Ciao!!!
AVISO: TEM MUITO SPOILER. OU QUASE ISSO. NÃO RECLAMEM COMIGO DEPOIS, OK?
Antes de qualquer outra coisa, vou dizer que eu tenho um sério problema com os livros da Catherine George. Tanto que este é o primeiro livro dela no Literatura de Mulherzinha, mas não é o primeiro dela que eu leio. Na verdade, li uma série sobre uma família, antes de criar o blog. E por que não está aqui? Eu não tenho os livros – porque não quis, fui ao sebo e os troquei por outros. Sim, eu, a criatura que tem um acervo digno de biblioteca do bairro, fiz isso. Pra bom entendedor…
Joia sem preço – Catherine George – Paixão 273 (Belas & Feras)
(Under the Brazilian Sun – 2011 – Mills & Boon Modern Romance)
Personagens: Katherine Lister e Roberto de Sousa
A galeria de arte onde Katherine trabalhava a enviou para avaliar a legitimidade e a autoria de uma tela de um cliente em Portugal. De cara, o empregador a surpreendeu: era jovem, atraente e não tinha gostado de saber que o tão esperado perito era uma mulher. Passado o momento de desconforto, ela permaneceu no trabalho, desfez o mistério e se encantou pela vida em Portugal e pelo milionário Roberto Sousa (alguém a orientou a não usar o “de”). Mesmo sendo uma pessoa criteriosa e sensata, ela estava a um passo de não se importar com o fato de ele estar traumatizado por um acidente e cair nos braços e na cama dele…
Comentários:
– Ok, depois de tudo aquilo que disse no alto, você deve estar se perguntando: “se ela não gosta, por que leu?” Porque recebi o combo carta/e-mail da Andrea muito indignada com a história. Então, comentei os motivos ali em cima. E vou acrescentar algumas coisas agora: não me lembro muitos detalhes da série que li da autora (aliás, me recordo que nem chegou a ser lançada como série, só percebi a ligação por causa do sobrenome dos personagens), mas lembro que não deixou as melhores impressões. E como sou uma pessoa solidária, parti para entender o que havia indignado tanto a Andrea (que fez um comentário ÓTIMO, que me fez gargalhar, sobre algo que acontece logo na abertura do livro, mas vou deixar pra ela fazer aqui).
– Katherine viaja para Portugal, para atender a um cliente caríssimo com um quadro que pode ser um baita achado… Ela se sente mal recebida, mas a sensação passa. Roberto acha que ela irá rejeitá-lo por causa da cicatriz e das consequências físicas do acidente que ele sofreu (que o mantinham recluso em casa, convivendo apenas com os empregados), mas ela ignorou isso (sim, o resumo oficial fala em “rosto assustador”, mas ela só nota a cicatriz e nem dá tanta importância. Para terem ideia, se ELE não fala, ela nem tinha percebido o problema na perna). A presença de um afeta o outro, mas eles ficam meio que pisando em ovos, no popular, chove mas não molha. Conversam, conversam, conversam… Se aproximam, revelam um pouco sobre si mesmo e ouvem revelações dos outros – inclusive ele relata que as consequências do acidente tinham sido mais que físicas: a causadora do acidente, uma atriz em ascensão que dirigia o carro, o estava perseguindo, exigindo dinheiro porque a carreira dela estava destruída. Mais algum tempo, Katherine descobre quem ele é. (Pausa: ela sabia que o tinha visto, mas não se lembrava de onde. Ei, como assim? Ele era a grande revelação do automobilismo brasileiro – comparado ao compatriota Ayrton Senna [sim, isso está escrito no livro, p.65] -, mas que havia desistido da carreira sem motivo aparente). Só que, claro, para ela, ele conta o motivo desta mudança na vida dele… Bem, então, ela termina o trabalho pelo qual foi contratada, decide tirar uns dias de férias e é convencida a ficar na Quina do Minho. Apesar de ter medo, cai em tentação diante de tanta persuasão… Mas depois decide voltar para casa, na Inglaterra. Até aqui, já se foram sete capítulos e mais de 100 páginas. Aliás, guardem isso. Depois voltarei a este detalhe, tá?
