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Cap. 343 – Juliet, Nua e Crua – Nick Hornby

Ciao!!!

Este é o terceiro livro que eu compro do Nick Hornby – mas o primeiro que leio até o fim. As outras leituras sempre foram adiadas por alguma razão (faculdade, estudo, trabalho, outras prioridades ou medo do que eu ia encontrar – mais à frente falo sobre isso), mas neste caso a expectativa era tanta que eu li tão logo chegou. E não deixou de ser interessante, por sair totalmente da linha do que li nos últimos tempos e também por fazer pensar um pouquinho…

Juliet, Nua e Crua – Nick Hornby – Editora Rocco
(Juliet, Naked – 2009)
personagens: Annie, Duncan e Tucker Crowe

Annie é uma inglesa quase quarentona casada com Duncan, um inglês quarentão cujo maior amor na vida é ser um especialista nas músicas e na obra de Tucker Crowe, um cantor norte-americano que largou a carreira não tão fenomenal por motivos desconhecidos em 1986, após uma visita ao banheiro de um bar em Minnesota. Após quase quinze anos de relacionamento conveniente para ambos, Annie e Duncan voltaram da viagem pelos Estados Unidos, ele, em uma espécie de peregrinação por lugares marcantes na carreira de Tucker; ela questionando o que fez da própria vida. E surgem as gravações demo do grande sucesso de Tucker Crowe – o álbum Juliet – e a versão Nua e Crua vai mudar a vida de todos os personagens e quem estiver por perto…

Comentários:

– Annie está com quase quarenta anos e queria ter um filho. Algo que seu marido-companheiro (falta um rótulo ao relacionamento confortável e conveniente que desenvolveram por empurrão de amigos comuns) Duncan nem pensa. A vida dele é se sentir superior ao restante dos moradores de Gooleness, provar que sabe mais que qualquer outra pessoa sobre a vida e a obra de Tucker Crowe – mas quando a esposa-companheira se atreve a divergir dele a respeito da qualidade e importância de Nua e Crua, o casamento deles – que já não era essas coisas todas – degringola de vez. Para agravar, tanto Duncan (favorável) quanto Annie (desfavorável) publicam suas resenhas sobre o Juliet, Nua e Crua – e as opiniões dela fazem mais sucesso que as dele. Ao ponto do próprio Tucker Crowe entrar em contato com Annie por e-mail e dizer que concorda com tudo que ela disse. Os dois se correspondem trocando experiências e confidências. Em mais de vinte anos de “desaparecimento por vontade própria”, Tucker se tornara um ex-qualquer coisa, quase um ex-alguém, com filhos – a maioria, ele tentava evitar encontrar – de diferentes relacionamentos, que ele tem uma capacidade única de destruir, após ter aberto mão do talento que tinha (que nem ele acreditava que fosse tanto) e sem nenhuma perspectiva de algo diferente – sem vontade de buscar isso.

– Eu tenho um sério problema de identificação com os personagens de Nick Hornby. Alta Fidelidade era sobre um homem que tinha medo de se apaixonar e concentrava seus sentimentos nas listas de melhores e piores músicas, álbuns… Febre de Bola é romance autobiográfico, onde ele conta como o futebol (no caso, a paixão pelo Arsenal) é um fio condutor do seu mundo, pós-separação dos pais (suspeito que este livro tem tudo para ser tão parecido com a minha própria vida que, por isso, ele está ali, entre os próximos a ler, mas eu sempre passo outro na frente). Juliet, Nua e Crua é sobre o que você fez com a sua vida quando a maturidade e a idade batem à porta. Falta algo? Houve arrependimento? Como que os outros te inflenciam? Ainda dá tempo de consertar? Será que vale a pena largar a zona de conforto – por mais insatisfatória que esteja – e buscar uma mudança? Nem sempre haverá um pote de ouro no final de um arco-íris e o livro mostra isso: faça as escolhas e lide com as conseqüências. A vida pode não ser cor-de-rosa, mas ter tons de cinza e enfeites que você coloca. Desta forma, Nua e Crua não é apenas a versão inicial de um CD sobre um relacionamento rompido, mas a forma como eles viviam e não queriam admitir…

– Devo admitir que o fato de Duncan ser um Crownologista que expressava suas opiniões na internet em fóruns e grupos de discussão me fez torcer descaradamente para que não seja tão chata como ele (que está sempre convicto de ter sempre razão sobre qualquer assunto envolvendo o ídolo). Afinal de contas, quando a gente discute livros, músicas e cinema, não há uma verdade definitiva, cada um absorve aquilo de uma maneira diferente (ou de diferentes formas em momentos diversos da vida). Por isso é que, mesmo não gostando de muitos livros, eu os leio e coloco aqui – por que outras pessoas podem gostar e ter experiências diferentes e melhores que a minha. O importante é ler e compartilhar. ^^

Bacci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Andrea

    Oi, Beta!

    Bem, ainda não li o livro e não sei bem como é o comportamento do Duncan, mas uma coisa eu garanto: chata vocês está longe, muito longe de ser.

    Aliás, em matéria de blog, esse é o mais democrático que já vi, pois todos podem colocar suas opiniões, contra ou a favor, e ninguém é criticado por isso nem maltratado.

    Parabéns!

    beijo,

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