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Cap. 1100 – A testemunha – Nora Roberts

Ciao!!!

A pessoa se esforça para
ficar com as unhas bonitas, pra vir a Nora Roberts escrevendo suspense e
romance e quase me fazer destruir tudo.
Porque Nora escrevendo
romance a gente se apaixona. Escrevendo suspense, a gente fica doida tentando
descobrir o final.
O livro é muito bom, mas tem
uns “poréns” a ser destacados.
A
testemunha – Nora Roberts – Bertrand Brasil
(The Witness – 2015)
Personagens: Elizabeth Fitch
Após 16 anos seguindo a
programação determinada pela mãe, Elizabeth se rebelou e embarcou em uma
jornada para agir como uma adolescente normal. Só que acabou testemunhando um
duplo assassinato e se tornou alvo de uma família da máfia russa. Confiou na
polícia e no FBI, o que não impediu mais mortes. Fugiu e estava condenada a
viver sempre nas sombras, desconfiando de tudo e de todos, eternamente
condenada por um crime cometido por outros. A menos que encontrasse motivação e
uma forma de virar o jogo para que Elizabeth finalmente pudesse voltar a viver.
Comentários:
– Vamos começar com um dos “poréns”:
o revisor deu uma cochilada em vários momentos do livro. Frases incompletas,
grafias erradas, pleonasmos. Sei que em um livro grande, são 475 páginas, é
maior a chance de ocorrer, justamente por isso tem que redobrar a atenção.
Leitoras mais críticas (e excessivamente apaixonadas pela grafia adequada)
sofrem quando encontram um “ela assumi” assim logo na primeira frase de uma página.
Espero que para a próxima edição estes erros não estejam lá.
– Elizabeth foi criada sem
parâmetros de afeto, por Susan, a mãe que a encarou como um projeto científico.
Desde a concepção – através de inseminação artificial – até cada instante da
vida planejado. Elizabeth só podia comer, vestir, ler, ouvir tudo que ela
determinada. Superinteligente, foi estimulada a seguir por um caminho onde não tinha
escolha própria. Ao ver que as férias prometidas de verão seriam mudadas para
outro curso que a levaria para a faculdade de Medicina, que ela não queria fazer,
rebelou-se e foi ignorada pela mãe, que viajou crente de que seria obedecida. Não
foi. Elizabeth chutou o pau da barraca e decidiu fazer tudo o que nunca tinha
feito. Incentivada por Julie, uma colega de escola, falsificou uma carteira de
motorista e entraram em uma boate badalada. Conheceram dois homens bonitos e
sedutores. Foram para a casa de um deles. E Julie e um dos homens foram mortos
a sangue-frio. Ela testemunhou tudo e fugiu.
– Ao procurar a polícia, foi
colocada sob proteção. Por tudo que ouviu, por ter memória eidética (“alguns a
chamam de fotográfica”), se tornou uma testemunha importante, já que o crime
envolvia integrantes de uma família da máfia russa que agia em, pelo menos,
quatro cidades do país. Só que nem a polícia, nem o FBI era totalmente
confiável. Mais morte, mais fuga, mais incerteza, mais vida na sombra.
– Doze anos depois, em Bickford,
uma cidade do interior do Arkansas, uma moradora reclusa desperta a curiosidade
da população, acostumada a se conhecer por gerações. O delegado Brooks Gleason
está às voltas com as demandas da cidade: vandalismo, jovem agressivo mimado
pelos pais tocando terror, violência doméstica agravada pelo alcoolismo.

– E um
encontro inesperado com a misteriosa Abigail Lowery aguçou ainda mais a
curiosidade, o instinto e o interesse dele. Não posso dizer muito mais. Exceto que, qualquer garota ficaria muito feliz em ter o delegado empenhado em realizar a sua segurança pessoal. (
Nenhuma surpresa. Ah, por favor, vocês sabem que a Nora cria uns homens que são valentes, corajosos, protetores e capazes de coisas que derretem o mais duro dos corações).
– Abigail queria sossego
para realizar seu trabalho em paz. Interações sociais com os moradores, só as muito
necessárias. Tinha trabalhos para desenvolver e um projeto pessoal para
entregar. No entanto, as demais pessoas não concordavam com este plano. Abigail
viu a tão organizada e planejada vida ter interferências que ela acreditava não
desejar. E episódios de violência na cidade do interior poderiam incentivá-la a
repensar muito mais que isso.
– Suspense, perigo, drama,
violência (de diferentes formas), relacionamentos familiar, pessoais. A gente,
que já conhece Nora de outros carnavais, trilogias, quadrilogias, séries,
livros isolados, sabemos do que ela é capaz de fazer. Uma trama onde outros
autores poderiam se embananar ou fazer algo raso, ela traz profundidade,
informação, pitadas de referências variadas, destacando como que uma mulher
inteligente, criada em circunstâncias excepcionais (para mal e para bem, porque
fez com que ela desenvolvesse diferentes habilidades que, mais tarde, foram
úteis) conseguisse sobreviver e depois se tornar a destruição tão temida por
aqueles que desejavam matá-la. 

– Neste processo, o amor fará a diferença. Justamente
o sentimento que ela demorou para encontrar e foi embora de uma forma tão trágica,
ao reencontrá-la e confundi-la pode se tornar a peça que faltava para fechar o
ciclo e poder viver em paz.
– Agora vou encerrar com o outro
“porém”: são páginas e páginas relatando o drama da protagonista, me fazendo
perguntar como é que ela escaparia sem assumir novos riscos, para ser elaborada
uma solução que, diante do tamanho da encrenca, soou muito rápida. Pode causar a
impressão que a protagonista poderia fazer aquilo antes e que faltava apenas um
“empurrãozinho”, que veio após o trecho intermediário. Outro detalhe é que não sei
se a solução encontrada seria possível na vida real. No entanto, como a vida
real anda superando a ficção, então melhor não duvidar de nada.
Cinco anos depois, eu reli o livro para a live com a Rosana, do Nora Roberts Brasil. E algumas percepções mudaram. Quer saber quais? Confira a íntegra da live.


 
Arrivederci!!!
Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    São essas confusões, dificuldades, encrencas de proporções preocupantes para dizer-se um mínimo – literárias ou verdadeiras – que fazem-me ficar satisfeita por ter sido uma adolescente comportada e responsável que nunca trouxe dissabores além de normalidade pequenina para minha mãe e para meu pai. Foi uma época boazinha …

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