Ciao!!!
Fim do pique-pega. Muito tempo depois de ter visto na internet, procurado sem encontrar nas livrarias, finalmente Perdida achou o caminho da minha casa!
Perdida – Carina Rissi – Verus
(Perdida – 2013)
Personagens: Sofia Alonzo e Ian Clarke
Após perder o celular em um acidente durante a balada, Sofia se viu obrigada a comprar um aparelho novo. E a vendedora garantiu que ele possuía tudo o que ela sempre quis na vida. Sofia só não imaginava que ele a levaria para quase 200 anos antes com a missão de só voltar quando concluísse a jornada. Totalmente fora de seu ambiente, perdida em um século totalmente diferente e sem saber o que precisava fazer, Sofia estava para lá de encrencada… ainda mais com o irresistível e prestativo Ian Clarke por perto.
Comentários:
É uma leitura gostosa que, em dia de muito bom humor com a vida, eu viraria um daqueles personagens superchiliquentos e cheio de corações gigantes e brilhantes. E em dia de mau humor escorpiano com a mera existência de oxigênio na terra, eu diria que tem momentos previsíveis e até juvenis, mas que conseguiria aliviar tanta amargura do meu ser. Só por ser capaz de sobreviver ao extremo dos meus
estados de espíritos, merece ser lido.
Sempre tem o choque de estar em uma situação totalmente fora do controle, envolvida por circunstâncias que nenhuma explicação lógica e racional consegue esclarecer. Onde está o mérito em contar algo que já foi visto antes? Basta não ter a pretensão de ser a gênia que abriu o
Mar Vermelho e simplesmente contar uma história sincera amparada em personagens que te conquistam.
Eu ri da Sofia em vários momentos (a cena com a pobre máquina de escrever me remeteu às pobres pessoas que nasceram clicando e não tem ideia da diversão que era o tic-tic-tic-plim – sim #saudosismomodeon), mas em outros ela lembrou tanto alguns defeitos que me irritam na Bridget Jones (com a sorte de, graças a Deus, não ser uma overdose ambulante deles como a miss Chicklit). Isso criou o conflito porque não consegui me identificar com ela, embora fosse solidária em vários dos dilemas que ela enfrenta (a casinha, a criolina e a falta de um
chuveiro são apenas alguns que me fariam surtar olimpicamente).
E parece que o peso criativo da proporção invertida dos pares românticos funciona aqui: quanto mais incontrolável e desvairada é a protagonista, mais perfeito e desejável é o parceiro. (Sim, a inveja me consome cada vez que eu sou obrigada a lembrar que a Bridget encontrou o Mark e a Becky Bloom, o Luke).
E se temos uma Sofia apavorada, confusa e impulsiva, o contraponto vem na mesma medida: Ian Clarke parece ter sido batizado nas águas de Fitzwilliam Darcy – o homem que a maior parte das mulheres quer (sim, toda regra tem exceções, vamos respeitar as que não se interessam ou não assumem o interesse). É um gentleman made in Brazil, em vários momentos me remeteu ao protagonista de Cinco Minutos, que foi capaz de tudo para ficar com a garota que apenas viu de relance.
Aquele tipo de romantismo que a gente pensa que está fora de moda, que morreu de inanição em meio às curtidas, ficadas, pegadas e descompromisso da vida moderna. Ele é atraente, educado, romântico (sem parecer um pote de melado – parece uma delícia, mas é enjoativo de doer), um príncipe do meu balé da Bela Adormecida (sim, enfiei Tchaikovsky no meio – mas fiquem tranquilos, não é spoiler: o livro menciona outro o conto de fadas e compositor clássico).
Claro que mesmo que você não admita nem para seu travesseiro, em algum momento, a sua vontade será entrar no livro, dar um bico na Sofia que a faça aterrissar em 5678 e ficar com o Ian para você. Como isso não é possível (assim como viajar no tempo através de um telefone celular também não é), você tem que torcer para que ele seja feliz mesmo com a impossibilidade que paira o tempo todo e que a qualquer momento pode separar o casal.
O fato é que Carina escreve muito bem. E me deixou curiosa para saber o que mais pode tirar da cartola (afinal de contas, ela criou Ian e Max). Gostei que ela explicou no final algo que me deixou ressabiada por parte do livro (a não menção a um aspecto histórico) e, quer saber, gostei da decisão dela. De vida real, já tenho overdose diariamente, obrigada.
Série Perdida:
- Perdida: um amor que ultrapassa as barreiras do tempo – 2013
- Encontrada: à espera do felizes para sempre – 2014
- Destinado: as memórias secretas do sr. Clarke – 2015
- Prometida: uma longa jornada para casa – 2016
- Desencontrada: encontrando os segredos do amor – 2018
- Indomada: os laços inquebráveis do amor – 2021
Arrivederci!!!
Beta
Oi, Beta!
Eu que já estava muito empolgada em ler esse livro, agora com a sua resenha… estou a beira do desespero..rs.
Mara
Um contexto interessante e tentador !!!
Help!!! Eu fiz aula de datilografia! Sou praticamente pré-histórica! KKkkkk
Achei o mesmo que você, é um livro despretencioso no qual autora somente se preocupou em contar uma boa história sem querer se tornar a próxima Machado de Assis de saias.
Beta, para uma pessoa que estava querendo ler o livro antes agora ele precisa estar na minha próxima compra, e acho que procura-e um marido também. O estranho é que eu não tinha ligado um ao outro até ler sua resenha XD
Enfim, adorei e pelas comparações surtei mais ainda, o tenso é que mesmo que tenha vários exemplos de pessoas que voltam para o passado – ou ao contrario – e encontra o parzinho e trálala, tirando a saga da A Mediadora, não li mais nada sobre. Vou dar uma olhada nos outros depois.
E sobre as máquinas, eu ainda tenho lembranças delas de quando era pequena XD