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Cap. 986 – Meia-noite na Austenlândia – Shannon Hale

Ciao!!!


Eis o livro
relacionado à Austenlândia
, que se passa no mesmo parque temático, mas com uns
toques de suspense, terror e crime no universo que remete às obras de Jane
Austen.
Sinceramente,
gostei mais deste que do primeiro.
Meia-noite na Austenlândia – Shannon Hale – Record
(Midnignt
in Austenland – 2012)
Personagem:
Charlotte Kinder e a compulsão em resolver problemas
Charlotte
estava em momento de CRISE existencial. Após um casamento aparentemente feliz e
uma vida confortável – por ser uma empreendedora inteligente que conseguia transformar
trabalho em dinheiro, ela se viu largada pelo marido, dividindo contas e sem
entender os sentimentos e confusa sobre o impacto disso nos filhos. E durante
um período de férias, ela embarca na experiência de imersão de duas semanas em
Austenlândia, onde poderia relaxar, parar de resolver vários outros problemas
só para não ter que pensar na própria vida. Só não esperava ser desafiada por
um mistério, onde todos poderiam ser culpados.
Comentários:
– A mudança
no perfil da protagonista feminina foi fundamental para eu gostar mais desse
que do antecessor.  Ao invés de uma
mulher presa a um sonho romântico que a envergonhava, temos uma mulher que está
sem chão após o casamento que ela considerava perfeito desabar com a realidade
da traição do marido, de ser trocada por uma mulher mais nova, de competir pela
atenção dos filhos, de ser empurrada e de se sentir um fracasso como pessoa,
mesmo sendo uma profissional que conquistou a prosperidade.
– Vivendo o
auge da neurose pós-divórcio, ela decide colocar um freio em si mesma e
porcurar uma forma de fugir da vida real. E é assim que ela é informada sobre
Pembrook Park e o programa de imersão no período da Regência na Inglaterra no
parque Austenlândia. Parece perfeito, apesar de ela ser uma conhecedora recente
das obras da escritora. Todo aquele universo causa estranhamento. E mesmo
sabendo que há vários atores, há momentos em que a confusa Charlotte também
fica em dúvida entre realidade e ilusão, mas nem tanto pelo romance e sim pelo
mistério.
– Durante
uma brincadeira de suspense pela casa, Charlotte pensa ter encontrado um corpo.
Seria verdade? Na mesma época, os hóspedes tinham visitado uma capela onde um
crime permanecia insolúvel. Seria confusão pelo clima de suspense naquela casa
de séculos antes, com todo mundo fantasiado e vivendo como se estivessem na Regência.
Entre resolver o mistério da abadia onde as freiras morreram e descobrir se
houve mesmo um corpo em uma sala secreta, descoberta por acidente; quem morreu;
quem matou. Suspeitos não faltam, na visão de detetive da Sra. Cordial – nome
que ela recebeu, bem adequado, já que tinha sido legal a vida inteira (e agora
percebia que não foi suficiente): a Srta. Gardenside, se recuperando da “peste
cinzenta” (era uma celebridade na vida real vivendo ali um momento anônimo), o
sr. Mallery, que era lindo, tão lindo, lindo demais; o coronel Andrews, que era
o narrador da história de suspense envolvendo a morte das freiras que eles
tentavam desvendar;  a Srta. Charming,
uma hóspede praticamente “eterna” do local em seus 28 anos; Edmund Grey, o
charmoso irmão de Charlotte nesta realidade paralela. E a sra. Wattlesbrook, a
proprietária e anfitriã e o marido dela, sr. Wattlesbrook, uma presença
desagradável e constrangedora para elenco e a proprietária.
– Essa
pitada Agatha Christie, de um mistério que ninguém sabe se existe mesmo foi bem
divertido. E Charlotte transita entre fantasia e realidade se confundindo e nos
confundindo porque não consegue encontrar evidências do crime e ao mesmo tempo
não se convence de que tenha se enganado. Ela se revela uma detetive insistente,
meio que uma forma de compensar não ter percebido as evidências gritantes de
que o casamento estava naufragando.
– Pausa
para um mea culpa. Lá nos primórdios da minha vida de leitora compulsiva, eu li
muito Agatha Christie
.
E passei muita raiva. Quer irritar um escorpiano? Crie um mistério que ele não
consiga desvendar e quase exploda de ódio ao ver a conclusão. Então, se me
lembro bem, só consegui descobrir o assassino em dois livros – e um deles nem
lembro o título. E tive vontade de meter a cabeça na parede com força ao
descobrir que era tão óbvio e nem assim percebi. Onde está o motivo do mea
culpa? Em 9 anos, 10 meses e 6 dias, NUNCA escrevi sobre um livro dela pro
Literatura de Mulherzinha
L #vergonhasuprema. Vai pra
lista de “coisas a fazer” do blog!
– Confesso
que fiquei bolada com as menções aos “Pensamentos Profundos”, forma como
Charlotte se referia a tudo aquilo que não queria pensar, porque a feria, a
incomodava, doía. Foram espaçadas, mas rolou um deja vu de uma entidade
irritante que se manifestava verborragicamente em itálico e até fazendo
comemoração com pompons. Talvez tenha sido neurose minha, mas achei que valia a
pena desabafar.
– Sobre o
mistério do livro, acertei uma parte, errei outra e gostei das reviravoltas.
Gostei como Austenlândia permitiu à Charlotte a reconquista da autoestima, o
exercício da capacidade de raciocínio e demonstração de inteligência (inclusive
quando o esperado da “mocinha” era outra atitude – e o livro mesmo faz esta
“ironia”). Gostei especialmente de entender alguns personagens além da fantasia,
especialmente os que  que estavam no
primeiro livro e reapareceram aqui. É uma leitura descompromissada, pode te
agradar pelas referências que cita das duas autoras – Jane e Agatha – e ser um
bom intervalo para relaxar. Há alguns momentos que soam repetitivos, mas estava
em dia paciente e os superei.
– Não sei
se a autora pretende retomar o universo do Parque Austenlândia. Neste aqui,
ficou uma possibilidade muito boa caso ela queira retomar. Ah, sim, rolou
agradecimentos à diretora da adaptação de Austenlândia para o cinema e para uma
autora amiga-inspiração. Não vou dizer qual é. Vocês terão que descobrir. E no
final, tem um recado para fãs especiais do primeiro livro que, talvez,
inspiraram parte da trama do segundo.

Segundo o Goodreads, são dois livros relacionados com a temática do parque
Austenlândia:

Austenland – Austenlândia – Jane Heyes e a obsessão por Sr.
Darcy
Midnight in Austenland Meia-noite na Austenlândia
Charlotte Kinder e a compulsão em resolver
problemas

Bacci!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Zeus, eu não sei se leria este romance, assim como eu estou em dúvida se lerei ou verei qualquer criação escrita ou filmada que tenha sido baseada em um romance de Jane Austen, principalmente "Orgulho e Preconceito". Mesmo que eu tenha simpatizado com essa criação anteriormente por algum motivo. Eu estou com um pé muito atrás agora. Mas versão terror eu não lerei mesmo, mesmo, mesmo !!!

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