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O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry – Cap. 552

Ciao!!!

Disponível na Amazon

Livro de miss. Nem precisa mentir ou disfarçar. Todo mundo sabe que, há um bom tempo, era leitura obrigatória para elas. (Mais recentemente, depois de ver alguns concursos, acredito que muitas candidatas não o entenderiam – sim, tenho muito trauma de concurso de Miss…)

Livro infantil? Claro. Mas é na infância que a gente deveria aprender tudo de bom para praticar depois quando for adulto. E vou parar de tagarelar aqui e continuo já, já…

O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry – Agir
(Le Petit Prince – 1943)
Personagens: o aviador e o Pequeno Príncipe

Um aviador teve que fazer um pouso de emergência no deserto do Saara. Uma manhã, foi acordado por um homenzinho que queria que ele lhe desenhasse um carneiro. Curioso em saber o que um garoto fazia perambulando pelo deserto, eles começaram a conversar – na verdade, ele respondia a todas as perguntas que o garoto curioso fazia. E assim surgiu a amizade entre ele e o Pequeno Príncipe que viajava pelo universo.

Comentários:

– Sempre tinha ouvido falar de O Pequeno Príncipe, mas ainda não o tinha lido. Por falta de oportunidade – não o tinha e não havia em nenhuma das prateleiras alheias onde eu pegava livros emprestados. Até o dia em que fui para a faculdade, saí da minha rotina de 11 anos no mesmo colégio e fiz novos amigos. Um deles, que se tornou o irmão que eu escolhi, me apresentou e emprestou o livro, depois de não acreditar que eu, que lia tudo que caía na minha mão, ainda não conhecia a história.

Meu amigo nunca dava explicações. Julgava-me talvez semelhante a ele. Mas, infelizmente, não sei ver carneiros através de caixas. Talvez eu seja um pouco como as pessoas grandes. Devo ter envelhecido. (p.19)

– Claro, foi amor à primeira vista. A história do Pequeno Príncipe que veio de um planeta distante onde só tinha a companhia de uma Rosa e aprendia algo em todos os lugares em que parou até chegar à Terra e encontrar um aviador no deserto. Além de se tornar um símbolo desta minha amizade (que dura até hoje!!!), a história passou a me acompanhar – mesmo sem estar nas minhas mãos – na minha rotina. Perdi a conta de quantas vezes vivi esta cena, cansada após um dia inteiro estudando:

– Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e quatro vezes!
E logo depois acrescentou:
– Quando a gente está muito triste, gosta de admirar o pôr do sol…
– Estavas tão triste assim no dia em que contemplaste os quarenta e quatro?
Mas o principezinho não respondeu.
(p.25)

Em contrapartida, o Principezinho nunca me disse como se sentia quem via todo dia o sol nascer… (dúvida da blogueira que não consta do livro)

– Além disso, servia como incentivo para aprender. Virou até uma piada familiar: segundo a minha irmã, eu não sossegaria até ler a história em todas as línguas que aprendia. Comecei a estudar Francês, procurei (trechos) de Le Petit Prince. Aí fui estudar Italiano, e consegui o Il Picolo Príncipe e agora que estou no Espanhol, tive a falta de sorte de tirarem do ar o site que me salvava (por causa dos direitos autorais. Sei que eles estão certos, mas lamento porque onde vou conseguir uma boa alma pra sair catando as traduções do livro mundo afora pra mim? Não conheço o Zeca Camargo, oras!). O carinho que tenho pela história é o caminho mais garantido de sucesso quando me aproximo de um idioma novo. E devo dizer que uma das experiências mais bonitas foi ler o capítulo XXI em Italiano (titubeando aqui e ali, mas saiu… ^^).

– A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
(p.67)

– Creio que todo mundo conhece a cena da famosa conversa dos meninos de cabelo de ouro com a Raposa (quer ver?). Onde estão as frases mais repetidas (às vezes por quem nunca leu o livro). Eu usei esse capítulo em um encontro quando era catequista. Era o dia do meu aniversário e eu estava conversando sobre amizade com as crianças. Depois quando trabalhei na rádio, convenci os colegas a gravarem este capítulo para uma homenagem. Ficou parecendo aqueles antigos LPs de história que a turma de alguns anos atrás ouvia quando era criança – sim, simples, tocante e bonito. E como o livro finalmente veio parar aqui em casa no meu aniversário de 33 anos (idade bonita e emblemática) se tornou uma escolha óbvia para hoje, dia em que sopramos a 7ª. velinha do Literatura de Mulherzinha…

E voltou, então, à raposa:
– Adeus… – disse ele.
– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
– O essencial é invisível aos olhos – repetiu o principezinho, para não se esquecer.
– Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
– Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… – repetiu ele, para não se esquecer.
(p.70 e 72)

