O escritor, roteirista e cineasta Andre Bushatsky relança este mês seu primeiro romance de ficção surreal “Moridea”, pela editora Patuá, publicado originalmente em 2020.
Ficção traz uma alegoria de um drama familiar de luto. Mesclando realidade fantástica e metáforas, Bushatsky discorre sobre o fim das ideias, do novo, da criação através da morte de uma criança, e a substituição pelo plágio, o reformulado, o comum, pelo ciúme de outra.
O livro tem 124 páginas e está disponível na Amazon.
A ausência de Moridea
A família era tradicional em sua cidade, já que o pai era o vice-prefeito. Moridea, a primogênita, sempre foi diferente das demais crianças, e sempre inspirava outras pessoas ao seu redor. E isso, esse traço de sua personalidade, deixava sua irmã como coadjuvante do brilho de Moridea.
Até que durante uma brincadeira de criança, Moridea morre de forma trágica, bruta, e a vida de todos entra num vazio sem fim. Menos a de sua irmã, que passa a assumir uma parte da personalidade da irmã, e tenta dessa forma conseguir algum destaque.
A morte é um fim, a morte trágica talvez um prelúdio. E a morte de uma criança, é sempre uma tragédia. E era esse luto que a família da pequena Moridea vivia. Tantas perguntas, tantas dores, mas ao mesmo tempo tanto foi aprendido com uma vida tão curta.
Cheia de vida, cheia de possibilidades, mas que ao mesmo tempo ofuscava sua irmã mais nova. O que a breve vida de Moridea deixou foi um vazio, nada de novo aconteceu desde então. As ideias morreram com ela.
Nos fazendo pensar não apenas sobre relações familiares, luto, abandono, ciúme e ressentimento, o autor nos leva à metáfora de como seria a vida se as ideias morressem, e tivéssemos que viver com o óbvio, o comum. Um livro tocante, que vai mexer com as emoções do leitor e nos fazer pensar em nosso papel em nosso círculo e na sociedade.
Sobre o autor: Andre Bushatsky
Andre Bushatsky é escritor, roteirista e cineasta. Bushatsky acumula documentários exibidos no cinema, no streaming, no Centro Cultural Banco do Brasil e no Canal Brasil, entre eles “A História do Homem Henry Sobel” e “Tão Perto, Tão Longe”, além de roteiro para a animação “Miss Dollar”, premiada no Festival Internacional de Cinema Infantil.
Também assinou a direção de programas para Disney Channel, roteiros para o desenho “Peixonauta” do canal Discovery Kids, além de realizar trabalhos de publicidade e conteúdo.
Seu projeto mais recente foi a direção do filme “Domingo à Noite”, com Marieta Severo e Zécarlos Machado, além do documentário “Brasileiríssima” sobre o impacto cultura e social das telenovelas, em co-produção com Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil que será lançado em 2022.
Arrivederci!!!
Beta