Ciao!!!
Confesso
procês: quase não li este livro.
procês: quase não li este livro.
Não
porque ele seja ruim, pelo contrário. A Elis Miranda já contou ao Literatura de Mulherzinha o quanto ele a emocionou.
porque ele seja ruim, pelo contrário. A Elis Miranda já contou ao Literatura de Mulherzinha o quanto ele a emocionou.
Só
que não havia uma leitura mais perfeita para o dia das Mães, então, cá está a
minha resenha dele.
que não havia uma leitura mais perfeita para o dia das Mães, então, cá está a
minha resenha dele.
Quarto – Emma Donoghue – Verus
(Room
– 2010)
Personagens: Jack e a Mãe; o Quarto
– 2010)
Personagens: Jack e a Mãe; o Quarto
O
Quarto é o mundo de Jack e a Mãe, onde dormem, comem, rezam, tomam banho,
brincam, leem. Onde estão há anos, sem contato com “Lá Fora”. Jack não percebe
plenamente, mas eles estao trancados ali e dependem do Velho Nick para comer e
ter as condições de viver. No entanto, pela segurança deles, as coisas precisam
mudar e Jack terá que ser corajoso para ajudar a Mãe a ser bem sucedida a escapar
do cativeiro, mesmo sem a certeza de que os dois estão prontos para superar os traumas
e serem livres.
Quarto é o mundo de Jack e a Mãe, onde dormem, comem, rezam, tomam banho,
brincam, leem. Onde estão há anos, sem contato com “Lá Fora”. Jack não percebe
plenamente, mas eles estao trancados ali e dependem do Velho Nick para comer e
ter as condições de viver. No entanto, pela segurança deles, as coisas precisam
mudar e Jack terá que ser corajoso para ajudar a Mãe a ser bem sucedida a escapar
do cativeiro, mesmo sem a certeza de que os dois estão prontos para superar os traumas
e serem livres.
Comentários:
–
Quarto é ficção, mas inspirado em fatos muito reais: nestes casos onde homens
sequestram jovens e as mantém em cativeiro por anos. Basta uma pesquisa rápida
no Google e vão encontrar casos chocantes descobertos nos últimos anos. E eu
ando preferindo me distanciar da realidade ao ler: por isso também não vi o
filme que rendeu o Oscar de Melhor Atriz à Bree Larson e deveria ter indicado o fofo Jacob Tremblay pelo papel dificílimo que é ser o protagonista desta história.
Quarto é ficção, mas inspirado em fatos muito reais: nestes casos onde homens
sequestram jovens e as mantém em cativeiro por anos. Basta uma pesquisa rápida
no Google e vão encontrar casos chocantes descobertos nos últimos anos. E eu
ando preferindo me distanciar da realidade ao ler: por isso também não vi o
filme que rendeu o Oscar de Melhor Atriz à Bree Larson e deveria ter indicado o fofo Jacob Tremblay pelo papel dificílimo que é ser o protagonista desta história.
– Eu
sabia o quanto o livro era forte. E a maior força dele está em ter um narrador
de cinco anos de idade – completados logo no primeiro capítulo. Jack é um
menino que nunca saiu do Quarto, desde que nasceu. O mundo dele se resume ao
universo confinado naquele espaço restrito. Um universo construído inteiramente
pela jovem de 26 anos que é a Mãe dele. Em uma situação totalmente atípica, ela
conseguiu criar um ambiente razoavelmente saudável para o desenvolvimento de um
menino inteligente, esperto, observador, que conta a história de uma jovem
sequestrada que teve um filho no cativeiro e que sabia que, para o bem deles,
teria que descobrir uma forma de escapar de um quarto feito justamente para
impedir qualquer fuga.
sabia o quanto o livro era forte. E a maior força dele está em ter um narrador
de cinco anos de idade – completados logo no primeiro capítulo. Jack é um
menino que nunca saiu do Quarto, desde que nasceu. O mundo dele se resume ao
universo confinado naquele espaço restrito. Um universo construído inteiramente
pela jovem de 26 anos que é a Mãe dele. Em uma situação totalmente atípica, ela
conseguiu criar um ambiente razoavelmente saudável para o desenvolvimento de um
menino inteligente, esperto, observador, que conta a história de uma jovem
sequestrada que teve um filho no cativeiro e que sabia que, para o bem deles,
teria que descobrir uma forma de escapar de um quarto feito justamente para
impedir qualquer fuga.