– É livro de criança, sim. É livro de Miss? Acho que já foi mais. Virou modismo e modinha? Sim, eu mesma comprei a agenda e o caderno para usar neste ano. Além de estar namorando uma versão pop-up que vi na Saraiva, grandona e de capa dura (e preço justificado – embora salgado para o meu orçamento). Ah, minha irmã bordou uma camiseta para mim com uma frase do livro. Comprei o DVD do filme feito na década de 1970 e, de vez em quando, pesquiso sobre o assunto. Posso indicar o site oficial em Português. Já este site é feito por um fã, que tem ate as capas que o livro já teve mundo afora (exemplo). Em sua simplicidade e complexidade condensadas em 93 páginas, com desenhos feitos pelo autor, está na lista dos livros do século do Le Monde. E no ano passado, inspirou uma continuação, O Retorno do Jovem Príncipe. Talvez eu não seja tão adulta quanto imaginava. E não acho que isso seja tão ruim quanto possa parecer…

– Os homens esqueceram essa verdade – disse ainda a raposa. – Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa…
– Eu sou responsável pela minha rosa… – repetiu o principezinho, para não se esquecer.
(p. 72)

* Criado em um momento de “tédio/queria fazer algo legal”, o Literatura de Mulherzinha acabou se tornando algo muito além de qualquer expectativa. Me trouxe amigas; me trouxe apoio; me trouxe preocupações; me trouxe risos e gargalhadas; me trouxe conversas sanas, insanas e malucas. No fim das contas, me trouxe muita vida. E isso não há nada no mundo que pague.

– Quando olhares o céu à noite, eu estarei habitando uma delas, e de lá estarei rindo; então será, para ti, como se todas as estrelas rissem! Dessa forma, tu, e somente tu, terá estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez.
– E quando estiveres consolado (a gente sempre se consola), tu ficarás contente por teres me conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás sempre vontade de rir comigo. E às vezes abrirás tua janela apenas pelo simples prazer… E teus amigos ficarão espantados de ver-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão louco! Será uma peça que te prego…
E riu de novo.
– Será como se eu lhe houvesse dado, em vez de estrelas, montes de pequenos guizos que sabem rir…
(p. 85-86)

* Por isso, obrigada a você que visitou uma vez ou mais de uma; que indicou para alguém; que concordou ou discordou com qualquer uma das coisas escritas aqui; que se inspirou com o diário pouco ortodoxo de uma Mulherzinha que achou gosto em compartilhar o que lê (mesmo que muitos torçam o nariz – nariz deles, problema deles, né?). Afinal de contas, ninguém dura na blogosfera por sete anos. Me disseram que cinco anos eram uma eternidade. Com sete, talvez, posso sonhar um dia com uma imortalidade afetiva em todos os amigos e amigas que cativei e me cativaram nesta jornada. 😀

Arrivederci!!!

Beta
*E agora, ‘bora planejar a festa de 8 anos! ^^*

(Todas as imagens foram encontradas no Google Imagens em sites diferentes. Não descobri a autoria. Se o autor se manifestar, terá todo o crédito merecido, porque os desenhos são lindos!!!)

7 Comentários

  1. Luna

    Olá, Beta!

    Eu amei esta resenha. Ficou simplesmente maravilhosa. Ainda não li O Pequeno Príncipe (pois é. Um crime.), mas está nos meus planos. Preciso ler este livro!

    Feliz 7 anos de Literatura de Mulherzinha!!!! E que mais sete anos venham! E depois mais sete e por aí vai. 🙂

    Bjs!

  2. Cris Aragão

    Eu também amo O Pequeno Príncipe, e como você só li o livro depois de adulta, mas apesar de só ter lido em potuguês, eu tenho um exemplar e de vez em quando releio pelo menos trechos. Parabéns pelo aniversário do blog.

  3. renanthesecond2

    Beta, também adoro esse livro, e até cheguei a defendê-lo num artigo de jornal certa vez. Penso que ele foi muito injustiçado por causa dessa fama de "livro de miss", especialmente porque, hoje, elas se fazem de ofendidas se alguém lhes pergunta se elas o leram, como se elas fossem menos inteligentes por isso (seria exatamente o contrário). E isso é uma coisa que só acontece no Brasil: já ouvi referências que lá fora o livro é bem mais conceituado.
    Também já passei por perrengues nessa história de "edições internacionais" do livro, pois naquela viagem que fiz a Europa em 2008 tive de ajudar um colega de viagem e procurei uma edição turca do livro em Istambul. Tente imaginar o que é estar numa cidade do outro lado do mundo procurando um livro, tentando se comunicar em Inglês! A sorte é que consegui.
    Quanto ao livro, acho que o melhor dele é que não se prende a conceitos preestabelecidos, bem como sua frase mais famosa: "O essencial é invisível aos olhos. A gente tem de procurar com o coração".

    Renan

  4. Sil de Polaris

    Quanta bobagem !!! Tudo bobagem: livro de miss, trabalho de homem, trabalho de mulher !!! Tudo bobagem !!! Livros não impedirão sua leitura se um homem tentar ler o que foi chamado de "livro de miss". Trabalhos não deixarão de ser feitos se forem travados por um homem ou por uma mulher (o cabo de machado não irá escapar da mulher e o pano de prato não irá escapar do homem). Enfim: eu sou uma daquelas pessoas que nunca leu esse livro, mas nunca esqueci de suas duas frases principais e vi seu filme, chorando desconsoladamente pela maldade daquela cobra ! Era um principezinho tão fofíssimo !!!

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