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Cap. 1597 – A Pequena Livraria dos Sonhos – Jenny Colgan

Ciao!



Um livro com verde e rosa na capa falaria direto ao meu coração mangueirense. Uma garota com cabelo rebelde sentada de pernas cruzadas ao lado de livros – como não se identificar.
Resultado: li mais de 60 páginas em 40 minutos esperando atendimento numa fila e ouvindo Il VoloQue delícia de livro! Consegue tratar do tema
principal – a protagonista precisa redescobrir o sentido para a própria vida –
com tempo, leveza e sem forçar saídas fáceis.
A Pequena Livraria dos Sonhos – Jenny Colgan
– Arqueiro
(The Little Shop of Happy Ever After – 2016)
Personagem: Nina Redmond redefine a própria vida
Nina trabalhava em uma biblioteca que seria fechada
para ser modernizada – ou seja, adeus livros velhos e bem-vinda tecnologia e
multiplataformas. Durante o processo para saber se adaptaria à nova situação, descobriu
um sonho: ter uma livraria itinerante. E se viu fazendo o possível, o
impossível e mais um pouco para transformá-lo em realidade, com direito a
contratempos e reviravoltas no caminho.
Comentários: 

“O problema das coisas boas é que, muitas vezes,
elas se disfarçam de coisas horríveis. Imagine como será ótimo se, ao passar por
uma situação difícil, sempre houvesse alguém que cutucasse seu ombro e
dissesse: ‘Não se preocupe, vai valer a pena. Agora tudo vai ser uma droga, mas
prometo que as coisas vão se resolver no fim’. Ao que você responderia: ‘Obrigada,
Fada Madrinha.’ E talvez acrescentasse: ‘Outra coisa, eu vou conseguir perder
aqueles 3 quilinhos?’ E a pessoa diria: ‘Mas é claro meu anjo!’”
 

Este é o primeiro parágrafo do livro que já entrega
muito do que teremos pela frente. A necessidade de enfrentar problemas complicados,
sem fugir (até porque não tem como escapar). E tudo isso narrado com uma boa
dose de humor e, como deu pra notar, auto-ironia.
A narrativa é onipresente e onisciente (deu saudade
agora das aulas do Colégio): ou seja, em terceira pessoa e que sabe até mais que
o necessário para a trama – como fica claro por alguns comentários paralelos
para a gente entender o que se passa na cabeça dos personagens, além da protagonista.
Nina está frustrada com o emprego. Só não é uma perda
de tempo total porque ele a mantinha perto do que ela amava – livros. Ela tinha
o talento de saber para qual era a história certa para cada pessoa, mesmo que a
pessoa não tivesse a menor ideia. Aí veio a reestruturação da equipe da biblioteca
em Surrey – que seria fechada. Os livros seriam substituídos por tecnologia
para atrair os mais jovens, antenados com isso. E alguém como ela, que não era
extrovertida e não gostava de holofotes sobre si mesma, era relegada a algo
além da invisibilidade: como se não existisse.
 

“Nina sabia que uns recorriam à comida para aplacar
os medos; outros, à bebida; e havia ainda os que se entregavam ao planejamento
de casamentos e festas e demais eventos que tomavam cada segundo do tempo livre,
para não dar oportunidade ao menor pensamento desagradável. Ela, por sua vez,
recorria aos livros, sempre que perigava se confrontar com a realidade – ou melhor,
com seus aspectos mais sombrios. Quando ficava triste, os livros eram seu
consolo; quando se sentia só, eram eles seus amigos. Eram eles que cuidavam do
seu coração partido e a encorajavam a manter a esperança quando estava na pior”.
 

– Isso era eu da primeira palavra ao ponto final. Tanto
que agora, que estou aprendendo a lidar com a realidade sem muletas ou algo que
me coloque numa falsa bolha de segurança, ainda não reencontrei um ritmo
agradável de leitura. Como ela diz em outro trecho: nem toda experiência adquirida
nos livros a deixou preparada para saber o que fazer quando tudo saiu do trilho
do conforto e da segurança. Então eu conseguia me identificar completamente com
a protagonista. Era alguém como eu.
– Em um caminho incerto, Nina vai parar em uma
cidade no interior da Escócia para comprar uma van gigantesca. Passa um susto,
quase morre, percebe que está completamente sem rumo e sem planos. E é
justamente nesta situação que precisa reagir. 

– Foi quando percebeu que não
tinha alternativa a não ser colocar o sonho em prática. Ela tinha os livros
(vou deixar que vocês leiam para descobrir como ela conseguia os acervos),
tinha o local (queria ter visto uma foto da van depois de pronta. Imaginei um
local encantador, talvez por detalhes que me remeteram a uma livraria que
existia na minha cidade quando eu era criança – e ajudou a fortalecer meu
imaginário positivo sobre a leitura): estava nas mãos dela persistir e fazer acontecer.
– É uma história sobre amor: sobre o amor que Nina
passa a sentir por si mesma e por isso se torna confiante e passa a encarar a
vida de uma forma menos conformada e automática, como estava no início do
livro. Isso a torna imune e isenta de erros? Nops. Mas dá a ela força para decidir
e assumir as consequências das boas e das não tão boas decisões.
– Eu gostei muito do livro. Basta ver na foto a
quantidade de post-its coloridos. Se eu fosse citar todos os trechos que amei, daria
um texto enorme. Fica a sugestão para que vocês leiam e se divirtam. Para quando
precisarem mudar a própria vida, saber que sempre é possível encontrar um novo
sentido que nos levará a caminhos imprevistos e incríveis, mesmo que não sejam
na Escócia.

– Alô Arqueiro, percebi no livro uma menção a outro livro da autora. Fiquei interessada. Pode ser outro livro da coleção “Romances de hoje”, tá?
Scottish Bookshop series
Arrivederci!!!
Beta

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