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*** Palavra de Mulherzinha: vamos falar sobre Anna Whitfield!

Ciao!


Todo
mundo sabe que a Nora Roberts é uma excelente escritora. Não é à toa que muitas
pessoas apaixonadas por livros a têm como a favorita. Não é que ela não erre – claro que é improvável que você goste de
todos os livros dela. No entanto, para muitas pessoas (onde eu me incluo), ela atingiu o status de ser uma autora de confiança: não sabe, está em dúvida sobre o que ler, pegue algo
da Nora.

E vou parar
por aqui, porque o #NoraDay é em outubro. E porque o motivo deste texto é outro.
Destacar uma personagem criada pela autora: Anna Whitfield.

muito tempo (põe uns 20 anos na conta), a Nora escrevia para a
Silhouette-Harlequin uma das minhas séries favoritas: a família MacGregor. 
Estou em um processo paciente de reler os livros e fiquei anos esperando para ler os ainda inéditos no Brasil, porque alguns foram lançados bem
depois – e fora da ordem – no Brasil.  Um deles foi
Hoje e Sempre.
Fui ler em 2015, o Capítulo 1.000, comemorando 10 anos do
Literatura de
Mulherzinha
– que foi relançado pela Harlequin Brasil em março deste ano.
Como já
falei do livro, cá estou eu três anos depois, para falar da protagonista: Anna
Whitfield, uma das melhores heroínas que li em 2015. Teremos alguns spoilers a partir de agora se você não leu o livro.
Limitarei o máximo que puder, mas estejam cientes, ok? 

O livro começa com um
prólogo que se passa anos depois, para então nos situar no mote principal – o relacionamento
entre o patriarca e a matriarca dos MacGregors.
Anna era
a herdeira de uma família tradicional de Boston, mas estava longe de ser como
as outras herdeiras: preparadas para se casarem e serem a “Sra. de um alguém”. Ela
queria ser senhora de si mesma. 

Por isso, graças à herança da tia Elsie, tachada
de excêntrica porque fez fortuna sozinha, de forma inteligente e nunca desejou
se casar, Anna pode realizar o seu sonho: estudar Medicina para se tornar cirurgiã.
Claro que isso não era bem-visto na época em que se passa a história (Nora não dá
nenhuma dica de data, mas podemos chutar um período entre os anos 1940-1950.
Antes eu até achei que era na década de 1920, mas justamente a explicação da forma
como Elsie fez fortuna me deu a pista de que a trama se passa mais tarde): as
mulheres deveriam ser esposas e não querer nada além disso.

Nos livros seguintes e que antecedem Hoje
e Sempre
na série, estamos acostumados a ver as tramoias de Daniel MacGregor
para casar os herdeiros de sangue ou afetivos e manter a linhagem. Anna aparece
como a única pessoa capaz de por freio e “medo” no velhinho escocês metido a
cupido. Dos que me lembro, ela aparece menos, geralmente aconselhando algum dos
filhos “vítimas” do marido casamenteiro. Então, o livro oferece a chance de
entender quem era a mulher que se tornou a matriarca dos MacGregor e muito mais
que isso.

Anna é
uma jovem que não se conformou. Ela foi atrás do sonho dela quando parecia
impossível, improvável e inadequado pela sociedade. Enfrentou todos os desafios
de quem a olhou torto por querer estar em um espaço onde as mulheres que lá
estavam eram consideradas não femininas e não eram bem-vindas (neste ponto, a
jornada de Anna me lembra as de outras personagens: Thomasina, do livro Uma lição para não esquecer,
da Marianne Willman e Blair, do livro Mulher de Fogo,
da Jude Deveraux que merecem textos mais detalhados no Literatura de Mulherzinha).
E justamente
quando ela está perto de se formar e iniciar a residência em cirurgia, um
escocês forasteiro, rico, mas sem “berço”, invade não só a sociedade de Boston
com sua ambição, mas o caminho de Anna. Ele percebeu a beleza, a inteligência e
o fato de ela não se esforçar nada para encantá-lo. Afinal de contas, ele não
era o interesse dela. Logo, Anna se tornou um desafio. E Daniel não recusava
um.
O
livro nada mais é que o embate entre estas duas forças. E temos que reconhecer
que Anna não é uma personagem a ser subestimada. Uma pessoa de personalidade
fraca não teria encarado o desafio a que ela se propôs, contrariando família,
aguentando comentários enviesados de “colegas” de turma e da sociedade que
esperava que ela entendesse logo qual era o seu lugar. 

