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Cap. 713 – Cinquenta tons mais escuros – E. L. James

Ciao!!!



A
leitura desta trilogia será incluída na cota “Coisas que eu faço pelo
Literatura de Mulherzinha”. Junto com a família Fortune e ao lado de outras
coisas que leio apenas porque sou blogueira. Sério. Muito sério.  Desenvolvi uma incompatibilidade enorme com
esta história. Adiei o quanto pude a leitura – o Mestrado me garantiu imunidade
por um tempo, mas não posso ficar com livros que não são meus e foram tão
gentilmente emprestados pela Andrea. E até onde sei, há mais gente na lista –
coisas que a curiosidade impele a gente a fazer, né?
Cinquenta tons mais escuros
– E. L. James – Intrínseca
(Fifty
Shades Darker – 2011)
Personagens:
Anastasia Steele e Christian Grey
Após
dias de sofrimento, Ana e Christian reatam o relacionamento, mas em novos
termos. Ele está disposto a fazer qualquer coisa para que ela não o abandone, inclusive
abrir mão de certas coisas que antes eram inegociáveis. Entender todas as
facetas de Christian é uma das missões de Anastasia, além de lidar com as
próprias inseguranças – será que uma vida comum, que ela seria suficiente para
ele. E isso é apenas o começo…
Comentários:
– Bem,
vamos à boa notícia, no geral, é melhor que o primeiro livro. Ok, isso não quer
dizer grande coisa. Mas ainda assim me fez lamentar por um bom personagem nas
mãos de uma pessoa que não conseguiu transformar a leitura a respeito dele em
algo interessante (pelo menos, para mim). Explico: disse no post anterior e
mantenho aqui: o Sr. Christian Grey é um baita personagem, daqueles que nas
mãos certas prendem a sua atenção para nunca mais soltar. E neste livro a gente
tem mais evidências do passado dele e de como o influencia até hoje. É uma
personalidade que você não sabe se ele é uma pessoa que precisa de amor, de
tarja preta ou de uma internação o mais rápido possível.  Fazendo uma analogia com cinema e um
personagem com bagagem de dor, tortura e fantasmas pessoais: comparem o Batman
da trilogia recente feita pelo Christopher Nolan com o filme do Batman dirigido
pelo Joel Schumacher. Foi essa a sensação quando cheguei ao final do livro
(após alguma irritação, muito sono e vontade de pular frases, parágrafos e
algumas páginas). Ou seja, Christian Grey poderia ser águas muito mais
profundas, mas só temos lampejos disso. E para bem ou para mal, é ele que
motiva alguém continuar lendo essa trilogia.

Ok, Anastasia melhora muito aqui. Mas ainda acho que a narração pela
perspectiva dela estraga muito a nossa experiência. Não dou conta dela tentando
decidir se é suficiente para ele, se ele a ama de verdade, se ela o ama (já que
era virgem, moradora de uma bolha de pureza incondicional e não tem parâmetros),
se a atitude dela vai desagradá-lo, se ele realmente gosta dela (já disse
isso?), se não vai sentir falta do Quarto Vermelho da Dor, se ela é suficiente
para ele (eu mencionei essa insegurança dela?), se ele é controlador demais, se
ela gosta de ele ser controlador demais… Enfim, deu pra entender que ela é
tão confusa quanto ele e tem horas que essa confusão demais cansa. 

– Outra mudança
– para melhor – não temos uso abusivo e indiscriminado do itálico, graças a
Deus (pausa para a associação dos defensores do itálico enxugar uma lágrima
emocionada)… MAS as citações indiretas à deusa interior continuam. E irritam.
Aliás, acho que a única função da deusa interior e suas incríveis reações é
fazer meu lado escorpiano planejar mortes horríveis para ela (até adaptei a
ideia da minha irmã que sempre me disse que sonha com o dia que o Rambo vai
metralhar a Noviça Rebelde quando ela corre pelas montanhas de Salzburgo e
começa a cantar “The hiiiiiiiiiills are aliiiiiiiiiiiive, with the sound of
muuuuuuuuuuuusic
”). É, ser submetida a uma overdose de pitacos da prolixa deusa
interior à noite após um dia de trabalho dá nisso, desperta o Dexter literário
que existe em mim e se contenta trucidando protagonistas da Lynne Graham e da
Penny Jordan. Continuando, a deusa interior ganha uma companhia irritante: o
apelidinho de Anastasia para Christian (pelo menos que ela usa para pensar nele)
é Cinquenta Tons (sim, sério,
supercriativo… ¬¬) e ela usa suspirando, preocupada, apaixonada, irritada,
confusa. Depois da sei-lá-qual repetição, minha mente estressada passou a se
vingar de mim fazendo que eu imaginasse o Galvão Bueno dizendo isso (porque eu
estava conversando outro dia sobre a mania do narrador de cismar com uma frase
na transmissão e repeti-la até a gente cansar da frase, dele e do jogo, em
casos mais graves). Ciiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinqueeeeeeeeeeeeeentaaa tooooons,
drrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrramaaaaaaatico, amigo!

