Imagem retirada do Menina da Bahia
Este livro chegar até a minha mão foi uma conjunção de fatores: o título e a capa chamaram a atenção do meu radar Beatlemaníaco júnior. Ele recebeu comentários positivos de algumas amigas minhas. E, por fim, ganhei 20% de desconto em uma livraria, fui ver o que poderia levar e estava com outro livro na mão quando o vi no canto de uma prateleira na altura do meu joelho. Não teve jeito: o outro livro ficou para depois.
Lonely Hearts Club – Elizabeth Eulberg – Intrínseca
(The Lonely Hearts Club – 2010)
Personagens: Penny Lane Bloom, garotas do Lonely Hearts Club e meninos da McKinley
Tinha sido um verão difícil. Sem a menor piedade, Nate havia partido o coração de Penny Lane e ela decidiu não mais namorar durante o ensino médio e resolveu fundar o Lonely Hearts Club. O que era para ser o clube de uma garota só acabou se tornando ponto de encontro de um grupo, que também perdeu a paciência com a cota de decepções provocadas pelo lado negro da força – os meninos. E se tornou algo muito maior do que Penny Lane poderia prever: ganhou a antipatia de algumas criaturas, reforçou laços de amizade das garotas e poderia finalmente prepará-las para os relacionamentos que elas, claro, não pretendiam ter…
Comentários:
– Depois de uma grande decepção, Penny Lane decidiu não namorar mais. Inspirada pelos únicos rapazes que nunca partiram seu coração – John, Paul, George e Ringo – criou o Lonely Hearts Club que tinha a meta de a) afastá-la de namorados otários b)curtir as vantagens de ser solteira c) concentrar-se nela mesma. Na retomada das aulas, outras garotas na mesma situação se uniram ao clube: a antiga amiga Diane (que a ignorara depois de arrumar namorado e queria recuperar os últimos 4 anos perdidos) e atual melhor amiga Tracy (que demorou para desistir da “essência do mal”). Com o tempo, o clube começa a chamar a atenção, a tornar-se popular entre algumas meninas, impopular entre os garotos (que se queixavam de serem excluídos) e desprezado por outros alunos. O LHC ganha corpo e estrutura que Penny Lane não imaginou ao criá-lo e alcança repercussões imprevisíveis – e o mais legal de tudo: ensina as garotas a serem elas mesmas, desenvolverem suas personalidades sem depender de alguém para isso. Claro que nem todos entendem. Meninos desprezados, meninas invejosas, pessoas dispostas a criar intrigas (que rendeu uma cena que eu amei!) No fim, o Lonely Hearts Club ensina que a amizade é uma forma ótima de superar a solidão e enfrentar a vida.
– Mas nem todos os garotos são a “essência do mal”: temos os bons e maus exemplos disso na trama. Com o tempo, Penny Lane e as amigas aprendem a discernir o joio do trigo. Claro que o caminho da protagonista vai ser um pouquinho mais atribulado porque ela precisa superar o trauma (Tudo bem, vou começar a ser uma pessoa superior a partir deste exato momento. Foi uma cena em que eu gargalhei – total afinidade com meu eu escorpiano no mode turbo.) e ainda não tem o feeling para entender mais que a aparência de certos tipos de situações. O fato é que a evolução das meninas permite o aperfeiçoamento do clube.
– E nota para os pais de Penny Lane – beatlemaníacos convictos, seguem o estilo de vida dos rapazes de Liverpool como se fosse religião (o que inclui batizar as filhas com os nomes de músicas do grupo, renegar bandas covers, hábitos alimentares, etc) e estão presentes nas vidas das filhas – o que inclui os clássicos e tradicionais momentos “minha família me mata de vergonha” – ao ponto de comprarem a briga do clube e apoiá-lo quando necessário (ok, o pai dela tinha a convicção de que era um “Clube dos Beatles” kkk) E os rapazes de Liverpool estão tão presentes que Penny Lane diz que deveria odiá-los, mas era mais fácil conviver com eles e usa diversas referências às músicas para explicar seu estado de espírito. Os Beatles são a melhor tradução e caminho para entender a alma adolescente dela (atire a primeira pedra quem não fez algo semelhante com Legião Urbana, trilhas de cinema, os próprios Beatles ou tudo junto misturado!).
– Livro bem legal que me permitiu lembrar algumas das minhas aventuras durante a adolescência (na verdade, nem foram as tentativas de relacionamentos amorosos, lembrei mesmo do bullying e de como o resolvi *evil Beta mode on*, além da eterna pressão minha e alheia para ser a Srta. Perfeita – que precisei de terapia para superar e de muita força de vontade para não ter recaídas…) e daquela regra que todo livro de auto-ajuda costuma trazer: quando você se ama fica mais fácil para ser amado pelos outros.
– A autora tem site oficial. E no blog The Compulsive Reader (que poderia ter sido outro nome genial se este blog não se chamasse Literatura de Mulherzinha) há uma entrevista com ela. A versão brasileira é da Intrínseca.
– E o que me interessa: quem quiser saber mais sobre Os Beatles recomendo este site em Português. Assunto de sobra para pesquisar. E mais diretamente relacionado ao livro, recomendo o Wikipedia (sim, parece confiável) sobre o álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
Bacci!!!
Beta
ps.: Texto escrito com a trilha Sonora de sucessos de diferentes fases dos Beatles kkk
Uma peninha eu ter de confessar por escrito o que não cairia muito bem para muitos ouvidos, mas eu não gosto de Beatles. Talvez de uma ou outra canção, mas deles não.
Beta,
Suas resenhas são fantásticas. Sempre me deixam querendo ler os livros que vc comenta. Seja os que te agradam e os que não.