Ciao!!!
Sabe quando a maré não está boa e você sabe que a tendência é piorar pra só então, do que sobrar, recomeçar (se der)?
É assim que está a vida de Sydney Stanford quando começamos a acompanhar a vida dela neste young adult lançado pela Editora Seguinte.
Os Bons Segredos – Sarah Dessen – Seguinte
(Saint anything – 2015)
Personagens: Sydney Stanford, sua família, amigos e a família Chatham
Um atropelamento que deixou um adolescente paraplégico levou o irmão mais velho de Sydney, Peyton, para a cadeia e marcou o agravamento de uma crise silenciosa na família Stanford. A mãe ficou obcecada em agir como se Peyton fosse uma vítima do destino e queria demonstrar (às vezes forçando a barra) que toda a família o apoiava. O pai não reagia e aceitava a liderança da esposa. Nenhum dos dois percebia o sofrimento da filha caçula, que estava presa em uma invisibilidade forçada. Até o dia que entrou em uma pizzaria e iniciou a descoberta de uma família tão única, que a acolheu como ninguém antes. Talvez fosse o fim do “tudo bem” sem significado concreto para ela.
Comentários:
– Imagine uma pessoa sufocada por não ser suficiente e pressionada pela culpa pelos erros do irmão mais velho. Esta é Sydney. Mas quando a história começa, se você perguntar como ela estava, a resposta era automática: “Tudo bem”. Só que não estava nada bem. O irmão Peyton tinha evoluído da delinquência juvenil, arrombamentos e vandalismo para um crime com consequências sérias: dirigiu embriagado e atropelou um adolescente, que ficou paraplégico.
– Por meio da narrativa de Sydney acompanhamos a forma como os pais – especialmente a mãe – ignoram a gravidade do crime de Peyton. Para desespero mudo dela (que passou a sentir culpa por toda a família), agem como se ele fosse também uma vítima. E se antes, tudo na casa era em função do que Peyton aprontava, com a prisão, tudo gira em torno da ausência dele. Sugados por isso, a mãe não tem outro
assunto e o pai não a contradiz. E Sydney engolia o que gostaria de dizer e manifestar atrás dos “Tudo bem” automáticos e vazios.
assunto e o pai não a contradiz. E Sydney engolia o que gostaria de dizer e manifestar atrás dos “Tudo bem” automáticos e vazios.
– Buscando fugir deste clima e da vergonha de todos saberem o que o irmão fez, Sydney saiu da escola particular onde estudava e foi para outra, disposta a recomeçar. No primeiro dia, saindo da aula, ainda naquele estranhamento de local novo ainda desconhecido, entrou em uma pizzaria. Foi assim que encontrou os Chatham. Layla e os irmãos dela, Mac e Rosie, o pai e a mãe, diagnosticada com esclerose múltipla. Passou a ver como é a rotina em outra casa, que também tem problemas, mas outra forma de abordá-los. E mais importante: a menina que não era vista e considerada em casa, encontrou um lugar, um abrigo onde era acolhida e considerada uma deles.
“Primeiro ela me classificou como ‘resto’; depois como ‘qualquer outra coisa’. Eu sempre tinha sido a outra, a que não era Peyton. Já tinha até aceitado. Mas então finalmente conhecia pessoas que me enxergavam de um jeito diferente. Agora que eu era real e estava em primeiro plano para alguém, nunca mais queria ser invisível” (p.273)
– Abordando temas como insegurança, culpa, peso da responsabilidade, expectativas frustradas, relacionamento entre pais e filhos, rebeldias adolescentes, sonhos, frustrações, medo, desconforto, a autora transita pela construção da autoestima e da identidade de Sydney, que ficou incomodada por estar sempre à sombra do irmão ou das coisas que ele aprontava.
– E lamentava que os pais não percebessem a diferença ou mesmo o risco a que ela estava exposta. Culpava ambos por não respeitarem a dor do menino ferido pelo irmão. Queria que reconhecessem que ela merecia ser um ser individual, sem ter que cumprir pena por tabela. Psicólogos que entrevistei algumas vezes comentavam isso, que a família precisava se tratar junto com o parente dependente (Peyton também se envolveu com drogas na jornada negativa dele), porque todos adoecem juntos e não adianta nada curar um sem curar os outros. Enfim, é uma jornada de muitas pendências familiares dos Stanford e pessoais de Sydney a serem resolvidas, muito a ser feito antes que
fosse tarde demais.
fosse tarde demais.
– E posso dizer uma coisinha: apesar do título em Português fazer total sentido ao longo da história, devo ressaltar que fiquei bem curiosa com o título original – Saint Anything – e quando há a explicação e ela é de uma simplicidade e profundidade que não posso deixar de
amar a ideia da autora. Só não posso contar aqui. Você vai ter que ler para descobrir.
amar a ideia da autora. Só não posso contar aqui. Você vai ter que ler para descobrir.
– Links: Goodreads livro e autora; site da autora; site da editora; Skoob.
Arrivederci!!!
Beta
Eu não esperava nada desse livro quando comecei a leitura e fui gratamente surpresa. Gostei muito do livro e tb tinha ficado curiosa sobre o título original. Adorei! Ah, outra coisa que tb fiquei curiosa foi com o carrossel da capa. Tb achei muito legal o contexto dele na história!
=)
Suelen Mattos
______________
ROMANTIC GIRL
Oh, céus, que situação espinhosa ! Não bastasse ter um irmão criminoso ! Ter mãe e pai cegos a tudo que não fosse seu irmão criminoso foi um complicador odioso ! Uma situação de ocorrência muito maior de que se pensa ser possível aliás, em grau maior ou menor. Eu fui surpreendida alegremente com essa acolhida por parte de uma família que ela nunca havia encontrado antes. Uma luzinha muito meiga nessa drama amargo.