Ciao!
Disponível na Amazon
Na ampla maioria das vezes, a vida não é como a gente queria. Os sonhos não se realizam e a gente tem que conviver com as escolhas corretas conforme a situação e a pressão social.
Este livro une duas gerações nesta reflexão sobre a vida.
Coisas que aprendemos pelo caminho – Sara Goodman Confino – Faro Editorial
(She’s up to no good – 2022)
Personagens: Jenna e a avó Evelyn
O fim do relacionamento foi traumático para Jenna, que perdeu a perspectiva e o ânimo para o futuro. A iminente viagem da avó Evelyn para Hereford rompeu um pouco esta bolha ruim: ela sabia o perigo que era deixar a avó dirigir e sair sozinha por aí. Por isso, se ofereceu como companhia – e esta jornada rumo ao passado da família, repleto de segredos que a avó destilava a conta-gotas, seria um divisor de águas na vida de Jenna.
Términos e recomeços
Jenna estava apegada ao relacionamento que sentiu muito quando soube do término e do desejo do companheiro de recomeçar com outra pessoa. A tristeza a consumiu por meses e a deixou estagnada.
A reação veio a partir da necessidade de acompanhar a avó a uma viagem até cidade onde ela nasceu. Afinal de contas, Evelyn Bergman Gold era uma força da natureza que, quase nada, poderia conter ou controlar.
A avó garantia que tinha situações a resolver, mas não dizia o que era. E sempre que Jenna perguntava, Evelyn revertia os questionamentos para os temas dos quais ela queria fugir ou não queria pensar.
Jenna usou a viagem para fugir da dor e da obrigação de assinar o divórcio, mas não demorou a perceber que nada seria de graça: Evelyn tinha planos para ela – que teria que lidar com isso e tentar não ceder às tramoias da avó.
Onde foi parar a chama?
Uma cena emblemática é quando Jenna encontra uma foto da avó ainda na juventude – quando todos diziam que ela era a Bergman corajosa e que não se deixava conter. Jenna pensa que elas são parecidas, mas Evelyn tinha uma chama que era perceptível. E ela se sentia apagada.
A trama alterna a narração da vida de Evelyn para que a gente descubra os motivos que a levaram de volta a Hereford. Com parcimônia não revelados como ela destoava da mansidão dos Bergman, a relação próxima com a irmã caçula, Vivie e o amor proibido pelo português Tony Delgado. Ele nunca seria aceito pela família dela, que era judia. No entanto, Evelyn tinha certeza de que faria as coisas acontecerem como ela queria.
Enquanto isso, de volta à cidade, Evelyn promove o encontro entre Jenna e Joe, o neto de Tony. O plano parece evidente: forçar a futura recém-divorciada deixar o ex para trás e recomeçar a vida. A complicação é que eles parecem gostar da companhia um do outro ao explorar Hereford juntos.
– Você não pode deixar que isso destrua você. Nem sempre as coisas funcionam do jeito que você quer, mas você precisa seguir em frente.
Encontros, despedidas, perdas e recomeços…
A vida de Evelyn, assim como a de Jenna, é marcada por uma série de encontros, de experiências, de perdas – algumas tão dolorosas que ainda estão vivas anos depois. Ela se revoltou, brigou, esperneou e, por fim, fez o melhor com o que tinha.
Perdeu a própria chama, mas a reencontrou e seguiu em frente. Por isso, doeu nela – a avó excêntrica – ver a neta tão desamparada e perdida em si mesma. Interveio mostrando a ela a própria história, em um ritmo onde ela pudesse compreender e encontrar o próprio ritmo para deixar o passado no passado, aproveitar o presente e abrir as portas para o futuro.
– Eu tenho medo de um monte de coisa todos os dias. Mas você precisa sempre fazer uma escolha: ou deixar o medo vencer, ou você irá olhar nos olhos dele e dizer, “Você não vai me derrotar hoje”.
Evelyn ensina à neta e quem lê que o medo existe, a gente luta e nem sempre ganha. E vida que segue! Jenna mostra que a gente precisa de um tempo para superar as coisas – mas quando reencontra a própria chama, nada irá pará-la.
E o tempo, tempo, tempo, tempo é um senhor tão bonito que coloca tudo no lugar que lhe compete.
– Links: site da editora; site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta