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Cap. 1427 – Querido dane-se – Kéfera Buchmann

Ciao!


Jovem
em processo de implosão de tudo que ela considera o mundinho seguro e
insatisfeito.
Chick-lit
inofensivo, que não inventa a roda.
Querido dane-se – Kéfera Buchmann –
Paralela
(2017)
Personagens: a nada mole vida de Sara, Jussara
Jussara,
que detesta o nome, está em um inferno astral infinito: namorado rompeu por
Whatsapp, o emprego não é lá essas coisas, ela está na terapia, mas tem
ressalvas quanto a terapeuta e se vê desesperada porque não vai realizar o
sonho de casar antes dos 30. Ela narra as duas desventuras, atitudes
precipitadas e outras aventuras no caminho para aprender a maior lição de
todas…
Comentários:
– Eu
não tinha expectativas porque não conhecia a escrita da Kéfera. É um chick-lit
que segue o manual: protagonista em crise existencial, vendo tudo dar errado,
enfrentando frustração na vida amorosa, vida pessoal engessada ou descambando e
impasse na vida profissional. Não é à toa que Sara (Jussara odeia o próprio
nome) está fazendo terapia e uma parte do tratamento é escrever um diário, onde
deve ser o mais sincera possível.
– O
amadurecimento da personagem passa pela descoberta de quem ela é de verdade,
não quem ela gostaria de ser ou se vê restrita a ser. Claro que você pode
prever o caminho: o fim do relacionamento que ela pensava ser sério e já
projetava casamento foi o pontapé do inferno astral. As coisas vão se
derrubando como pinos de boliche num strike. Há os momentos “pé na jaca”,
outros que (como na vida real, se alguém te contasse) você diria “criatura, por
que fez isso?”. Há inclusive um trecho que me remeteu à cena de um filme sobre Dia
dos Namorados (atire a primeira pedra quem nunca quis fazer na vida real uma
cena de filme – deixo o roteiro por conta da imaginação de vocês – eu já fui
esnobada por um vendedor e invoquei minha Julia Roberts interior pra avisá-lo
de que ele havia perdido não só uma cliente, mas todo mundo que eu pudesse orientar
a procurar outro lugar. E palavra de escorpiana é lei: não entro na loja e, quem
tiver comigo, não compra lá). O único lugar onde a protagonista se sente de forma
positiva é criando seus desenhos e figurinos. Mas até ela chegar ao caminho de
ter esta liberdade, leva tempo e, podemos dizer, um “empurrãozinho” do destino.
Aí é o caso: a sorte bateu na porta, esteja pronto para aproveitar.
– Apesar
do diário ter espaçamento temporal, houve momentos em que não percebi – fiquei com a sensação de que as coisas se atropelaram, até perceber as datas citadas. Você – se for como eu – vai
ficar com raiva da protagonista, vai lamentar que ela se apegue a coisas e
pessoas que poderia ter deixado para trás e, dependendo de como você vê a vida,
vai pensar que uma garota de 26 anos para quem nada caiu do céu poderia ter um
pouco mais o pé no chão e metas mais claras para si mesmo. Em alguns momentos,
ela quase me tirou do sério como a Becky Bloom (personagem com a qual, definitivamente,
não consegui sentir nenhum vínculo). No fim das contas, a estreia da autora na
ficção segue a receita, uma leitura que não compromete, mas também não se
diferencia como outros. Uma boa companhia por algumas horas ou no intervalo de
livros de temáticas mais pesadas. E vida que segue!

Links: Goodreads livro e autora;
canal da autora
;
site da editora;
Skoob.
Bacci!!!
Beta

ps.: Quem
já leu, pode me contar se também ficou curioso com a utilidade/possibilidade das palavras,
expressões e frases grifadas ao longo do livro?

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