Tentando resumir: depois de viver a maior dor do mundo, sofrimento incomparável
porque não dava mais para continuar juntos, passados o quê, uns 3, 5, 7 dias, Anastasia
e Christian se reencontram e decidem que não conseguem ficar separados. Para continuarem,
ele aceita abrir mão das práticas no Quarto Vermelho da Dor e tentar um
relacionamento “comum/normal” com ela. Só que Ana fica confusa diante da vida zilionária
dele e ainda das constantes mudanças de personalidade: de amável para
possessivo, ciumento, controlador. Se lidar com as inseguranças dela já é dose
para leão, com as dele, então, é quase missão impossível… Temos ainda a
onipresença de uma ex-amante surtada (que possui o poder sobrenatural de aparecer
e desaparecer dos locais – embora quando ela realmente apareça renda uma das
cenas mais tensas do livro), da Mrs. Robinson (com quem Ana não bica de jeito
nenhum) e do chefe de Ana (que se tivesse lido “O médico e o monstro” teria… enfim,
deixa pra lá). Ah, ela ainda continua cismada com o BDSM (embora ele saia do
foco principal neste livro) e, em muitos momentos, insiste em querer fazer
coisas por achar que ele precisa (mas ela continua não gostando). Mas pelo
menos em uma consulta com o Dr. Flynn ela ouve que BDSM não é doença, é modo de
vida. Acho que não adiantou, ele desperdiçou argumentos, mas pelo menos valeu
por tentar desfazer a má impressão anterior.

Enfim, melhorou, mas nem tanto. Tem cenas muito boas (a do baile, a do confronto com a ex-surtada e a consequência para a vida deles), mas continuo longe de entender o que causou todo o
oba-oba. E agora, por favor, me deem um tempinho antes de me forçar a ler a
derradeira parte da história do dominador paçoca (não força ou vira farelo) e
da ex-virgem superpoderosa que não tem noção de que pode salvar o mundo (pelo
menos, o da paçoca anteriormente mencionada).
Trilogia 50 Shades
1. Fifty Shades of Grey Cinquenta tons de cinza
.
2. Fifty Shades Darker – Cinquenta tons mais escuros
3. Fifty Shades Freed Cinquenta tons de liberdade.
Bacci!!!
Beta


ps.: Lamento pelos beiços da Ana. Pela quantidade de mordidas, ela vai estar entre ornitorrinco e tucano até o final do próximo livro.

4 Comentários

  1. Karol (Blog Miss Carbono)

    Ahhhhhhhhh esse livro é uma bomba!
    Pronto, falei.

    Até gostei do primeiro livro mas esse segundo me fez querer abandonar essa trilogia (algo que só não vou fazer por que sou brasileira e não desisto nunca). Concordo que essa segunda história é melhor escrita mas considero um livro meio sem assunto, já que o tempo inteiro a Ana fica com as mesmas duvidas do primeiro livro na cabeça.
    Isso para não falar da mudança radical do Christian que acontece em impressionantes 4 DIAS –''

    Sobre o chefe da Ana: também pensei em 'O medico e o monstro' kkkkk

    teh mais

  2. Andrea Jaguaribe

    Beta,

    Como sempre você traduz meus pensamentos. Christian Grey é o cara. O problema é que caiu nas mãos de uma autora que não teve fôlego prá fazer o que tinha que ser feito e deu no que deu.

    Fui até o fim da trilogia esperando que em algum momento iria deslanchar e ainda estou aguardando. Mas continuo achando o Christian "O cara". Realmente, já pensou um cara desses em mãos mais competentes?

    E a tal da Ana que vire um ornitorrinco com Botox! Ô garota chata!!!!!!

    Mas por causa desses livros vi muita gente voltando à leitura e esse foi o ponto positivo. Ah, e realmente tem gente na fila! kkkkk

    Bjs!

  3. Sil de Polaris

    Ah, não, sem qualquer vontade de ler essa trilogia cada vez mais, mesmo gostando desse nome: Christian Grey. Eu não tenho atração por livro assim. Quarto Vermelho de Dor ? ¬¬

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