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Cap. 1621 – Um jogo de amor e de sorte – Beth Reekles

Ciao!!!

É um livro que parece fofinho e descompromissado. Só
parece. Afinal de contas, ele trata de seguir a vida após um episódio grave que
minou a confiança da protagonista.
Um jogo de amor e de sorte – Beth Reekles –
Astral Cultural
(Rolling Dice – 2019)
Personagens: Madison “Dice” Clarke e a vida nova na
Flórida
A família de Madison se mudou para a Flórida e ela
encara a oportunidade como a chance de começar sem todo o sofrimento e trauma
que sentiu enquanto morava no Maine. Ela não era fisicamente a mesma pessoa,
mas mental e emocionalmente ainda não tinha certeza de quem havia se tornado.
Conheceu Dwight e Bryce, que estudariam na mesma escola. E se viu aceita pelas
garotas mais populares da escola. Neste novo contexto, o quanto Dice deveria arriscar
em busca do que realmente a faria feliz?
Comentários: 

Eu podia ser eu mesma.Só que, você sabe, uma versão melhor de mim mesma. 

– O livro não é perfeito, mas tem muitos pontos
positivos. Ele aborda o
bullying do ponto de vista de como a vítima segue em frente –
aos troncos e barrancos porque a vida continua. Cita de que forma Madison ficou
traumatizada pelo que passou – e como isso se manifesta em coisas que
aparentemente não fazem sentido para outras, desde um som ou mesmo um apelido que
remeta um momento péssimo.
– Madison não superou o que sofreu, em grande parte
porque não buscou ajuda. Fez o possível para se manter invisível e sobreviver
até o fim do ano letivo. Agora, na nova escola, onde ninguém sabia quem ela foi
antes, poderia construir uma nova personalidade pública – mesmo que
internamente ainda fosse um emaranhado de confusão e de dores não superadas e
cicatrizadas.
– Madison se tornou uma garota que foi acolhida no
grupo das pessoas populares e, ao mesmo tempo, tratava bem os nerds da escola,
que não entendiam por que fazia isso. Ela se tornou a namorada do jogador de
futebol mais desejado da escola, companheira de compras das meninas populares.
– Dividida entre esses dois mundos, ela se questiona
o tempo todo sobre qual é o lugar onde gostaria de estar e por que ainda tinha
medo de voltar ao cenário que enfrentou no Maine.
 

Não quero repetir nada do que aconteceu com a antiga
Madison em Pineford. A nova Madison tem amigos, é popular, e o melhor, não é a
vítima da vez. E planejo manter as coisas deste jeito, custe o que custar.
 

– Sim, há romance, há dúvidas, há questionamentos,
há inseguranças, há escolhas não tão boas, há medo, há desconfiança. Não há
decisões perfeitas porque os personagens são adolescentes, longe de serem maduros.
 
– Minha ressalva foi sobre o final. Achei muito
rápido, tanto que achei que tinha pulado página, em determinado momento chave
porque perdi um detalhe. Senti falta de alguns esclarecimentos (queria entender
uma dinâmica de algo que acontece na reta final) e de algumas consequências. Sei
que na vida nem sempre isso ocorre, mas acho que valeria a pena mostrar,
especialmente para quem se identificar com Madison em maior ou menor
intensidade.
– No fundo, a jornada de Madison ensina que
precisamos aprender com os sofrimentos, sem fugir das dores que nos causamos ou
foram causadas em nós – quanto mais varremos para baixo do tapete, pior se
tornam e mais tempo levam para serem superadas (isso se não causarem consequências
piores). Não haverá milagres e nem será da noite pro dia. A gente segue em
frente, se tornando mais resiliente, entendendo onde está o que e em quem realmente
valem a pena investir nossos sentimentos.

Arrivederci!!!
Beta

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