, como sempre, não me animei a ler. Sorry…

    Beijos!!!

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