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A biblioteca dos sonhos secretos – Michiko Aoyama – Cap. 1946

Ciao!

Disponível na Amazon

– Acontece com todos os livros. Mais valioso que o poder que existe neles, é o jeito como você os lê

Este livro entra na prateleira que foi batizada de “literatura de cura”, com histórias com ritmos mais suave e conflitos próximos do que a gente enfrenta na vida real.

Sem finais mágicos e incríveis, mas completamente possíveis.

A biblioteca dos sonhos secretos – Michiko Aoyama – Sextante

(Osagashimono wa Toshoshitsu made – 2020)

Personagens: Tomoka, Ryo, Natsumi, Hiroya, Masao e a biblioteca do centro comunitário

– O que você procura?

Cinco pessoas diferentes, com preocupações distintas por caminhos próprios chegam à biblioteca do Centro Comunitário Hatori, onde são confrontados pela bibliotecária Sayuri Komachi com essa pergunta. Aparentemente é apenas para obter uma indicação de livro, mas acaba levando à reflexão sobre a vida e à percepção de que a gente pode assumir o comando da nossa vida, com os erros e acertos que isso implica.

Uma frigideira e um objetivo

Tomoka Fujiki, 21 anos, era vendedora em uma loja de roupas femininas. Ela se sentia desestimulada, cansada, esgotada e não via propósito no que fazia todo santo dia.

Pensou em procurar emprego e percebeu que precisaria melhorar as competências na informática. Isso a levou ao Centro Comunitário e, por tabela, à biblioteca onde ouviu a pergunta da sra. Komachi e saiu de lá com livros sobre como usar o Office, um livro infantil e uma frigideira de feltro.

Mas é interessante, quando se é adulto, reler livros que lemos na infância. Percebemos coisas novas.

A história de Guri e Gura faz Tomoka entrar em contato com sentimentos que ela julgava esquecidos ou que foram soterrados pela rotina e pressão – externa e interna – do dia a dia. E as descobertas que ela faz a levam a rever a forma como encara a vida.

Um gato tigrado e um sonho

Desde pequeno, Ryo Urase, era apaixonado por antiguidades, em imaginar e, às vezes, descobrir a história por trás de objetos aparentemente comuns. Aos 35 anos, ele estava distante de ter a própria loja de antiguidades e trabalhava como contador.

Até que, ao acompanhar a namorada até um curso sobre como lidar com minerais, foi ao centro comunitário e terminou na biblioteca. Ao ouvir a pergunta da Sra Komachi se viu respondendo que queria indicações sobre como abrir o próprio negócio “um dia”. Recebeu uma lista que encerrava com um surpreendente livro sobre plantas. Pegou todos e foi embora com eles e como brinde o gatinho tigrado dormindo.

Os seres humanos só enxergam o que lhes convêm e acham que isso é tudo. Já as plantas…

Ele começa a entender que, se não se movesse, “um dia” nunca chegaria. E que não seria fácil, mas poderia ser menos difícil do que sonhar sem ter os pés no chão.

O globo terrestre e o nosso real lugar

Natsumi Sakitani tinha 40 anos, uma carreira ascendente como editora em uma revista de moda. Até que engravidou e se viu mãe e transferida para uma função que não desejava, sob a preocupação da empresa com o bem-estar dela e qualidade de vida para criar a filha.

Resultado: se tornou uma mulher frustrada e que se deixou arrastar pela sobrecarga mental de não estar à altura de nada na vida. Para distrair a filha, decidiu visitar a seção infantil da biblioteca do Centro Comunitário e se viu diante da Sra. Komachi.

Vivemos rodeados de acontecimentos, pequenos e grandes, que apesar de nosso esforço não saem como previsto.

A partir de questionamentos internos, externos, reencontros e conexões inesperadas, Natsumi vai perceber que tudo muda na vida e a gente precisa valorizar – e se reinventar a – cada nova etapa.

O avião para dar asas à esperança

Hiroya Suda, tinha 30 anos, e não tinha nenhum propósito, nenhuma meta, nada. A vida parecia um grande vazio sem nexo e ligação com coisa alguma. A pedido da mãe, ele foi ao Centro Comunitário para fazer compras na feira trimestral e se surpreendeu ao encontrar um personagem de mangá em forma de feltragem com agulha.

Curioso, ele quis conhecer quem tinha feito o mascote da vendedora e se surpreendeu ao conhecer a Sra. Komachi. Ela entendia muito de mangá e o fez se abrir ao perceber que havia se frustrado ao tentar seguir o sonho de ser ilustrador, que foi germinado no amor pelos mangás. Por isso, agora, ele se sentia oprimido, pela sensação de que não era bom o suficiente, de que não conseguiria nunca voar por si mesmo e chegar a um lugar onde se sentisse aceito.

– Não há certeza de nada na vida. mas o lado bom disso é que, se não há segurança de que as coisas vão dar certo, também não há garantidas de que vão dar errado.

No entanto, ele vai realinhar suas rotas e descobrir que nem sempre tem um caminho fixo para tudo e a gente sempre pode descobrir novas paisagens e novas funções para as habilidades que temos ou desenvolvemos.

O caranguejo e a busca por encontrar um novo lugar

Masao Gonno chegou aos 65 anos… e à aposentadoria, com os devidos agradecimentos da empresa e da equipe que comandou como gerente. E a esta altura da vida percebeu que não sabia fazer mais nada, porque não tinha mais o principal guia da sua rotina: o emprego. Yoriko, a esposa, sugeriu que ele fosse participar das aulas do curso do jogo de go, no Centro Comunitário.

Eu acredito que qualquer tipo de contato entre duas pessoas já as torna parte da sociedade. E isso vai além do presente. As coisas acontecem como resultado de nossos pontos de conexão no passado e no futuro

Quando se perde alguma referência, é necessário um tempo para se realocar e estabelecer novos rumos. Às vezes, mudar a perspectiva ajuda. Para que olhar sempre de frente e ignorar a paisagem lateral? Masao será relembrado disso.

– Links: site da editora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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