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Cap. 224 – O Limite do Desejo – Sara Craven

Ciao!

Nem tudo pode ser perfeito na vida. Depois de uma seqüência de bons livros, mesmo alguns com tramas mais pesadas, que geralmente não me atraem muito, mas que por serem bem escritas prenderam minha atenção, eu tinha que esbarrar em algo que me tirasse do sério… E geralmente eu gosto dos livros desta autora, mas esse…

O limite do desejo – Sara Craven – Jessica 79
(The forced bride – 2006 – Mills & Boon)
personagens: Emily Blake e Conde Rafael di Salis

Tinha sido o último pedido do pai: que Emily se casasse com o conde Rafael. Ele se comprometeu a esperar três anos, até que ela completasse 21 anos. No entanto, quando Emily pediu a anulação porque queria recomeçar a vida – inclusive com outro candidato a marido, um que ela amasse de verdade – Rafael resolveu que até terminaria o casamento, mas não o anularia. Para isso, organizou uma armadilha: e Emily pensava que se esconderia do marido em um chalé no interior da Escócia, não pôde conter a surpresa ao se ver trancada com ele lá, por causa de uma nevasca sem fim. Ao final deste período, ela teria o que queria, mesmo que pudesse mudar de ideia no meio do caminho.

Comentários:

– Eu juro que quando acabei a leitura, voltei lá na contracapa para olhar o ano em que esta história foi publicada. Pensei comigo: “Se for início da década de 80 ou final da década de 70, ainda fará sentido…”

– Mas como você pode ver ali em cima, esta história foi escrita em 2006. Casamento forçado por um último pedido e com base no pagamento de uma dívida de gratidão? Hn, ok, ainda existe apesar da mudança até radical de comportamento nos últimos anos.

– À medida que a leitura progredia, eu só pensava em uma coisa: MARIA DA PENHA.
* Marido FORÇAR a consumação do casamento por orgulho ferido. – hn…
* Marido FORÇAR a consumação do casamento para afastar o rival interesseiro na herança da esposa. – hn…
* Marido dizer que quer o divórcio porque está esperando por uma mulher que também é casada, FORÇAR o relacionamento íntimo com a atual e relutante esposa, depois agir como se nada de mais tivesse acontecido e ainda ficar irritado porque ela se sentiu ferida e humilhada ao ser maltratada pela amante que se enquadrava na descrição que ele tinha dado… – hnhnhn

– Por que tem sempre uma empregada disposta a contribuir para a humilhação da heroína e ajudar a rival? Que coisa, tão ricos e sem senso de contratação de empregados…

– Ok, Emily não sabe o que quer da vida. Ótimo. Vá ocupar o tempo: se não quer trabalhar (já viu mulher de milhardário europeu batendo cartão?), invista o tempo em caridade, tem tanta criança, idoso, bichinho, meio ambiente precisando de voluntários dedicados…

– Emily se ilude com um pseudonamorado porque tinha medo do marido. Nem discuto. Terapia já. Para os dois.

– Alguém que em pleno 2006 não percebe que está esperando um bebê? Hello, internet, novela, seriados… Bem, talvez eu tenha assistido a ER demais e somado a minhas crises hilárias de hipocondria, eu mereça um diploma honorário em Medicina…

– Tudo seria mais simples se, ao invés de ADIVINHAR o que se passava na cabeça um do outro, os dois sentassem e abrissem o jogo. “fulano, não quero ficar mais casado contigo porque tudo começou por um obrigação forçada pelo meu pai.” “Ah, fulana, não faz isso. Eu me encantei com você à primeira vista, posso ter sido meio desastrado ao demonstrar, mas queria que você me desse uma chance…” Menos, Roberta, menos. Desta forma racional e sensata, não haveria 120 páginas de tortura mas… menos de meia página. Preferiram a tortura.

Enfim, não se sintam limitados por mim. Leiam e tirem suas conclusões. Talvez eu tenha ficado mimada demais pelos livros anteriores e prefira o Gio e o Lorenzo… (e olha que nem tem Florença nos outros, o que seria o golpe de misericórdia completo contra esse livro).

Bacci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Anônimo

    Ai, Deus… Eu detesto os livros dela desde que li um Julia Paixões Picantes. Bleargh. Mas isso…

    Tudo bem, italianos são bem “família”, mas estamos no século XXI. Mais uma que não bate bem da bola.

    E, apesar de tudo, você acordou de bom humor, Beta. Nem xingou muito o livro, o mocinho grosso, a mocinha burra…

  2. Beatriz

    Até que é um romance razoável, pois vindo da Sara Craven pode-se esperar de tudo. Eu só fiquei em dúvida com um certo diálogo do casal quando estavam no Chalé: Rafael disse para Emily que futuramente iria se casar com a mulher que amava, mas que por enquanto ela tinha marido e ele tinha uma esposa e por isso Emily “serviria como substituta”. A dúvida era se ele falava sobre o caso dele com a tal Valentina ou se falava deles mesmos. Isso não ficou muito claro e a autora não se deu ao trabalho de explicar! Não gostei do sexo forçado, o mocinho era frio e cruel demais… e como sempre, no fim, vem aquele trauminha de infância que as autoras acham que desculpam tudo!

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