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Naomi & Ely e a lista do não beijo – David Levithan e Rachel Cohn – Cap. 1073

Ciao!!! 
 
Disponível na Amazon
Confesso que foi uma leitura de altos e baixos. Amei algumas coisas e detestei uma personagem, pela total falta de empatia com ela.
Naomi & Ely e a lista do não beijo – David Levithan e Rachel Cohn – Galera Record
(Naomi & Ely’s no kiss list – 2007)
Personagens: Naomi; Ely; Bruce, o Primeiro; Bruce, o Segundo; Gabriel; moradores d’O Prédio
Naomi & Ely são praticamente uma “entidade única” já que são vizinhos e melhores amigos desde sempre. A amizade entre eles sobreviveu inclusive à confusão armada pelo caso extraconjugal do pai de Naomi e uma das mães de Ely. No entanto, eles tinham uma norma, a “lista do não beijo”, composta e atualizada pelos homens a quem ambos não poderiam beijar. Só que Ely descumpre a lista em alto estilo: beijando Bruce Segundo, o então namorado de Naomi. Com isso, toda a dinâmica d’ O Prédio será abalada porque nada mais será o mesmo entre os ex-amigos para sempre  inseparáveis.
Comentários:
Passei o livro inteiro me estapeando com a Naomi. #prontofalei. Esqueça adolescentes idealizados e fofos ou as contrapartidas torturadas e sombrias. Temos aqui pessoas normais com vidas normais. Aliás, caso você não repare, vou antecipar, há uma incrível diversidade entre os personagens da trama, seja de origens, seja de raças e seja de condutas pessoais. E apesar de Naomi e Ely estarem no título, eles não são os únicos narradores. Cada capítulo tem pelo menos um narrador diferente – há alguns de narrativas divididas. Há dois capítulos que dialogam diretamente: o segundo responde ao primeiro.  
O livro gira em torno da amizade e do rompimento entre Naomi e Ely. O estopim foi que Ely e Bruce, o Segundo se beijaram e o amigo contou a Naomi, que fingiu não ser nada demais, até estourar. Mas pode tirar o cavalinho da chuva se você achou que foi por causa do namorado. O problema é que Naomi não conseguia aceitar o fato de Ely não desejá-la (como todo o resto do universo). E aí o motivo da minha briga com a personagem. ELY É GAY. ELY GOSTA DE RAPAZES. Naomi não é um rapaz, portanto…
Pois é, a maior parte da trama temos esse óbvio ululante para todo mundo no livro e fora dele, menos para a protagonista. Bonita, sedutora, carismática, envolvente, Naomi está acostumada a atrair a atenção, ela deseja e, em alguns casos, (Bruce, o primeiro) a alimenta. No entanto, desde o início, somos apresentadas ao fato de que, quem ela mais deseja, o melhor amigo (que é HOMOSSEXUAL), não retribui o que ela sente por ele. Óbvio. De tão óbvio, fica irritante o fato da criatura passar 90% dando murro em ponta de faca. À toa.
Ok, Ely também não é santo. Está acostumado a ser o cara “T&C” (que transa e corre). Parte corações porque não se apega excessivamente a ninguém. Até reparar no namorado da amiga. Até acontecer o beijo que também o deixa confuso. Então a jornada dele no livro é entender o que sente por Bruce, o Segundo, tentar não assustá-lo nem se assustar com isso.
E recuperar a amizade rompida com Naomi. Porque ela pega pesado com ele, fazendo o possível para magoá-lo. O que me irritou foram os
motivos dela. Foi a vingança por ser preterida até pelo namorado que ela tinha “para constar”. A essa altura eu já estava perguntando se seria necessário um outdoor para ela se mancar de que o sonho infantil em se casar com Ely e ter uma família não vai ocorrer porque ele é GAY e ela é uma GAROTA. Portanto, amizade é o que pode haver entre eles. Ele não a deseja. Nem a desejará.
Enquanto isso, a gente acompanha a jornada dos Robins, a Robin-mulher e o Robin-homem, que são os amigos mais improváveis onde começa a surgir uma atração. Percebe o impacto na mãe de Naomi da traição do marido com a vizinha lésbica. Vê a rotina dos insones d’ O Prédio. Percebe os sonhos de Gabriel, o porteiro gato que atrai a atenção dos moradores (inclusive Naomi e Ely) que tem uma banda nas horas vagas. Acompanha ainda o impacto do amor platônico, quase obsessivo, de Bruce, o Primeiro, por Naomi e como isso tira do sério até a irmã gêmea dele, Kelly. E se emociona com as dúvidas de Bruce, o Segundo, ainda perdido em entender os próprios sentimentos, porque ele não se sente digno de atrair a atenção de Naomi e muito menos a de Ely, ambos com personalidades mais magnéticas e vibrantes que as dele.
Apesar da toada “Ely não me ama, Ely não me quer” de Naomi, a sem-noção, o livro tem ritmo – graças aos diferentes narradores. Ele resolve bem as jornadas que apresenta. Dá o rumo a quem estava perdido em sonhos inúteis ou em uma rotina que confortava e confinava. Aliás, devo dizer que o capítulo onde um dos personagens explica porque se identificava com os X-Men é de uma beleza maravilhosa. É um dos meus favoritos, ao lado dos capítulos das playlists (mesmo eu não conhecendo algumas delas). Ah, como vocês sabem da minha falta de simpatia pelo autor é previsível o que direi: abria mão das citações tipo “minuto de sabedoria” de livros do Nicholas Sparks. Mas nada tira de Naomi o troféu “quase estraguei sua leitura”. Eu a achei uma chata egoísta de galochas. Ela realmente precisava de um sacode para entender o que deveria fazer para ser feliz.
Arrivederci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Uh, mas que confusão !!! Porém eu confesso claramente que eu não lerei este livro porque ele tem dois elementos estressantes pessoais que irão estressar-me muito, o que eu não pretenderia que acontecesse sem razões últimíssimas: mulher sem noção (que é coisa quase irremediável, com indicação de matar em ninho) e traição entre amigos (que não é pior que traição entre amantes, mas tem quase patamar igual).

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