– Muito
do poder do livro está no que Jack narra sem compreender plenamente. Jack não
conheceu outra vida que não seja aquela e ainda está pequeno demais para
entender que é uma situação de violência sexual, física e psicológica, ameaça e
restrição de liberdade. Mas a Mãe – e quem lê – sabe que existe um mundo muito mais
amplo que o Quarto: conhecimentos, relacionamentos, músicas, cheiros,
experiências, lugares, família. Tudo que foi tirado abruptamente dela, quando
foi sequestrada. Tudo que ela, por ainda estar confinada e dependendo do
captor, não pode dar ao filho como qualquer mãe gostaria.
do poder do livro está no que Jack narra sem compreender plenamente. Jack não
conheceu outra vida que não seja aquela e ainda está pequeno demais para
entender que é uma situação de violência sexual, física e psicológica, ameaça e
restrição de liberdade. Mas a Mãe – e quem lê – sabe que existe um mundo muito mais
amplo que o Quarto: conhecimentos, relacionamentos, músicas, cheiros,
experiências, lugares, família. Tudo que foi tirado abruptamente dela, quando
foi sequestrada. Tudo que ela, por ainda estar confinada e dependendo do
captor, não pode dar ao filho como qualquer mãe gostaria.
– O
problema é que desejar a liberdade pode não trazer a paz sonhada durante o
período de sequestro e confinamento. Mãe e Jack se tornam estranhos/estrangeiros
na sociedade. Ela, por ter passado sete anos afastada contra a vontade, forçada
a uma transição de jovem para Mãe (em nenhum momento sabemos o nome dela,
apenas a conhecemos pela sua identidade de Mãe, que é como ela é vista pelo
filho, narrador da história) em um ambiente nada saudável, os traumas que
precisará enfrentar mais cedo ou mais tarde, os laços familiares estremecidos,
o olhar – e o julgamento (sim, ninguém tem nada que emitir juízo de valores
sobre o sofrimento enfrentado por ela, principalmente, mas vai dizer isso nessa
sociedade acostumada a julgar tudo e todos do alto do poleiro da arrogância de
se achar o último bastião incólume da sociedade) – dos outros e a necessidade
de se submeter para proteger o filho e de tomar a decisão de arriscar uma fuga
pelo mesmo motivo: o medo de que o captor coloque Jack em risco. E o menino
porque o “Lá Fora” era algo abstrato, que quando se tornou concreto era assustador
porque ele não tinha referências anteriores para lidar e elaborar significados que
expliquem a dinâmica além do Quarto.
problema é que desejar a liberdade pode não trazer a paz sonhada durante o
período de sequestro e confinamento. Mãe e Jack se tornam estranhos/estrangeiros
na sociedade. Ela, por ter passado sete anos afastada contra a vontade, forçada
a uma transição de jovem para Mãe (em nenhum momento sabemos o nome dela,
apenas a conhecemos pela sua identidade de Mãe, que é como ela é vista pelo
filho, narrador da história) em um ambiente nada saudável, os traumas que
precisará enfrentar mais cedo ou mais tarde, os laços familiares estremecidos,
o olhar – e o julgamento (sim, ninguém tem nada que emitir juízo de valores
sobre o sofrimento enfrentado por ela, principalmente, mas vai dizer isso nessa
sociedade acostumada a julgar tudo e todos do alto do poleiro da arrogância de
se achar o último bastião incólume da sociedade) – dos outros e a necessidade
de se submeter para proteger o filho e de tomar a decisão de arriscar uma fuga
pelo mesmo motivo: o medo de que o captor coloque Jack em risco. E o menino
porque o “Lá Fora” era algo abstrato, que quando se tornou concreto era assustador
porque ele não tinha referências anteriores para lidar e elaborar significados que
expliquem a dinâmica além do Quarto.
