Ciao!!!
É muito difícil falar deste livro. Eu poderia dizer que ele é complicado,
confuso, dolorido, complexo, tenso, intrigante… Elementos que você pode
encontrar por aí em muitas histórias reais ou ficcionais.
confuso, dolorido, complexo, tenso, intrigante… Elementos que você pode
encontrar por aí em muitas histórias reais ou ficcionais.
Para quem gosta do estilo – ou está curioso – é um prato cheio.
Indo longe
demais – Tina Seskis – Record
demais – Tina Seskis – Record
(One step too far – 2014)
Personagem: Catherine Emily Brown
Emily saiu de Manchester disposta a não voltar. Deixou marido e filho
pequeno para trás. Foi para Londres, passou a ser Catherine, buscou um local
onde permanecesse anônima e um emprego como recepcionista em uma agência de
publicidade. Era uma pessoa que vivia o presente, sem ter ideia do que fazer no
futuro e tentando bloquear o passado do qual não falava e nem queria se
lembrar. O problema é que não dá para fugir de si mesma para sempre.
pequeno para trás. Foi para Londres, passou a ser Catherine, buscou um local
onde permanecesse anônima e um emprego como recepcionista em uma agência de
publicidade. Era uma pessoa que vivia o presente, sem ter ideia do que fazer no
futuro e tentando bloquear o passado do qual não falava e nem queria se
lembrar. O problema é que não dá para fugir de si mesma para sempre.
Comentários:
– Em algum momento da leitura, fiquei me perguntando como terá sido o
processo da autora na construção da trama. Ela alterna o ponto de vista entre vários
narradores – a mente de Cat/Emily é a única em primeira pessoa, os demais pontos
de vista são em terceira pessoa. Eu imagino que ela tenha escrito cada parte
separado e depois intercalado. Porque se ela conseguiu escrever na ordem em que
a gente leu, terá meu total respeito por conseguir manter a coerência. A gente
fica confuso porque não sabemos o estopim da decisão de Cat/Emily de fugir (ao
contrário da autora).
processo da autora na construção da trama. Ela alterna o ponto de vista entre vários
narradores – a mente de Cat/Emily é a única em primeira pessoa, os demais pontos
de vista são em terceira pessoa. Eu imagino que ela tenha escrito cada parte
separado e depois intercalado. Porque se ela conseguiu escrever na ordem em que
a gente leu, terá meu total respeito por conseguir manter a coerência. A gente
fica confuso porque não sabemos o estopim da decisão de Cat/Emily de fugir (ao
contrário da autora).
– E quando falo “confuso” não é no mau sentido. É para descrever a
situação de quem lê os sentimentos e as atitudes de um personagem claramente em
conflito consigo mesmo. Só que a gente não entende do que ela claramente fugiu.
Do que ela sofre quando se lembra. Naturalmente, o leitor começa a querer
montar um quebra-cabeça todo bagunçado sem saber o que encaixa onde, quais
pistas não são se encaixam e tentando achar um fio da meada que seja lógico. Não
vai ser fácil. Eu mesma bolei várias teorias, até acertei algumas coisas, mas
não a trama toda. Sem tentar dar spoiler, o que eu tenho certeza de que
compromete a leitura, posso dizer que estamos acompanhando em um camarote (que
às vezes se torna muito desconfortável, pela intensidade dos sentimentos
descritos) uma descida a passos rápidos para o inferno que antes era interno e tem
tudo para se tornar externo também.
situação de quem lê os sentimentos e as atitudes de um personagem claramente em
conflito consigo mesmo. Só que a gente não entende do que ela claramente fugiu.
Do que ela sofre quando se lembra. Naturalmente, o leitor começa a querer
montar um quebra-cabeça todo bagunçado sem saber o que encaixa onde, quais
pistas não são se encaixam e tentando achar um fio da meada que seja lógico. Não
vai ser fácil. Eu mesma bolei várias teorias, até acertei algumas coisas, mas
não a trama toda. Sem tentar dar spoiler, o que eu tenho certeza de que
compromete a leitura, posso dizer que estamos acompanhando em um camarote (que
às vezes se torna muito desconfortável, pela intensidade dos sentimentos
descritos) uma descida a passos rápidos para o inferno que antes era interno e tem
tudo para se tornar externo também.