– Katherine e Roberto ficam um tempo sem se falarem, ela sofre com o silêncio convicta de que o que havia sido tão importante para ela não teve o mesmo significado para ele. Então Roberto ressurge e a convida para vir visitá-lo na casa dele no Brasil. Ele até toma a iniciativa de providenciar férias pra ela junto ao patrão. Então, na Estância no Rio Grande do Sul, ela teme ser mal recebida… mas é acolhida com carinho pela família. Demora, mas Katherine entende que Roberto está recuperado do acidente. Mais conversas, conversas, conversas (afinal os pais dele não dão a menor chance para mais intimidade entre o casal – afinal de contas, são tradicionais, tá pensando o quê?) e, quando as coisas vão engrenar, surge a filha de um fazendeiro vizinho, dizendo que Roberto é dela e minando a confiança de Katherine… Para ser espantada como se fosse uma mosquinha, daquela chatinha, que você nem se digna a usar inseticida, um tapinha afasta pra longe. Então, é Natal, eles fazem um churrasco e, bem… preciso dizer o que acontece? Happy end, bebê!
– O problema é que este livro não ACONTECE: parece que temos colagens de vários momentos, de um relacionamento cheio de falsas ameaças. A ex-atriz louca, as cicatrizes e ferimentos dele, a filha do fazendeiro, tudo surge e some muito rápido. Como é que você vai torcer para alguém ficar junto se não tem motivo que os separe? E até o draminha “eu moro na Inglaterra, você no Brasil…” ganha um “mas posso me mudar rapidinho quando a gente se casar”. Alguém mudou a regra dos romances onde temos um casal que supera vários obstáculos rumo ao final feliz? Porque a Catherine George escreve um “amor de favas contadas” que você sabe que vai acontecer e ponto final (e sendo sincera: até senti isso menos aqui. Porque me recordo desta sensação com muito mais força naquela série que mencionei ali no alto, que nem quis ficar com os livros). Tem quem goste? Provavelmente. Tem quem ache chato? Com certeza.
– E outras duas ressalvas que creio não ser culpa da autora, mas de quem editou o livro lá fora. O título original é “Under the Brazilian Sun” (seria levemente inspirado em Sob o sol da Toscana, que tem o lindo do Raoul Bova?). Só que, como eu disse, até por volta da página 107 (SETE CAPÍTULOS), a trama se passa em PORTUGAL. Aí tem um capítulo (o OITAVO) na Inglaterra. E só a partir do NONO capítulo, hello, Brasil. Ok, só que o livro tem DOZE capítulos, mais o epílogo. O sol pode até ser brasileiro (seria uma metáfora para Roberto? *aliás, lindo nome – significa brilhante/fulgurante na glória*), mas a terra é portuguesa, com certeza. Ponto para a edição brasileira que evitou essa armadilha em dose dupla: o título e a capa. Sim, a capa. Olha a capa gringa ali no alto. Eu tô maluca ou a foto da parte inferior é uma vista aérea do Rio de Janeiro (minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro…)? Ops, geografia #fail: o sol brasileiro em questão brilha em terra gaúcha, terra que nos deu a Xuxa, xu-xu-xu xa-xa-xa… E eu preciso me informar sobre o hábito de vida das estâncias gaúchas para saber se a descrição da autora está correta. Por isso, não posso opinar sobre esta parte do livro.
– Não achei site oficial, mas há informações sobre ela no Goodreads (onde tem um ranking deste livro), no RT Book Review, Mills & Boon, Harlequin Presents Author e no Fiction DB. Como vocês vão ver (se entrarem nos links), a série que me estressou (se me lembro bem, porque deletei a informação dos meus arquivos mentais) foi a da família Pennington, que acabei de descobrir que continuou depois do que li (acho que só li 4 ou 5 livros – sim, sou teimosa, mas até isso tem limite). E este não é o único livro com protagonista brasileiro da autora, há também Brazilian Enchantement (Fantastic Fiction e Fiction DB, de 1991. E o motivo de tanta simpatia? De acordo com o Fantastic Fiction, olha só: “At 18, Catherine met a future Engineer, who had set in a pendant a gold sovereign, that his grandmother put in his hand when he was born, and Catherine have never taken off since. After their marriage he swept her off to Brazil, where he worked as Chief Engineer of a large gold-mining operation in the mountains of Minas Gerais, a setting which later provided a very popular background for several of Catherine’s early novels. Nine happy years passed there before the question of their small son’s education decided their return to Britain. Not long afterward a daughter was born, and for a time Catherine lived a fulfilled life as a wife and mother who always made time to read, especially in the bath!” Como mineira, fiquei bem curiosa de saber em qual cidade ela morou. Estou imaginando algo mais na região central do estado, perto de Belzonte…
Bacci!!!
