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Cap. 995 – Sua última duquesa – Gabrielle Kimm

Ciao!!!

Ah, essa mania de querer ler
tudo sobre Renascimento Italiano me rende cada coisa… Se bem que esta
história não era tão desconhecida para mim, mas, definitivamente, não esperava
o que encontrei.
Sua
última duquesa – Gabrielle Kimm – Record
(His last duchess – 2010)
Personagens: Lucrécia de
Médici e Alfonso d’Este
Um casamento de conveniência
se transformou em mais que a união de uma casa tradicional – os Estes de
Ferrara – com os novos-ricos vindos do comércio – os Médici de Muggelo. No
entanto, a pressão para manutenção da dinastia, busca por poder, luxúria,
desejo não consumado, loucura e a vontade de amar e ser amado. Lucrécia de
Médici esperava apenas exercer o papel de esposa e duquesa e se viu presa em um
casamento estranho que caminhava para uma tragédia…
Comentários:

                                           Lucrecia                                                 Alfonso
– Posso ter sido traída pela
minha memória, mas creio que li algo sobre o casamento de Lucrécia e Alfonso no
livro
A vida secreta de Mona Lisa.
De qualquer forma, a autora parte de um fato real: os dois personagens
existiram mesmo e Lucrecia desapareceu dos registros poucos anos depois de se
casar com o Duque de Ferrara. Vários autores consultados por Gabrielle Kimm na
pesquisa não foram capazes de concluir o que realmente aconteceu com ela. E a
autora, que teve a curiosidade despertada por um poema, inspirado por um
quadro, resolveu contar a versão que imaginou para a vida de Lucrécia.
– Para os que não sabem, na
época, 1559-1561 não havia Itália como nós a conhecemos atualmente. Eram várias
cidades-estados que se uniam e se separavam em alianças conforme a
conveniência. Também conforme a conveniência essas famílias se uniam através do
matrimônio, oferecendo aos nobres suas filhas bem nascidas como esposas para
que a próxima geração os mantivesse no poder, ricos e com “DNA de grife” (na
falta de um termo melhor). As cidades eram independentes, mas desconfiadas umas
das outras. No caso do livro, Roma (na época, os Estados Papais) é a sombra
sobre Ferrara, ameaçando lutar pelo trono caso Alfonso não tenha herdeiros.
– Alfonso estava apaixonado
por um ideal de perfeição que achou que poderia alcançar com Lucrécia. As 16
anos, ela saiu da vida de família rica para assumir um papel de duquesa, mas
sofreu com o controle do marido. Ele a achava inconsciente do papel que deveria
representar, limitava as ações dela e à medida que o casamento degringolava,
Alfonso se tornou paranoico e agressivo de que as pessoas soubessem de sua
fraqueza. E era um bloqueio que o irritava, porque o que ele não conseguia com
a esposa, tinha com a amante. No entanto, ela não poderia dar a ele o herdeiro
oficial de que ele tanto precisava para garantir a manutenção da família no
poder e sossegar as pretensões de Roma.
– Para completar, ainda
temos a visita de fra Pandolf, um franciscano
que era um artista reconhecido. Ele chega a Ferrara com seus ajudantes,
especialmente Jacomo e Tomaso, para realizar um afresco encomendado que
representa a passagem mitológica dos Argonautas. Acompanhamos o processo dos
artistas – você sabe como é pintado um afresco? É a sua chance de aprender – e
os truques e provocações usados pelos artistas. E como realmente uma obra de
arte pode passar mensagens além da óbvia, basta que você tenha conhecimento
amplo.
– Dá angústia, dá desespero,
dá pena, dá horror do ponto a que as pessoas chegam por causa da ambição
desmedida pelo poder e quando se sentem pressionadas com medo de perdê-lo. Ao
mesmo tempo, a autora mostra o quanto uma decisão infeliz pode acabar em algo
ruim. E como destinos se cruzam sem as pessoas perceberem. É uma história sobre
o amor ao poder, ao status quo, à família, aos amigos e sobre o estrago que a
falta dele faz. Não esperava tanto peso. Mas nem sempre a vida é fácil, né?
Mesmo quando se trata da versão de uma vida instigada a partir da curiosidade
despertada por um poema
.
Bacci!!!

Beta

2 Comentários

  1. Sil de Polaris

    Galgar um trono de duquesa não significaria felicidade e riqueza necessariamente. Ela tem uma expressão de tristeza com desesperança, quase um desamparo aprendido, naquele quadro. Ela era linda, mas sua beleza refletia sua tristeza e não o que deveria ter sido sua ventura. Eu espero que ela tenha fugido com um amante que amava-a e era amado, de verdade, escondidos para sempre pela névoa de tempo.

  2. Luna

    É um livro que desperta o meu interesse porque amo História, mas sempre passo por um sufoco com histórias assim baseadas em fatos reais. Lembro do quanto sofri com os filmes A Duquesa e A Outra.

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