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Reflexões sobre citações de O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry – Cap. 1727

Ciao!!! 

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Eu sou uma pessoa completamente apaixonada pela história de O Pequeno Príncipe. Tenho em várias línguas e adaptações e, para muitas pessoas, se tornou uma opção de presente certa para mim. Cartão postal, cadernos, agenda, lápis, livros, canecas, bolsa, camisas. Confesso que ainda faltam na coleção um boneco do príncipe e outro da raposa.

Também é referência quando preciso presentear alguém e posso relacionar com o filme. Andei por várias lojas atrás de um aviãozinho de madeira – mas tinha que ser um que parecesse com o do Aviador. Quando estava quase dando a busca por perdida, encontrei. E detalhe: em um lugar onde eu não tinha entrado para procurar. O detalhe é que devia ter comprado um pra mim, mas só me dei conta disso depois.

Há oito anos, escrevi um texto sobre como o meu caminho cruzou com o Principezinho, na celebração do Abril Imperdível de 7 anos do Literatura de Mulherzinha.

Hoje, no dia do meu aniversário, compartilho as citações que mais me impactaram na releitura da versão publicada pela Faro Editorial. Antes preciso comentar duas coisas de que gostei na capa: o fato de ela ser azul (motivo bobo, é minha cor favorita) e a textura das ilustrações (isso vai exigir mais cuidado na conservação, mas é gostoso de tocar).

Agora sim, vamos às reflexões desta minha releitura:


“- Por favor, me desenhe um carneiro…”

Esta é a primeira frase que o Pequeno Príncipe fala ao Aviador.  Quantas vezes a gente não tem um primeiro encontro
inusitado com alguém que se torna marcante nas nossas vidas? Uma coincidência sobre signos ou sobre nomes, curiosidade sobre seriados, livros, a cerimônia do Oscar. A gente faz ou recebe tantos pedidos de “desenhos de carneiros” e nem percebe!

“As crianças devem sempre mostrar grande tolerância para com as pessoas grandes”
“As pessoas grandes certamente são um tanto bizarras”
“As pessoas grandes são decididamente muito, muito estranhas” 

Estas frases fazem um sentido ainda maior em 2020. O que não falta é demonstração de como muitos “seres humanos” estão se deixando guiar por parâmetros duvidosos e até mesmo equivocados. Ignoram que estamos neste
planeta de passagem e que vamos levar adiante apenas o que aprendemos e fizemos, ou seja, o verdadeiramente essencial. E nem sempre isso é exclusivamente material.

“É mais complexo julgar a si mesmo do que aos outros. Se for bem-sucedido em julgar a si mesmo corretamente, então você poderá se considerar de fato um homem de sabedoria verdadeira”.

Em uma época de egos exacerbados, com muita gente disposta a falar o que quer e bem entende e pouco disposta a ouvir e dialogar, ter a real noção de si mesmo é bem complicada. Até porque há o risco da balança pender pro lado da vaidade extrema ou da autoestima inexistente. É uma reflexão que dói, por isso não é fácil de fazer.


“Bem, eu preciso suportar a presença de duas ou três larvas se quero me familiarizar com as borboletas. Parece que elas são muito belas”.

Eu tive a sorte de que #MadreHooligan sempre me disse “não”. Ou seja, me preparou para o que a vida faz com a gente: geralmente as coisas não vem de graça ou como a gente quer, muito menos na hora que a gente quer. Precisamos combater os baobás diários, nos adaptar, nos reinventar e persistir – ainda mais quando acontece um daqueles tombos imprevistos e doídos. É necessário nos darmos tempo para aprender, esperar, para plantar e para colher, para que as larvas virem borboletas.

“Ninguém nunca se sente satisfeito onde está”.

Engraçado como uma frase tão certeira me passou batida nas outras leituras. Talvez pela pandemia ter forçado a pisar no freio e reavaliar a vida – como era, como está e lidar com a indefinição do como será. Além disso, revela o desejo de mudança, de não se sentir estagnado ou bloqueado. Satisfação é algo relativo. O que deixa alguém infeliz pode fazer a enorme felicidade de outra pessoa.

“[…] Você procura por galinhas?

– Não – disse o pequeno príncipe -, eu procuro por amigos. O que significa ‘cativar’? 
– É algo muito esquecido hoje em dia – disse a raposa. – Significa estabelecer laços”.

Outro ponto que a pandemia escancarou: a falta que sentimos destes laços. Quantos vídeos não foram feitos de pessoas sentindo saudades de parentes? O contato virtual quebra o galho, mas não é a mesma coisa que um abraço e um carinho sem medo de algo que não conseguimos ver.  Sou suspeita para falar porque amo o capítulo XXI, que é justamente o do encontro entre o pequeno príncipe e a raposa. É o meu trecho favorito por falar do impacto positivo que algumas pessoas trazem à nossa vida. Felizes as (os) cativadas(os) que construíram e cuidam destes laços!

“– Por vezes imagino se as estrelas não são acesas no céu para que cada um de nós um dia possa encontrar a sua própria estrela novamente… Veja ali meu planetinha. Está logo acima da gente, mas quão, quão distante”.

Particularmente, acredito que a gente nasce com potencial para realizar uma missão. Não chega a ser determinismo porque existe o livre arbítrio, podemos escolher como conduzir nosso caminho. E é uma jornada com muitos capítulos, idas, vindas, avanços, imprevistos, novidades. O “tão longe, tão perto” indica que é possível, basta só não desistir.

“Quando um mistério é tão avassalador, a gente não ousa desobedecer”.

Por isso, quer melhor explicação para a vida que um mistério avassalador que, por mais que a gente tente, deixa muitas perguntas em aberto? Assim como o surgimento inexplicável no deserto de uma criança que queria o desenho de um carneiro, volta e meia a gente se depara com situações que não fazem o menor sentido, mas ocorrem mesmo assim. Eu já tive algumas. Aposto que você também. E a gente simplesmente vive.

Viram, estas são apenas algumas citações do livro que inspiram reflexões com o momento da vida em que estamos. Mais que um “livro de miss” ou “livro infantil”, é uma história com um abençoado poder de cativar. Se tiver, chance, permita-se estabelecer laços com ela e ganhe algo que faça sorrir.

Arrivederci!!!

Beta

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