Beta
ps.: Se alguma blogueira quiser, me mande o endereço por e-mail que eu envio o livro (pra primeira que mandar, óbvio, só tenho um exemplar). Preciso saber se sou a única a pensar isso sobre ele. Porque não gosto de ser injusta.
Oi Beta, também achei o livro bem chato. Aliás, até já me livrei dele. É interessante que tem todos os elementos para ser uma boa história, mas fica no meio do caminho, não acontece.
Nossa, eu li o livreto desse livro e fiquei interessada…. mas depois dessa, desisti. Tenho muito livro bom na minha listinha pra perder tempo com livro ruim, rs…
Uma pena mesmo….
Êlelê… outro livro ruim… tcs, tcs…
Tb não sou de trocar livro não, mas fiz com A Estranha, até reli para ver se não era uma falsa impressão, mas continuou intragável…
Beta, os livros da Catherine George são assim mesmo. Mas a série Pennington é sobre os habitantes de uma cidade chamada Pennington, não sobre uma família. rs
O link que você colocou pro FictionDB também está errado: leva pra um livro chamado "Brazilian Enchantment".
Meninas
Pensei muito pra escrever este texto, porque ainda tenho cisma de que o problema é comigo, não com o livro. Por isso quero que outra pessoa leia, porque não gosto de ficar com essa pulga atrás da orelha.
Lidy, tem dois links pro FictionDB – o primeiro leva pra página sobre a autora e o segundo especificamente para o Brazilian Enchantement. Aqui em casa abriu direitinho. Confere e me fala, ok?
Bacci!!!
Oi, gente!
Esse livro é um dos mais sem noção que eu já li! Fiquei tão impressionada que enchi o saco da Beta prá ela ler, de tão, tão… Sei lá, sem palavras…
Quanto aos meus comentários, infelizmente não vou poder reproduzí-los porque o e-mail do IG deu um chabú e perdi toda a minha caixa… Nem preciso dizer como está o meu psicológico… Só tenho e-mails de maio…
Então, Beta, se vc ainda tiver a mensagem aí, está autorizadíssima a postar meus comentários indignados, irados e perplexos!!!! kkkkk
Beijos e passem longe dessa bomba, a não ser que vocês queiram conferir ao vivo e a cores!
Beijos!
Andrea, por favor, o comentário sobre a autoestrada em Porto, você tem que escrever kkk Tive uma crise de riso ali página 1-2 XD
Oi, pessoal!
Bem, como a Beta não tem e-mail do IG e não deu chabú, gentilmente me retransmitiu a mensagem. Os comentários sobra a Bomba, ops, Joia sem Preço seguem abaixo, inclusive o da autoestrada (aquilo me tirou do sério!!!): Cuidado que tem SPOILER à beça!!!!
"Livro mala do mês até agora: um tal de Joia sem Preço que me deu
vontade de socar alguém. Ô mocinho mala e que visão preconceituosa e
cheia de clichês da autora, Catherine George. Vou explicar o motivo
da ira: o mocinho é brasileiro, gaúcho ex piloto de fórmula 1,
comparável ao Ayrton Senna – ahn???? e, de acordo com a visão vesga da
autora, machochô!!!! Como assim?! O cara não chora porque é gaúcho.
