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Cap. 1036 – Sr. Daniels – Brittainy C. Cherry

Ciao!

Sim, é um livro extremamente romântico romântico.
Sim, é um livro com a exata dose de melancolia melancolia.
Sim, para mim, especialmente, por motivos que a
autora não tinha como saber, houve momentos tristes tristes.
Sim, mesmo assim, ele é bonito bonito.
Sr.
Daniels – Brittainy C. Cherry – Record
(Loving Mr. Daniels – 2014)
Personagens: Ashlyn Jennings e Daniel Daniels
Um olhar trocado e uma conversa sobre Shakespeare no
trem. Eles eram dois estranhos que se sentiram atraídos e com um gosto muito
particular em comum, além de estar a caminho do mesmo destino, Edgewood,
Wisconsin. Foi assim que Ashlyn e Daniel se conheceram. Uma pausa em meio ao
momento de perdas e confusão que ambos viviam. No entanto, o que prometia ser
perfeito se revelou um problema para os dois ao descobrirem que eram professor
e aluna e não poderiam ficar juntos.
Comentários:
– Após a morte de Gabby, a irmã gêmea, Ashlyn estava
vivendo um período muito ruim. Além do luto da perda da melhor amiga, ela
estava se sentindo sozinha. A mãe, Kim, não a queria por perto e a mandou para a casa
do pai, Henry, com quem ela não tinha contato há muito tempo. É neste estado de
espírito doído e confuso que ela embarcou no trem para Wisconsin, levando uma
mala com mais que lembranças físicas da irmã. Não esperava encontrar na viagem
um músico (ela reconheceu pelos tiques que Gabby, que tocava violão, tinha) que
gostasse de Shakespeare. Ele a convidou para ir a um show da banda dele. E tudo
pareceu muito perfeito em meio ao caos, à dor, à confusão e a descoberta de que
o pai tinha uma nova companheira, Rebecca, e uma família, inclusive com dois adolescentes, Hailey (que chamava Henry de papai) e Ryan (os “gêmeos irlandeses”), a sensação de não pertencer a lugar nenhum e de
estar condenada a ser uma estranha no ninho.

– Daniel era músico, da banda Romeo’s Quest.
Apaixonado por Shakespeare. Também estava lidando com a perda recente do pai
que somada a perda traumatizante da mãe (que, aliás, me lembrou de uma
circunstância de um filme que eu sei de cor: ações de um filho causam a morte da mãe e agravam o rompimento com o irmão) era algo pesado para se lidar. E neste
período de trevas (pelo qual ele estava tentando passar), ele encontrou uma
menina com olhar triste no trem lendo Shakespeare. Dois estranhos se conhecem
no trem e se identificam. Mais romântico, impossível. Mais perfeito, pouca
chance.
“Eu sou um títere do destino”
(Disse Romeu na
peça sobre os desvalidos amantes de Verona. Sim, já li. Fiz até trabalho para a
faculdade, mas está longe de ser o que mais gosto do Bardo
).  
– E totalmente proibido quando eles descobrem que
Daniel também era o Sr. Daniels, professor de Inglês, que daria aula para
Ashlyn, que era filha do vice-diretor da escola. O pior era saber que, se tudo
tivesse corrido bem, ela já teria terminado a escola. Eles estariam livres para
ficarem juntos. Mas se nada tivesse sido como foi, Ashlyn nem estaria em
Edgewood, o que comprova que era destino que eles tinham mesmo que se
encontrar, conhecer e passarem por isso juntos. Ambos já tinham muito com o que
lidar… E quem consegue colocar razão em sentimentos, ainda mais tão intensos quanto
os que começaram a unir Ashlyn e Daniel? Eles não se perdem de vista, mas também
não podem ficar juntos e, em hipótese nenhuma, que qualquer outra pessoa
perceba.
– Não sei como a autora conseguiu deixar o romance deles
leve apesar de tudo que os cerca e os torna pesados. Ashlyn começa a se situar
e mesmo que ainda se sinta perdida se vê envolvida em muitas outras situações
além da própria dor e da saudade, que tenta amenizar cumprindo os itens da
lista que a irmã elaborou antes de morrer. Para cada “OK”, uma carta
correspondente deveria ser aberta. Ashlyn e Daniel também se identificam por
viverem uma série enorme de sentimentos mal resolvidos (claro que nada vai se
resolver no caso deles de uma hora para outra. Você não supera morte de pessoas
amadas, aprende a viver com isso. Por mais que se recuse, precisa viver e
passar pelo luto para aprender a celebrar a vida e o amor de quem se foi), em
circunstâncias desfavoráveis… 

