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Cap. 1210 – Confusões de um garoto – Patricia Barboza

Ciao!!!!


Nada
como pegar livros para adolescentes para relaxar de dias intensos e corridos. E
me lembrar de como eu era nesta época, além de achar que o mundo era menos
complicado que agora…
Confusões de um garoto – Patricia
Barboza – Verus Editora
(2016)
Personagens:
José Carlos de Almeida Júnior, Zeca
A vida de Zeca jamais seria
a mesma após aquele verão. Primeiro porque parecia que todas as mudanças
físicas vieram juntas, ele tinha ficado mais alto, mais forte e superou a
mudança da voz. De repente, todo mundo estava prestando atenção nele. Além
disso, o garoto não entendia os sentimentos pela melhor amiga, Júlia. E tentava
acompanhar a mente incompreensível das irmãs gêmeas e da mãe. Ou seja, as
confusões habituais de um adolescente de 14 anos.
Comentários:
– Estamos acostumados a ver
tramas narradas por garotas, independente do estilo. É interessante, mas por
exemplo, afasta muitos garotos dos livros por conta da bobagem de achar que
estão lendo “coisas de garotas”. Por isso, um livro narrado por um garoto
oferece um ponto de vista diferente que pode chamar os leitores para saber se
compartilham das mesmas experiências.



*** Veja como a Patrícia Barboza pesquisou sobre o universo masculino no #LdMnaBienalJF ***
– Nesta fase da vida, os
garotos – já que estamos focados na jornada de Zeca – também passam por várias
mudanças, sejam o estirão e as modificações corporais ou a mudança da voz. No
caso dele, ainda tinha o fato de conviver bem com os pais separados (creiam,
nem sempre isso é possível) e tem a relação habitual com as irmãs gêmeas mais
novas (ou seja, não entende quase nada que se passa na cabeça delas). Quando a
história começa, ele está aprendendo a lidar com o novo corpo, com a nova voz,
com todo mundo estranhando a mudança que ele sofreu durante o verão, com a
surpreendente atenção que passou a chamar das meninas. Ah, sim, o típico humor
instável da idade. A divergência de interesses com quem antes era amigo pra
todas as horas.
– Zeca passa também pela
descoberta de como se relacionar com as garotas, a timidez, os foras, as
rejeições, a dúvida quando o interesse pode ser real, o ciúme que vem do “além”
(que você custa a admitir que é ciúme). Neste caso, ele sempre conta com o
apoio dos pais para tentar colocar ordem na confusão mental e emocional que se
instala (o que é uma baita sorte dele, porque nem todo mundo tem coragem ou faz
isso, preferindo, às vezes, ouvir quem não tem nada de bom para acrescentar)
– E ainda encontra espaço
para outros temas que se tornaram comuns nesta idade, como o bullying – que não
está mais nem perto de ser aquilo que outras pessoas mais velhas que eu
enfrentaram, o tal “ah, todo mundo teve um apelido na vida”. O bullying tem
todo um desejo de maldade e de ferir a pessoa em uma proporção que os
apelidinhos irritantes nunca tiveram. (Sim, tentaram colocar em mim apelidos
irritantes. Sim, soube lidar com eles. Não, não é uma boa lembrança para quem
tentou colocar os tais apelidos em mim).
– Como não li a primeira
versão, de 2010, não posso listar onde estão os acréscimos da edição revisada e
lançada agora pela Verus. De qualquer forma, pra quem já trilhou este caminho,
vale para matar a saudade (ou não) de grandes dilemas existenciais vividos
entre os 12 e os 15 anos. Além disso, é uma opção para sala de aula para
discutir medos, autoestima, formação da identidade, individualidade, laços de
amizade, laços de afetividade. Ótimo para levar para os adolescentes para
mostrar que cada um deles não está sozinho ao enfrentar os problemas, confusões
e outros balacobacos desta fase da vida.
Bacci!!!
Beta

2 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Ah, eu não tive apelidos: eram ofensas mesmo. Minhas alterações físicas demoraram a surgir e foram lentas quando surgiram então eu era provocada por não ter dimensões de mulher sob minhas roupas. Eu gostava de educação física até ser hora de correr e jogar basquete, futebol, vôlei em que eu era péssima. Mas eu era ótima em queimada ! Foi uma época em que eu amei estar pela biblioteca, cercada à sós por livros.

    Entretanto esta adolescência dele está parecendo ser incrível, sem terrores absurdos, mas novidades complicadas com que lidar sem ter idéia de que fazer para lidar com tudo. Ele ficou com o que havia de mais prazeroso em adolescência, um período que ele está julgando estranho mas sem ser vítima de terceiros imbecis procurando autoafirmação de modos tortos (ou por crueldade intrínseca mesmo). Pareceu ser divertido !

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