– É
pesado, é tenso, é melancólico, é doído, é frustrante. Eu disse que era forte. Disse
que era ficção e, ao mesmo tempo, real. É um exemplo do que uma Mãe é capaz de
fazer por um filho, do quanto é capaz de aguentar e de sofrer por ele e do
quanto uma criança foi o motivo que a manteve de pé em uma situação totalmente
adversa. Fala sobre dor. Fala sobre perda. Fala sobre medo. Fala sobre afeto.
Fala sobre trauma. E acima de tudo, fala sobre amor.
pesado, é tenso, é melancólico, é doído, é frustrante. Eu disse que era forte. Disse
que era ficção e, ao mesmo tempo, real. É um exemplo do que uma Mãe é capaz de
fazer por um filho, do quanto é capaz de aguentar e de sofrer por ele e do
quanto uma criança foi o motivo que a manteve de pé em uma situação totalmente
adversa. Fala sobre dor. Fala sobre perda. Fala sobre medo. Fala sobre afeto.
Fala sobre trauma. E acima de tudo, fala sobre amor.
–
Links: Goodreads livro e autora;
site da autora;
Skoob;
mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Links: Goodreads livro e autora;
site da autora;
Skoob;
mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Bacci!!!
Beta
Olá, Beta!
Amei a resenha! Muito!!!
Há anos que quero ler este livro. E há anos o evito. Não sei se um dia terei coragem suficiente para lê-lo, sobretudo por envolver criança. Não suporto essas histórias quando há crianças no meio. É angustiante demais. Já é desesperador quando as vítimas são mulheres, ou quaisquer outros seres humanos, mas quando se trata de crianças… tudo é pior. E por isso ainda não sei se um dia serei capaz de ler este livro. 🙁
"Quarto é ficção, mas inspirado em fatos muito reais: nestes casos onde homens sequestram jovens e as mantém em cativeiro por anos. Basta uma pesquisa rápida no Google e vão encontrar casos chocantes descobertos nos últimos anos."
Pois é, Beta. Estes livros costumam ser bem reais. Não apenas por mostrarem situações que poderiam se passar na vida real. Mas sobretudo porque de fato mostram situações reais. Pesadelos que se passam na realidade. Sempre que leio livros assim fico pensando em quantas pessoas estão passando por momentos assim neste exato instante. Quantas estão aguardando um socorro que muitas vezes não chega. E é horrível pensar nisso.
"sim, ninguém tem nada que emitir juízo de valores sobre o sofrimento enfrentado por ela, principalmente, mas vai dizer isso nessa sociedade acostumada a julgar tudo e todos do alto do poleiro da arrogância de se achar o último bastião incólume da sociedade."
Vivemos todos numa sociedade muito hipócrita, recheada de julgamentos e preconceitos. E são muitas as pessoas que amam falar dos outros, de como fulano de tal deveria ter agido, que tal pessoa não deve ter sofrido tanto como diz por causa disso e daquilo. Mas parar para se colocar na situação da pessoa elas não fazem. Se todos fizéssemos o exercício de nos colocar no lugar do outro antes de dizer ou agir de determinada maneira, o mundo seria bem melhor.
Se desejar ler outros livros do gênero (mas que não têm crianças como personagens principais e nem secundários) eu recomendo: Identidade Roubada – Chevy Stevens (a mocinha é sequestrada por um psicopata e mantida em cativeiro por um ano) e No Escuro – Elizabeth Haynes (neste caso, a mocinha sofre violência doméstica e escapa da morte por muito pouco, passando a sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo e estresse pós-traumático, além de ver-se novamente em perigo quando o homem que quase a matou pode ser colocado em liberdade).
Uma história que eu conheci através de sua narrativa neste blogg, mas que eu não pretendo assistir ou ler, principalmente por saber que foi uma ficção inspirada em fatos reais. Eu vim a conhecer um desses fatos reais em um filme que minha tia escolheu, entrando de gaiata naquela escolha. Eu tenho uma mistura de sentimentos ruins contra um canalha que fez tudo o que fez contra três garotas, então …