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Resenha: Beleza Verdadeira (dorama)

Ciao! 

Em julho, assisti à Beleza Verdadeira em uma maratona familiar: eu, #MadreHooligan e minha irmã, que foi a responsável por nos apresentar a este k-drama. Ela tinha certeza de que a mãe iria gostar. Bem, a mãe teve algumas ressalvas (a principal foi que demorou para chegar onde ela queria). Acredito que gostei mais do que ela (embora também com ressalvas). 

Ele foi a adaptação do webtoon True Beauty e, pelo que pesquisei, apresenta diferenças em relação à história original, como qualquer adaptação. Não vi o webtoon, então toda a minha experiência é do dorama. 

É uma comédia romântica, mas não pense que é tudo fofura. Ao longo dos 16 capítulos que foram exibidos entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, serão abordados luto, suicídio, bullying, pressão familiar, agressão familiar, pressão social, autoestima baixa (quase inexistente), ansiedade e pânico, o primeiro amor e a primeira rejeição, as dúvidas sobre o futuro. A pressão pela beleza perfeita leva a demonstrações de gordofobia, que não são debatidas quanto os demais temas.

Sim, estes temas pesados – e presentes nas vidas de muitas pessoas – dão mais profundidade a uma história que tem cara mais leve. Reforço: tudo isso em uma comédia romântica – só por isso já ganharia minha atenção e tinha grandes chances de eu gostar. 

“Eu sabia desde criança só pelas reações das pessoas que sou feia.” 

A protagonista é In Ju-gyeong (Moon Ka-young). A garota de 18 anos não tinha notas boas, é desastrada, mas muito amorosa e preocupada mais com as outras pessoas do que com ela mesma. Em vários momentos, especialmente os mais destrambelhados, ela me lembrou a Serena, da Sailor Moon. 

Ela sempre soube que era feia, já que todo mundo dizia isso. E se todo mundo dizia, obviamente era um fato, né? Ou seja, algo que ela não conseguia contestar. Para piorar, por não atender aos “padrões de beleza”, ela sofreu bullying na escola. 

A crueldade é tão grave que chega ao ponto de fazê-la cogitar tirar a própria vida. No entanto, ela se arrependeu instantes antes de ser salva
por um garoto que não conhecia. Por perder os óculos no salvamento, ela não conseguiu ver direito o rosto dele.
 

A família de Ju-gyeong perde muito dinheiro após o pai dela ser enganado por um golpista. Por isso, eles são obrigados a se mudar para outro bairro; ela e o irmão mais novo são transferidos para outra instituição, a escola Saebom. Neste meio tempo, ela descobriu que, se aprendesse se maquiar corretamente, poderia parecer bonita. Depois de algumas tentativas e erros, aprende como valorizar o rosto e disfarçar as imperfeições. É este novo rosto que ela apresenta no colégio novo, onde passa a ser vista como uma das garotas mais bonitas da escola.

Escola Seabom

No novo colégio, ela ter amigas pela primeira vez como a espevitada Choi Su Ah (Kang Min-ah), a inteligente e durona Kang Su-Jin (Park Yoo-na).  


Como a maioria das garotas, vai ficar encantada com Lee Su-Ho (Cha Eun-woo), o aluno número 1, praticamente perfeito em tudo, exceto em interações sociais. Sempre calado, na dele, sisudo.
 

Não vai levar muito tempo, ela também vai conhecer Han Seo-Jun (Hwang In-yeop) – o bad boy que anda de moto, irônico e sarcástico. Ele esteve afastado das aulas por um tempo, por razões que toda a escola especula, e agora está de volta. 

Ju-gyeong vai passar por muitas situações complicadas para não revelar o segredo de que não tem um rosto perfeito. Por causa de todos os traumas que carrega, ela tem medo de que os novos amigos debochem dela e a abandonem. 

Ao mesmo tempo, ela se vê à mercê do irmão que sabe como ela é de verdade. E se complica ainda mais quando a mais improvável das pessoas se torna a primeira a descobrir a dupla face dela. 

“Alguém pode viver para sempre em culpa por não poder te salvar. Sabia? Não há nada que você possa fazer por uma pessoa morta. Portanto, não morra.” 

A morte de um ídolo de k-pop, Yoon Se-yeon, vai ser lembrada ou mencionada em vários momentos: o ponto de partida é em uma cena crucial do primeiro capítulo. É a pista para quem está vendo entender que é algo importante para a história. E esta parte da trama deslancha de vez na metade final da história.  

Outro ponto que vamos acompanhar é a rivalidade entre Su-Ho e Seo-Jun, porque os dois garotos aparentemente opostos, desde os relacionamentos familiares ao temperamento, tinham algo em comum antes de se distanciarem. E agora ao se reencontrarem em sala de aula, as provocações encontram novas faíscas que tiram os dois do sério. 

E nem pense em estabelecer um como vilão e outro como vítima. Os dois têm virtudes, tem defeitos – e a gente vai descobrindo ao longo da evolução da história – e enfrentam problemas e complicações. Pra dificultar a vida de quem pensa em escolher um deles, Su-Ho e Seo-Jun são lindos demais (e sim, estou falando do conjunto da obra)! 

“Todo dia é um 7 a 1 diferente”

Esta foi um dos comentários que ouvi da minha irmã enquanto eu e #MadreHooligan assistíamos e ela revia o k-drama.
É, tem os habituais desencontros, as decisões equivocadas e algumas atitudes imaturas, além da música que anuncia o encerramento dos episódios sempre na hora que a gente não queria que parasse.
Ou seja, tudo que faz a gente gritar com os envolvidos. (
E, sim, nós gritamos com a TV – quem passou na rua deve ter pensado que a gente era doida).

Especialmente em uma reviravolta que ocorre na reta final. Teve uma legenda de passagem de tempo que me fez perder a paciência – foi a minha ressalva. A minha irmã: “Sim, é isso mesmo que você leu.” E eu lá com cara de “mas o quê que tá acontecendo?!”. Até pensei que era maldade dos roteiristas, mas vi comentários de que também aconteceu no webtoon.  

Não espere beijos intensos nem cenas quentes. Cada beijo merece comemoração digna de final de campeonato porque a gente torce para que aconteça e eles demoram, mas quando acontecem, a gente adora!  

As declarações de amor, não apenas as ditas, mas as que a gente percebe nas atitudes, são muito lindas. Ainda mais em um mundo onde isso parece tão banalizado, é legal ver o sentimento ser construído e expressado de diferentes maneiras. 

A gente vê os personagens amadurecerem, descobrirem mais sobre si mesmos, o que realmente querem. Perceber o quanto foram inseguros ou injustos e se tornarem melhores. Ver a força surgir da vulnerabilidade. E também descobrir que não é problema quando a vulnerabilidade abraçar a força,. Não é à toa que o k-drama se chama “Beleza Verdadeira” – reforçando a importância da gente dar valor ao que realmente interessa. 

Se for o tipo de história que te atrai, assista. Se não for, mas quiser dar uma chance, aproveite. E se tiverem outras sugestões de k-dramas nesta linha fofa com conteúdo, deixem nos comentários pra eu procurar pra assistir! 

Arrivederci!!! 

Beta

ps.: Fiz um vídeo homenageando o dorama Beleza Verdadeira – está no meu instagram @bluebeta13.  

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