O cara é possessivo porque é gaúcho. O cara é ciumento porque é
gaúcho. O cara é intransigente porque é gaúcho. O cara sofreu um
acidente, ficou todo estropiado, mas não sente dor e se mantém
burramente em pé porque é gaúcho… Fala sério! E mais: na fazenda
dele nos cafundós dos Pampas tem internet banda larga e até a
criadagem fala inglês. Hã? Alguém falou prá ela que não é assim que
as coisas funcionam aqui? kkkkk
Além disso, a autora deve ser uma mula internacional, pois na história
dela, que começa no Porto – Portugal, onde eu estive há pouquíssimo
tempo, a mocinha sai do aeroporto e na estrada dá de cara com uma
carroça puxada por burros. Bem, fala sério, numa estrada em que a
velocidade média é de 200km/h (nunca pisei tão fundo numa estrada
antes, senão o povo passava por cima de mim…) ter uma carroça puxada
por burros para mostrar o quão bucólica é a cidade do Porto… a
criatura não se dá ao trabalho nem de pesquisar… De atrasado,
Portugal não tem nada!"
Taí a indignação. Divirtam-se!!!!!
Beijos!
Oh, confusão por Brasil, Inglaterra, Portugal !!! … Ok, eu não senti eflúvios promissores vindo dessa resenha com seus comentários: tal livro não virá residir em meu armário ou em minha estante !!! Meu anjo-de-guarda-de-óculos, proteja-me dessa afronta !!!
Bota afronta nisso, Sil!!! É uma verdadeira falta de respeito com a inteligência e o país alheios!
Fiquei só imaginando o pobre burrinho desviando dos carros em velocidade alucinante… Pessoa sem noção!!! Se não quer ou não pode ir ao local, pesquise no Google, pelo menos.
Ninguém merece…
Oh, céus !!! ^^ "… mula internacional …" ^^ "… um burrinho desviando de carros em velocidade alucinante …" ^^ Eu rachei de rir ao ler esses trechos de sua postagem, Andrea ! Perdão, eu não tinha lido essa sua postagem antes porque postamos juntas então seu e-mail não existia ali quando eu acessei antes. Hihihi … Que meu amigo-irmão gaúcho não leia isso ! Se bem que ele racharia de rir por uma semana … ^^ Oh, que diferença faz uma pesquisa !!! … ^^ Aliás como é que dá para dirigir em velocidade média de 200 km/h ???!!! Será que dá para ver carros ao redor ? Deve ser um parto para entrar em outra via ou mudar de pista !!!
Oi, Sil!
Realmente, a dona Catherine é muito sem noção. Sinceramente nada no livro é factível: outro SPOILER, gente, atenção!
Sabe como é que a mocinha verifica a autencidade do quadro? Procurando na internet!!!! Como??? O quê??? Fala sério, gente! Ela olha bem o quadro e vai procurar na internet se tem parecido!!! Jesus!!!! É zombar da inteligência alheia!!!!! E ela ainda consegue fazer uma conexão totalmente torta para identificar o modelo do quadro como um parente do mocinho!
Parece até aquela coluna da Super Interessante chamada Conexões, que faz conexões com coisas nada a ver, tipo da Espanha ao Spam…
Bem dirigir a 200 por hora foi uma experiência única. Na verdade, nessa velocidade, eu era a mais lerda da estrada… Por isso, como todos passam voando como bólidos, é melhor pegar a pista da direita e lá ficar, até porque, se você bobear, perde a entrada para onde quer ir e aí ouve o GPS lusitano falando "recalculando" e leva duas horas prá voltar prá onde estava…
Essa odisséia do GPS é hilária, qualquer dia eu conto. O bichinho tinha delay e foi uma confusão! Hoje a gente ri, mas na hora… Por causa dessa peste não conheci Coimbra nem comi meu leitãozinho na Mealhada…
Beijos!!!
Esse livro deve ser uma piada pelo menos ! ^^ Prova de autenticidade de um quadro pela internet ???!!! Pelos deuses comendo alface !!! O_O Então 200 km/h era velocidade mais lenta ???!!! UAU !!! Português é doido mesmo !!! Pra que correr desse jeito ?! Tem o que caindo ?! Irresponsáveis !!! Você foi muito esperta e prática !!! ^^ Mas tadinha: ficou sem Coimbra e sem Mealhada, portanto sem leitão. Sem Pastelzinho de Coimbra também ! O_O
É, pois é… Mas os Pastéis de Belém foram bem deglutidos! kkkkk
Andrea, você fez muito bem !!! ^^ Aqueles Pastéizinhos de Belém são uma delícia divina !!! ^^
Beta, aquele detalhe naquela segunda capa é mesmo de uma paisagem de Rio de Janeiro … ^^