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Amanhã eu paro! – Gilles Legardiner – Cap. 1368

Ciao!!!

Disponível na Amazon
 
                      Capa original                   Capa italiana – sem comentários
 
Capa espanhola – sim, tem a ver com a história
 
O aviso veio: não é um livro sobre gatos.
Até parece que eu não iria ler um livro com um gato de gorro peruano na capa.
Mas até que me surpreendi com algumas coisas desta chicklit à francesa!
 
Amanhã eu paro! – Gilles Legardiner – Editora Arqueiro
(Demain j’arrête – 2011 – Fleuve Éditions)
Personagem: Julie Tournelle
 
A bancária frustrada Julie Tournelle encontrou na caixa do correio uma razão para viver: descobrir quem era Ric Patatras. Ela começou a fazer loucuras para ver o novo vizinho. E depois para se aproximar dele. E por fim, para que ele se apaixonasse por ela. No entanto, movida por uma mente excessivamente fantasiosa, Julie percebe que o charmoso vizinho tem algum segredo que, obviamente, ela precisa descobrir… com direito a muitas confusões e trapalhadas pelo caminho.
 
Comentários:
 
Se você já leu alguma chick lit já sabe o padrão que vai encontrar: uma mulher na faixa dos vinte e poucos e trinta e poucos anos; frustrada profissionalmente, superando perrengues amorosos, contando com um grupo de amigos confiáveis, capaz de fazer atos insanos/inesperados até colocar toda a vida nos trilhos. 
 
Pois bem, agora lendo um chick lit à francesa, devo ressaltar que Julie Tournelle leva o aspecto LOUCA a um grau raramente visto por mim em todos estes anos de leitura. A Bridget Jones era impulsiva, a Becky Bloom me soou irritante (sei que tem gente que ama a série, mas eu não passei do primeiro livro), a Holly Colshannon era azarada e atrapalhada.
 
No entanto, a Julie é obsessiva, delirante e absolutamente louca. Do tipo que recém-saída de uma relação rompida fica intrigada por um sobrenome, decide investigar o vizinho, é flagrada com a mão presa na caixa de correio dele. E a partir disso, investe numa campanha para se aproximar, cativar e fazê-lo se apaixonar por ela (que já estava completamente imersa em uma GRANDE HISTÓRIA DE AMOR: sério, a menor suposição de alguma migalha de descoberta sobre Patatras, a mente dela tecia umas teorias que eu fiquei seriamente dividida entre o engraçado e o pavor de uma mente assim).
 
No entanto, é cada vez mais óbvio que o rapaz tem um segredo. E Julie decide desesperadamente descobrir porque nada pode atrapalhar o final feliz que ela tanto deseja ao lado dele.
 

Talvez seja esse o segredo da felicidade. Hoje vejo você falando nesse Ric de um jeito que nunca fui capaz de falar de nenhum dos caras com quem fiquei. Eu não sei grande coisa, mas pelo menos uma coisa nesse mundo eu entendi. O verdadeiro milagre não é a vida. A vida está por toda parte, pululando. O verdadeiro milagre, Julie, é o amor. (p.94)

 
é nesta saga delirante-obsessiva que Julie vai construindo a sua versão de quem é Ric Patatras e mudando a própria vida no caminho. Contando com apoio dos melhores amigos e também os apoiando quando necessário. É justamente a faceta humana que evita que Julie vire uma caricatura – quando eu tinha certeza de que ela estava a um passo de uma intervenção médica urgente, ela vinha com alguma atitude tão simples, singela e humana que me desarmava.

E me fez perceber que Julie é aquela pessoa que precisa desesperadamente de um estímulo externo para movimentar a própria vida. Não é questão de julgar ou aprovar, é o que funciona para ela. 

No fim das contas, entre ditados da avó, escolhas de atitude cada vez
mais surreais, gatos, teorias delirantes, a “agente JT” avança em sua missão Patatras – o título é aquela referência básica às coisas doidas em que sempre fazemos mesmo sabendo que não faz bem, que é errado ou que não vai dar certo (mas a gente acredita que, sim, vai terminar tudo em final feliz, persiste e o “amanhã eu paro!” nunca chega).

A gente ri, a gente não acredita, a gente pode até chorar com as situações narradas na saga de Julie. A probabilidade deste livro não arrancar alguma – ou todas – estas reações de quem lê é bem pequena. É uma diversão recomendada. Nem para que você tente entender a lógica por trás de uma mente caótica desesperadamente obcecada e apaixonada.
 
 
Arrivederci!!!

Beta

ps.: O gato lindo da foto é meu sobrinho – Tunin – que volta e meia aparece no meu Instagram. 🙂

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