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Perdida – Carina Rissi – Cap. 748

Ciao!!!
Disponível na Amazon
Fim do pique-pega. Muito tempo depois de ter visto na internet, procurado sem encontrar nas livrarias, finalmente Perdida achou o caminho da minha casa!
Perdida – Carina Rissi – Verus
(Perdida – 2013)
Personagens: Sofia Alonzo e Ian Clarke
Após perder o celular em um acidente durante a balada, Sofia se viu obrigada a comprar um aparelho novo. E a vendedora garantiu que ele possuía tudo o que ela sempre quis na vida. Sofia só não imaginava que ele a levaria para quase 200 anos antes com a missão de só voltar quando concluísse a jornada. Totalmente fora de seu ambiente, perdida em um século totalmente diferente e sem saber o que precisava fazer, Sofia estava para lá de encrencada… ainda mais com o irresistível e prestativo Ian Clarke por perto.
Comentários:
É uma leitura gostosa que, em dia de muito bom humor com a vida, eu viraria um daqueles personagens superchiliquentos e cheio de corações gigantes e brilhantes. E em dia de mau humor escorpiano com a mera existência de oxigênio na terra, eu diria que tem momentos previsíveis e até juvenis, mas que conseguiria aliviar tanta amargura do meu ser. Só por ser capaz de sobreviver ao extremo dos meus
estados de espíritos, merece ser lido.
Não temos nada de revolucionário aqui. É a clássica história de opostos que se atraem, mas são separados porque não vivem na mesma época. Aqui no LdM temos outros exemplos deste tipo de história: moça moderna cai na Escócia antiga, escocês antigo surge no mundo moderno, moça em plena revolução francesa despenca no corpo de uma antepassada malvada no Renascimento Italiano, moça inglesa assume corpo de criatura mimada também no Renascimento Italiano, moça assume vida de antepassada assassinada (sobre estes dois, leia aqui).
Sempre tem o choque de estar em uma situação totalmente fora do controle, envolvida por circunstâncias que nenhuma explicação lógica e racional consegue esclarecer. Onde está o mérito em contar algo que já foi visto antes? Basta não ter a pretensão de ser a gênia que abriu o
Mar Vermelho e simplesmente contar uma história sincera amparada em personagens que te conquistam.
Eu ri da Sofia em vários momentos (a cena com a pobre máquina de escrever me remeteu às pobres pessoas que nasceram clicando e não tem ideia da diversão que era o tic-tic-tic-plim – sim #saudosismomodeon), mas em outros ela lembrou tanto alguns defeitos que me irritam na Bridget Jones (com a sorte de, graças a Deus, não ser uma overdose ambulante deles como a miss Chicklit). Isso criou o conflito porque não consegui me identificar com ela, embora fosse solidária em vários dos dilemas que ela enfrenta (a casinha, a criolina e a falta de um
chuveiro são apenas alguns que me fariam surtar olimpicamente).
E parece que o peso criativo da proporção invertida dos pares românticos funciona aqui: quanto mais incontrolável e desvairada é a protagonista, mais perfeito e desejável é o parceiro. (Sim, a inveja me consome cada vez que eu sou obrigada a lembrar que a Bridget encontrou o Mark e a Becky Bloom, o Luke).
E se temos uma Sofia apavorada, confusa e impulsiva, o contraponto vem na mesma medida: Ian Clarke parece ter sido batizado nas águas de Fitzwilliam Darcy – o homem que a maior parte das mulheres quer (sim, toda regra tem exceções, vamos respeitar as que não se interessam ou não assumem o interesse). É um gentleman made in Brazil, em vários momentos me remeteu ao protagonista de Cinco Minutos, que foi capaz de tudo para ficar com a garota que apenas viu de relance.

Aquele tipo de romantismo que a gente pensa que está fora de moda, que morreu de inanição em meio às curtidas, ficadas, pegadas e descompromisso da vida moderna. Ele é atraente, educado, romântico (sem parecer um pote de melado – parece uma delícia, mas é enjoativo de doer), um príncipe do meu balé da Bela Adormecida (sim, enfiei Tchaikovsky no meio – mas fiquem tranquilos, não é spoiler: o livro menciona outro o conto de fadas e compositor clássico).

Claro que mesmo que você não admita nem para seu travesseiro, em algum momento, a sua vontade será entrar no livro, dar um bico na Sofia que a faça aterrissar em 5678 e ficar com o Ian para você. Como isso não é possível (assim como viajar no tempo através de um telefone celular também não é), você tem que torcer para que ele seja feliz mesmo com a impossibilidade que paira o tempo todo e que a qualquer momento pode separar o casal.

O fato é que Carina escreve muito bem. E me deixou curiosa para saber o que mais pode tirar da cartola (afinal de contas, ela criou Ian e Max). Gostei que ela explicou no final algo que me deixou ressabiada por parte do livro (a não menção a um aspecto histórico) e, quer saber, gostei da decisão dela. De vida real, já tenho overdose diariamente, obrigada.
Série Perdida:
  • Perdida: um amor que ultrapassa as barreiras do tempo – 2013 
  • Encontrada: à espera do felizes para sempre – 2014 
  • Destinado: as memórias secretas do sr. Clarke – 2015
  • Prometida: uma longa jornada para casa – 2016
  • Desencontrada: encontrando os segredos do amor – 2018
  • Indomada: os laços inquebráveis do amor – 2021
E para quem não sabe, a autora anunciou no Facebook, que Perdida vai virar filme. Se quiser saber mais sobre ela, visite Goodreads autora, série e livro; o site oficial ou veja mais no LdM.
Arrivederci!!!

Beta

4 Comentários

  1. Cris Paiva

    Help!!! Eu fiz aula de datilografia! Sou praticamente pré-histórica! KKkkkk
    Achei o mesmo que você, é um livro despretencioso no qual autora somente se preocupou em contar uma boa história sem querer se tornar a próxima Machado de Assis de saias.

  2. Priscila (Pryh) Santos

    Beta, para uma pessoa que estava querendo ler o livro antes agora ele precisa estar na minha próxima compra, e acho que procura-e um marido também. O estranho é que eu não tinha ligado um ao outro até ler sua resenha XD
    Enfim, adorei e pelas comparações surtei mais ainda, o tenso é que mesmo que tenha vários exemplos de pessoas que voltam para o passado – ou ao contrario – e encontra o parzinho e trálala, tirando a saga da A Mediadora, não li mais nada sobre. Vou dar uma olhada nos outros depois.
    E sobre as máquinas, eu ainda tenho lembranças delas de quando era pequena XD

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