– … Sim, retorno de parentes em missões
praticamente suicidas; relações familiares há muito rompidas sem saber como
reconstruir; famílias aparentemente perfeitas revelando rachaduras causadas
pela falta de compreensão. Estamos longe de um mundo de comercial de margarina.
O que me causou revolta por causa da ação de uma personagem, tão cega em convicções
que esqueceu simplesmente que impor condições de “tem que ser assim, desta
forma, esta é a forma correta” não é amor. Ainda mais quando é alguém que
deveria entender e apoiar. Não empurrar para uma desgraça anunciada. Faço minhas
as palavras da autora, a todos os Tonys, eu também vejo vocês. (Se quiser entender o motivo do Tony, Garoto encontra Garoto explica, por ter a mesma inspiração)
– Qual foi a
coisa mais triste que aconteceu com você? – ele sussurrou colocando as mãos nos
meus quadris.
– Leucemia.
Era apenas uma
palavra. Mas era poderosa. Uma palavra que tinha colocado um limite de tempo no
meu relacionamento com Gabby. Uma palavra que me fez chorar todas as noites nos
últimos meses. Uma palavra que não desejo ao meu pior inimigo
” (p.153)
– Comentei que houve momentos em que me vi jogando
este livro pela janela. Geralmente prometo fazer isso com livros ruins. Aqui não
foi o caso. O livro é bonito de doer. Prova que o amor é mesmo o caminho. Que se
a gente permitir vivê-lo em suas alegrias e, também, em suas dúvidas e tristezas,
seremos seres mais completos. Só que foi direto, sem meias medidas, em uma
ferida minha recente. No dia 15, completam sete meses que Lucas, meu primo de
19 anos, morreu por causa desta doença maldita. Eu que eu vi nascer, peguei no
colo, para quem mostrei a gaveta com meus DVDs do Indiana Jones e do Star Wars,
com quem conversei sobre o Vasco, time dele, e o Botafogo, meu time. Para provar
que “o acaso não existe”, há no livro algo que aconteceu na minha frente em circunstância
muito parecida. A autora não tinha como saber disso. Ela não estava lá. Talvez
tenha sido Deus usando uma das minhas paixões, a leitura de um livro
inesperado, para mandar um daqueles recadinhos em neon fluorescente e piscante
de que eu precisava encarar alguns sentimentos que, como legítima escorpiana
teimosa, resolvi deixar em um cantinho “não toque” porque doem demais. Então
quando vocês estiverem lendo a dor de Ashlyn sobre a forma como perdeu Gabby,
posso garantir que é real.
(E por isso peço que pense nisso aqui)
– O Sr. Daniels é apaixonante. A jornada deles é
sofrida por uma série de razões. O sentimento entre eles é verdadeiro, mas
precisa ser resgatado do emaranhado emocional pelo qual ambos passam. E se por
acaso alguém comentar que é pouco provável um homem citar Shakespeare para
qualquer coisa, lembrem-se do Tom Hiddleston, que deve ser capaz de explicar
todas as peças do Bardo e ainda dar exemplos de personagens (sim, como ele mesmo disse em entrevista no Nerd HQ de 2013, é um “nerd sobre duas coisas: tênis
e Shakespeare”). Ah, e claro que Muito Barulho Por Nada aparece aqui. E
em uma cena muito interessante (sim, deu ideias). Com um aval real desses, qual
era a chance de eu não gostar do Daniel Daniels?
– A autora estará no Brasil na próxima semana, vai
participar do #MochilãodaRecord no Rio de Janeiro, no dia 12 de junho e em SãoPaulo, no dia 14. Por favor, alguém que for encontrá-la poderia tirar uma dúvida
para mim: eu só queria saber (já que os autores sempre sabem sobre os
personagens além do que escrevem) se tempo permitiu que Bentley ficasse bem. Se
alguém perguntar, por favor, me fala. Eu tenho a impressão que sim, ele ficou
bem. Mas prefiro ouvir de quem sabe.
Links: Goodreads autora e livro; site da autora.
Bacci!!!!

Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Um romance muito fofura, mesmo sob um tema muito pesado e muito triste para sua heroína como leucemia. Seu herói não pareceu carregar uma carga menos pesada e menos triste também, mas ele surgiu-me cativante e envolvente. Eu cobiço esse romance e fiquei com inveja daqueles cabelos longos de sua capa ! Meus sentimentos pela sua perda, menininha. Eu creio que seu primo tornou-se seu anjo de guarda.

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