O que nenhum deles
entendia era que Anna sabia exatamente o lugar dela: a sala de cirurgia, lutando
para salvar vidas. Uma pessoa determinada o suficiente para fazer isso não vai
se “render”, mas vai exigir companheirismo. E um cabeçudo como o Daniel
MacGregor pode levar tempo para captar a mensagem.
 

O amor crescia e se aprofundava. Mas, mesmo
enquanto isso acontecia, ambos se afligiam sobre o que estava faltando no
relacionamento. Daniel desejava um casamento. Anna, uma parceria. Ainda não
haviam descoberto como combinar as duas coisas.  
 

Muitas
vezes eu reclamo por pegar um livro com personagens que me deixam irritadas. Há
muitos anos, o padrão era protagonista vulnerável, frágil, sofredora (em alguns
casos, o “romance” era um disfarce para um relacionamento abusivo que deveria
acabar na cadeia e não no altar). Em alguns casos, as mocinhas eram tão parvas
e tontas que pareciam seguir o mote “virgindade = burrice total em relação à
vida”.
Pois
bem, Anna não é nada disso. Todas as decisões dela, inclusive as amorosas são
pensadas, ponderadas e ela luta para não ter que abrir mão do que quer na vida.
Seja a Medicina, a cirurgia ou mesmo o cabeçudo Daniel. Por isso, às vezes, é
necessário ter que colocar todos os pingos nos “is” certinhos.
 

– Amor é uma palavra vazia quando não há
respeito. Prefiro não ter amor, a tê-lo de um homem que não pode aceitar-me
pelo que sou. Prefiro não dar amor a um homem que não compartilha seus
problemas comigo, nem o seu sucesso.
 

Nora
Roberts escreve uma mulher com que a gente se identifica. As mais novas provavelmente
veem a luta de mães e avós e tias se equilibrando em multitarefas. As mais
experientes se desdobram e lidam com as pressões profissionais, familiares e sentimentais. A gente vê Anna lidando com as pressões sociais,
com as metas que sonhou para si mesma e com os sentimentos por Daniel, tentando
encaixar tudo conforme os desejos dela. Anna sabe o que quer e lutou para provar
que não havia vontades antagônicas, mas possibilidades de futuro que poderiam
convergir de forma bem-sucedida. Precisamos de inspirações assim no nosso dia a
dia.
A
série MacGregor é fofa e valoriza os relacionamentos familiares, claro que usa
de uma família rica e poderosa para nos mostrar isso, o que serve de outra lição:
eles são quem são independente do dinheiro que conquistaram em suas profissões.
E vocês sabem que Nora escreve famílias e relações afetivas com maestria. Então
se não conhecem a série, aproveitem a republicação. As capas estão lindas, na releitura
que fiz não encontrei erros. Talvez a letra pudesse ser um pouco maior, para ficar
mais confortável com quem teve ou tem problemas de visão (a dica veio de #MadreHooligan,
que voltou a ler depois de cirurgias por causa de catarata e faz controle de
glaucoma).
Série Os
MacGregors (The MacGregors)

1. Jogo da Sedução – Playing the Odds (1985) –
Serena MacGregor e Justin Blade
2. Destino Tentador – Tempting Fate (1985) – Caine
MacGregor e Diana Blade
3. Orgulho e Paixão – All the Possibilities (1985)
– Alan MacGregor e Shelby Campbell
4. Encanto da Luz – One Man’s Art (1985) –
Genevieve Grandeu e Grant Campbell,
5. Hoje e sempre – For Now, Forever (1987) –
Anna Whitfield e Daniel MacGregor
6. Rebelde – Rebellion (1988) – Serena
MacGregor e Brigham Langston
7. Um mundo novo – In From the Cold (1990) –
Allanna Flynn e Ian MacGregor
8. Instinto do amor – The MacGregor Brides (1997) –
Julia, Gwen e Laura
9. Beijos que conquistam – The Winning Hand (1998) –
Darcy Wallace e Robert MacGregor Blade
10. Amor nunca é demais – The MacGregor Grooms (1998) –
D.C., Duncan e Ian
11. Um vizinho perfeito – The Perfect Neighbor (1999) –
Cybil Campbell e Preston McQuinn

Bacci!!!
Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Oh, eu tenho esse romance !!! Aliás eu tenho essa série inteira, comprada em tempos mais áureos !!! Eu fico cada vez mais apaixonada por esse velhinho escocês conforme leio suas postagens falando sobre ele, um pouquinho mais ou um pouquinho menos. Certo: parabéns a personagem feminina principal por ter sido tão excelente !!! Tem como imaginar sua sociedade sem dificuldade alguma, entendendo tudinho !!!

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