Depois de Maia, Ally e Estrela, chegou a vez de Ceci se confrontar com o desafio de buscar o próprio passado. A jornada a levará para longe de tudo que ela conhece.
A irmã da pérola – Lucinda Riley – Arqueiro (As Sete Irmãs 4) (The Pearl Sister – 2017) Personagens: Celeno “Ceci” D’Aplièse
Após perder a companhia constante de Estrela, Ceci se viu sem rumo. Isso a impulsionou a seguir as orientações de Pa Salt e embarcar para a Austrália. A jornada a leva ao encontro da história de Kitty Mercer, uma pioneira do comércio de pérolas na primeira metade do século 20. A terra das oportunidades poderia abençoar ou destruir quem se arriscava por lá. E nesta jornada, nem sempre o amor será o melhor guia ou conselheiro.
Em busca de um rumo
Depois de acompanharmos Estrela encontrando a própria história e aprendendo a ter uma vida – e voz – própria, chega a vez de saber o que acontece com a outra metade da dupla do meio entre as irmãs D’Aplièse. Com a perda de Estrela, Ceci ficou magoada e desorientada, por causa de todos os anos em que as duas viveram daquela forma simbiótica, onde uma compensava as fraquezas da outra de forma protetiva.
O rompimento com Estrela foi o empurrão, mas carta de Pa Salt, uma foto antiga e a frase “Pela graça de Deus, sou o que sou” fizeram com que ela viajasse em direção ao lugar que ela temia: Austrália. Eu ri quando ela não acreditou que lá existem aranhas do tamanho de um punho. Como o livro se passa em 2007, ela ainda não teve acesso ao Instagram do Chris Hemsworth para ver exemplos da vida natural no país, como esta foto e esta aqui que me dão nervoso e esta outra que me faz rir. E eu concordo com a Ceci no que diz respeito a ausência de simpatia por serpentes e insetos venenosos ou não.
Voltando ao que interessa: Ceci embarca na jornada em busca do passado e também em busca de quem se tornará a partir da necessidade de uma vida independente da irmã. Isso exige que ela pense muito em quem é e descubra o óbvio: não gosta muito de si mesma, porque sempre se sentiu inferior e permitiu que outros a tratassem assim.
Agora sem o conforto de ter a irmã por perto, precisaria lidar com um mundo que era complicado e desafiante ao mesmo tempo. É uma história de amor, da descoberta do amor próprio de uma jovem que nunca se sentiu realmente pertencendo a algum lugar ou a alguém.
“– O amor é a emoção mais egoísta e altruísta do mundo, Celeno, e suas facetas não podem ser separadas. A necessidade em si luta com o desejo de a pessoa querida ser feliz. Só que o amor não é algo a ser racionalizado e nenhum ser humano escapa do seu controle, acredite“.
Não mais sufocada
Nas viagens, Ceci encontra muito além do que esperava, até porque temia criar expectativas e se decepcionar. Descobre uma antepassada que veio para a Austrália como dama de companhia e teve uma vida marcada pelo empreendedorismo, coragem, força em um ambiente hostil para homens e uma sociedade que restringia as mulheres e pelo fato de ter errado em apenas uma escolha. No entanto, a vida cobrou o preço dela, mas também soube dar a contrapartida. Nada como um dia depois do outro, né?
Gostei de encontrar uma Ceci mais forte ao final do livro, que soube criar novos laços e reposicionar os antigos e estava disposta a enfrentar o mundo e desenvolver os próprios talentos – ao invés de se deixar sufocar sobre como a viam e rotulavam. Engraçado que uma coisa que eu pensei antes de ler o livro ficou no ar aqui (espero saber mais sobre isso na sequência da série).
A série continua cativante, respeitando os ritmos próprios de cada protagonista, deixando algumas pontas a serem costuradas no futuro. E agora, vem Tiggy, estou esperando por você!
ps.: Da série “pode parecer bobagem, mas eu gostei”: um momento marcante na vida de Kitty Mercer aconteceu no dia 13 de novembro, dia do meu aniversário… e em outro momento eis que surge FLORENÇA na história😉 ps.: Confiram o que a Lucinda Riley falou sobre o livro, neste vídeo compartilhado pela Editora Arqueiro.