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A indomável Sofia – Georgette Heyer – Cap. 1152

Ciao!!!
 
Gente, o que é Sofia? Praticamente uma força da natureza, que, uma vez em movimento, nada nem ninguém consegue deter!
Detalhe: heroína assertiva, proativa e independente de uma trama do século 19 em um livro escrito na década de 1950.
É pra muita protagonista pamonha e panguá chorar de vergonha por existir.
A indomável Sofia – Georgette Heyer – Editora Record
(The Grand Sophy – 1950)
Personagens: Sofia Stanton-Lacy e Charles Rivenhall
Lorde e Lady Ombersley não tinham a menor ideia com o que se comprometeram ao prometer que tomariam conta da sobrinha. O irmão de lady Ombserley criou a filha de forma totalmente original, longe das convenções da sociedade inglesa. O fato era que eles não estavam preparados para a força da natureza que era Sofia, independente, articulada, observadora e inteligente. E para uma família que não percebia a quantidade de problemas em que estava envolvida, por sorte, Sofia chegou e vai ajudar a resolver tudo!
Comentários:
Sofia me fez rir, me fez gargalhar, me fez exclamar o tempo todo: “Senhor amado, ela é louca!”. Na verdade, em meio a uma onda de protagonistas marcadas pela pasmaceira e atitudes que me fazem pensar em que realidade elas vivem, topar com uma força da natureza como Sofia é realmente chocante.
E é uma bênção. Ela muda a dinâmica de uma família grande, conservadora e normal. Totalmente desacostumados e despreparados para uma pessoa como Sofia.
Encaminhada aos tios pelo pai, que viajou para missão diplomática na América do Sul (leia-se: Brasil), Sofia chega com presentes inesperados para os primos. E apenas observando os comportamentos dos parentes e suas reações, descobre problemas.
A prima Cecilia que estava prometida a um lorde respeitável, mas que se apaixonou por um poeta sem recursos. O primo Hubert que estava angustiado com algum problema que não revelava aos pais e irmãos. O irmão mais velho, Charles, que conduzia a família com mão de ferro por causa da ameaça de falência, que estava noivo de uma garota puritana e chata de doer, a srta. Eugenia Wraxton.
Tudo isso narrado por uma autora que escreve deliciosamente, fazendo longos  parágrafos passarem suavemente e a trama fluir sem parar, acrescentando pitadas de humor e de sarcasmo. 

Como Sophy era muito inteligente para imaginar que esse discurso exacerbado era apenas de caráter geral, imediatamente pressionou Cecilia a lhe contar mais sobre o homem respeitável com caxumba, e depois de uma pequena hesitação e muito rodeio, Cecilia não só
revelou que um casamento entre ela e lorde Charlbury fora combinado (embora ainda não anunciado), mas também obsequiou-a com um retrato falado do honorável Augusto Fawnhope que deve ter se assemelhado a um sonho delirante para alguém que ainda não tivera o privilégio de ver aquele belo rapaz. Mas Sophy já conhecia o Sr. Fawnhope e, em vez de convencer a prima a deitar-se com uma dose
de calmante, ela disse da maneira mais prosaica:
– Sim, é verdade. Jamais vi Lord Byron, mas me disseram que ele não se compara ao Sr. Fawnhope. É praticamente o homem mais bonito que já vi. (p.56)

Inserindo-se em sua família, mantendo sua independência, Sophy consegue perceber todos os incômodos que os preocupam e resolve as situações após analisar e deliberar a melhor opção, resolve todos, mesmo a contragosto dos “beneficiados”.
O mais incrível é como ela, aos 20 anos, consegue ter mais clareza e inteligência que personagens mais velhos e mais vividos para ela. O fato de ter sido criada viajando pelos países com o pai diplomata permitiu que ela tivesse experiências diferenciadas e desenvolvesse habilidades sociais que a colocavam em permanente vantagem diante dos seus familiares, conhecidos e agregados que encontra na Inglaterra.
Eu não vou contar (óbvio), mas vocês não tem ideia do que Sophy é capaz de fazer para resolver os problemas. Ela traça os planos mais inesperados possíveis. Ninguém – nem a gente, nem os personagens – consegue prever o que ela faz. Por isso, várias vezes disse que ela era louca, mas, na verdade, era uma reverência à inteligência e ao brilhantismo de uma personagem completamente senhora de si mesma, capaz de mudar tudo e todos ao seu redor. Sofia nos conduz, como quer e bem entende, por uma jornada divertida, cativante, absolutamente inesperada e que você não vai conseguir ficar sem saber o final.
Arrivederci!!!
Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Ah, Sofia tem mesmo de ser uma força de natureza para conseguir alterar e resolver tantos problemas de seus familiares dessa forma – que não pediam seu socorro pelo que eu entendi. Não havia indignações ou revoltas contra sua intromissão ? Principalmente quanto a noivados arranjados, pois era um noivado afinal de contas ! Enfim: anotar para examinar um exemplar para comprar para rir bastante também.

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