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Cap. 189 – A Fantástica volta ao mundo – Zeca Camargo

Ok, devo admitir: não sou a melhor viajante do mundo. Descobri uma claustofobia quase que incontrolável dentro de um ônibus a caminho do Rio de Janeiro. Por isso, prefiro pegar estrada à noite, quando posso dormir. E se não tem saída e tiver que ser durante o dia, que seja acompanhada para que eu possa ir tagarelando sem começar a pensar muito.
No entanto, confesso, admirei a idéia do Fantástico de colocar uma equipe percorrendo os destinos mais variados pelo mundo. (Talvez seja aquele resquício do sonho que eu tinha de trabalhar para a National Geography – até me mancar de que poeira das savanas, insetos de regiões exóticas e depender comidas muito diferentes do meu feijão-arroz-batata-frita não combinariam comigo…). Por isso, acompanhei a série e ganhei o livro de presente de aniversário.

A Fantástica volta ao mundo – Zeca Camargo
(2004 – Editora Globo)

O livro não é um relato fiel da série exibida semanalmente (quando a conexão de internet deixava) pelo Fantástico. Em quase 5 meses, 18 destinos em 36 possíveis, definidos após votação do público. Zeca Camargo fala os bastidores, as dificuldades, os pepinos e as vantagens de colocar o pé na estrada e ver coisas tão diferentes e tão parecidas com a realidade brasileira. Confesso que li com grande prazer os relatos das escalas na Nova Zelândia (3a.), Grécia (13a. – na época das Olímpiadas!!!) e Escócia (16a.) que são países que sempre me instigaram – e não, antes que você pergunte, não teve escala na Itália (pra minha tristeza). As fotos, as listas, os comentários – e olha que Zeca Camargo é um viajante experiente, mas sempre disposto a compartilhar o prazer da descoberta ou redescoberta de um local com quem talvez nunca tenha chance de ir lá. As dicas de souvenirs também são legais (eu me apaixonei pelo tigre da Tasmânia – e quem perdeu a série na TV, tem uma foto do demônio da Tasmânia e ele não é a cara do Taz, da Warner Bros.!!!).
Eu não pularia de bungee-jump em hipótese nenhuma, em especial, no maior de todos, na Nova Zelândia. Também não comeria o ovo de pato – com o patinho dentro – DE JEITO NENHUM. Mas adoraria visitar os templos hindus (a cultura indiana é tão vasta e rica que lamento não conhecê-la mais), interagir com as cores das pessoas da África e com a sonoridade e a beleza da Grécia (ainda mais naquela Olímpiada de Atenas, um dos jogos mais lindos que acompanhei pela TV e queria ter estado lá, junto com os de Barcelona-92 e Sydney-2000).
Enfim, para os viajantes apaixonados ou frustrados (como eu), o livro é uma excelente pedida… Pena que as fotos não são a cores, mas, se fossem, acho que morreria mesmo de inveja do Zeca Camargo e do repórter cinematográfico Guilherme Azevedo.

E dois trechos do livro – primeiro, o texto da contracapa:

“Acho este mundo fascinante – e não só porque é diferente, colorido, vasto, incrível, estupendo. Acho este mundo fascinante justamente porque, sob todas as diferenças, a gente é muito igual (idéia que você vai ver transparecer em vários momentos deste livro). Quanto mais diferente (à primeira vista) o país que eu visitava, mais eu me esforçava para achar pontos em comum com o mundo que eu conheço (que é, em boa parte, o nosso, do Brasil). Isso, insisto, me orientou desde a partida e está presente neste livro”

E por fim, o parágrafo que resume muito do projeto de um dia colocar o pé na estrada…

“Países, cidades, lugares, mas sobretudo gente. Gente, gente, gente. Eu não poderia pensar o que seria viajar – e muito menos viver – num mundo sem gente.”

Bacci

Beta

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