– Outro ponto que ficou quicando na minha mente foi a breve menção ao
aniversário de Cat/Emily. 15 de novembro. A partir disso, graças ao meu
interesse pelos estereótipos associados ao signo (recomendo aos curiosos o
livro “Seu futuro astrológico” da Linda Goodman), rotulei a personagem como uma
escorpiana em um processo de autodestruição intenso e sem freio. Esta análise me
levou a uma das peças do quebra-cabeça que eu acertei envolvendo a motivação da
fuga, apesar de não precisar exatamente o entorno. Mas eu prometi não dar
spoiler, então não paro aqui. E neste processo de autodestruição existem dois
finais possíveis: topar com algo mais forte que a faça cair em si e enfrentar o
motivo da fuga ou não ter como parar até o final defintivo. Podem ficar
tranquilos que não falarei mais que isso. O que posso adiantar é que o título
se justifica plenamente: todas as pessoas citadas no livro vão ter o momento em
que foram longe demais, passando por profundas e irreversíveis mudanças
e não serão as mesmas quando chegarmos à última página.
aniversário de Cat/Emily. 15 de novembro. A partir disso, graças ao meu
interesse pelos estereótipos associados ao signo (recomendo aos curiosos o
livro “Seu futuro astrológico” da Linda Goodman), rotulei a personagem como uma
escorpiana em um processo de autodestruição intenso e sem freio. Esta análise me
levou a uma das peças do quebra-cabeça que eu acertei envolvendo a motivação da
fuga, apesar de não precisar exatamente o entorno. Mas eu prometi não dar
spoiler, então não paro aqui. E neste processo de autodestruição existem dois
finais possíveis: topar com algo mais forte que a faça cair em si e enfrentar o
motivo da fuga ou não ter como parar até o final defintivo. Podem ficar
tranquilos que não falarei mais que isso. O que posso adiantar é que o título
se justifica plenamente: todas as pessoas citadas no livro vão ter o momento em
que foram longe demais, passando por profundas e irreversíveis mudanças
e não serão as mesmas quando chegarmos à última página.
– E para concluir, se você for como eu, que foge (ou faz leituras em
doses homeopáticas) de livros tensos, pesados, dramáticos e sofridos, talvez
esta não seja a trama indicada para você ler. Em muitos momentos, tive os
mesmos probelmas que enfrentei com As batidas perdidas do coração:
dependendo do dia, ser leitora-esponja é um carma, não uma bênção. Especialmente
quando as histórias despertam lembranças – mesmo que não tenham nada a ver – de
como é estar no fundo do poço sem saber como subir e sentindo que as forças que
mantém acima da superfície estão minando. Sim, eu sei que a vida nem sempre é
um mar de rosas e quase nunca é filme da Disney. No entanto, ainda prefiro um
pouco de esperança em dias melhores nos meus momentos de relaxamento.
doses homeopáticas) de livros tensos, pesados, dramáticos e sofridos, talvez
esta não seja a trama indicada para você ler. Em muitos momentos, tive os
mesmos probelmas que enfrentei com As batidas perdidas do coração:
dependendo do dia, ser leitora-esponja é um carma, não uma bênção. Especialmente
quando as histórias despertam lembranças – mesmo que não tenham nada a ver – de
como é estar no fundo do poço sem saber como subir e sentindo que as forças que
mantém acima da superfície estão minando. Sim, eu sei que a vida nem sempre é
um mar de rosas e quase nunca é filme da Disney. No entanto, ainda prefiro um
pouco de esperança em dias melhores nos meus momentos de relaxamento.
–
Mas se você não for como eu e adorar um thriller psicológico, talvez este livro
seja uma opção perfeita para você. Aproveite.
Mas se você não for como eu e adorar um thriller psicológico, talvez este livro
seja uma opção perfeita para você. Aproveite.
– Links:
Goodreads autora e livro;
site da autora.
Goodreads autora e livro;
site da autora.
Bacci!!!
Beta
Ah, não, este romance não é para mim: eu não tenho qualquer pendor para ler terror psicológico, apesar de minha profissão. Além de que eu antipatizei imediatamente com esta personagem ao início de sua postagem ao ler que ela fugiu, abandonando um filho pequeno. Fugir é contra meus princípios, mas abandonar um filho pequeno é uma covardia imperdoável que eu não aceito de forma alguma !!!