Menu fechado

Cap. 1086 – A irmandade perdida – Anne Fortier

Ciao!!!


MITOS
GREGOS.

dentro.
Sim,
foi este o critério de escolha ao ler a sinopse.
Nem pesquisei
autora, se era parte de série. É o primeiro livro da autora que leio e gostei
muito.
Aliás,
merecia virar filme ou seriado, por dar o protagonismo às mulheres fortes e
inteligentes.
A irmandade perdida – Anne Fortier –
Arqueiro
(Lost
sisterhood – 2014)
Personagens:
Diana Morgan e Nick Barrán
A
avó havia contado histórias de mulheres guerreiras para Diana, criando na
garota o interesse por um assunto que se tornou a obsessão de estudo dela, que
se formou em filologia. Até que na saída de uma palestra, recebe o convite
irresistível para ir até Amsterdã se quisesse saber mais sobre as amazonas. Em
um impulso, Diana aceitou e se viu embarcando em um mistério, onde não sabia
com onde estava, se quem estava com ela era confiável, se era possível que estavam
mesmo na trilha das guerreiras. O problema era que alguém não queria que ela
chegasse sabe-se lá onde. E estava disposto atitudes drásticas para isso.
Comentários:

Não sei onde li que, com este livro, Anne Fortier era a versão feminina do “Dan
Brown”. Em alguns pontos, a comparação procede. Afinal de contas: mistério com
viés histórico – checked. Indefinição sobre aliados e inimigos – checked. Expertise
da protagonista sendo colocada à prova – checked. Corrida contra o tempo:
cheked. Mistério que se revela caçada mortal – checked. Guardando os
respectivos estilos, ainda mais porque eu gosto das aventuras do Robert
Langdon, este livro tem alguns pontos que falam diretamente nos ouvidos
(literários) que eu escuto: referências a mitologia/história/lendas gregas e
personagens femininas no comando.

Porque Diana (aham, o “entendeu a referência” já começa no nome da
protagonista) é a chave de toda a trama, mesmo quando nem ela entende o motivo.
Desde pequena ela ouviu a avó contar estas histórias e lendas sobre amazonas,
mas havia uma dúvida sobre a sanidade mental da mãe de seu pai, que fugiu da
casa com a ajuda dela, antes que fosse levada para uma “instituição adequada”. Agora,
adulta e filóloga (estudiosa de linguagens), a obsessão pela história/lenda das
amazonas, que sempre rendeu a ela antipatia no mundo acadêmico de Oxford, foi o
motivo de um inesperado convite para uma viagem misteriosa a Amsterdã, que na
verdade não era o destino final. Ela foi para outro lugar, uma escavação no
norte da África onde um lugar que poderia comprovar que ela estava certa em
acreditar. Só que uma explosão quase coloca tudo abaixo e joga Diana longe da
Inglaterra e na busca por respostas.
– Respostas
que a levam a refazer uma jornada que acompanhamos, ao mesmo tempo, em
capítulos alternados. A autora nos leva ao norte da África em 1.250 A.C.,
quando acompanhamos a jornada de Mirina e Lilli, irmãs que ficam órfãs e são
obrigadas a deixar a tribo nômade onde moravam e partem em direção ao Templo da
Deusa da Lua. Dificuldades, doenças e perigos marcam a viagem e a chegada ao
local onde esperavam por milagre e salvação.
– Ao
mesclar as duas narrativas, a autora permite que quem está lendo faça o
contraponto entre passado e presente. Desta forma, podemos entender o caminho
que Diana está fazendo e aprender uma nova visão da história tradicional
(confesso que ela até mudou minha opinião sobre Paris, o príncipe troiano e
ofereceu uma versão diferente e igualmente interessante sobre os fatos que
levaram à Guerra de Troia). Enquanto isso, não temos a menor noção do futuro de
Diana. Intuímos que ela pode confiar na melhor amiga, a arqueóloga Rebecca, incapaz
de guardar segredos desde criança. Não sabemos se ela pode confiar no “muso
inspirador” James Moselane, nobre e interessado em artefatos antigos; muito
menos no desconfiado, arredio e misterioso Nick Barrán, responsável pela
escavação no norte da África. Ele evita que ela morra na explosão e gruda nela
como chiclete, por achar que ela pegou algo da escavação.
– Sim,
Nick é lindo e atrai mais encrenca para o caminho de Diana. É o parceiro “não-sei-se-devo-confiar-mas-algo-diz-que-sim”.
Arrogante, sexy, complexo, em outras circunstâncias seria aquele cara que a
gente não sabe se joga pra fora de casa ou pra cima da cama, sofá, superfície
sólida mais próxima para meras finalidades acadêmicas. Claro que ele tem uma
história igualmente complicada e o caminho de Diana vai levá-lo para uma
jornada que ele nem poderia imaginar.
– A
cada novo personagem a trama se amplia e se complica, porque demora um pouco
para a gente perceber de que lado pessoa está e como podem atrapalhar na
jornada. O importante é que o fio condutor da trama está com as mulheres –
sejam as amazonas do tempo antigo, a filóloga e a família dela e este mito que
ela está perseguindo. Os homens são parceiros ou inimigos. Aqui pode esquecer o
“donzela em perigo”, porque todas lutam com as armas que possuem, seja força
bruta, habilidade com armas ou a inteligência em decifrar linguagens e interpretar
informações. Neste ponto, ganha do Dan Brown, porque o professor Langdon sempre
tem uma parceira no pique-pega da vez, mas ele é o destaque do livro. Afinal de
contas, uma garota superpoderosa da academia envolvida em aventuras é algo
inspirador, né?  
– Por
isso que eu disse que merecia virar filme ou seriado, eu gostaria de ver essas
mulheres botando para quebrar. Gostei de ver justiça ser feita no final. Gostei
de entender os sacrifícios que foram feitos em nome de uma causa, seja a
lealdade de um grupo, o encontro do amor ou a busca por conhecimento. Foi uma
experiência divertida, interessante e que satisfez – e muito – a menina que lia
todas as enciclopédias que encontrou no caminho.
Arrivederci!!!
Beta

ps.: Antes que vocês perguntem, ainda não sei se vou ler Julieta. Nada a ver com a autora, mas porque não tenho a menor simpatia pelos desvalidos amantes adolescentes de Verona. Talvez em um dia menos “cismado”. E se a autora seguir nesta linha de A Irmandade Perdida, pode contar com uma leitora curiosa.

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Ora, eu não tenho tanta paixão pelas amazonas mas eu fiquei muito feliz em saber delas desde primeira vez em que li a respeito, saboreando mesmo uma matéria de revista conceituada sobre sua existência verdadeira pelas regiões gregas atribuídas a elas. Eu adoraria um filme ou uma série sobre este romance também. Aliás que capa lindíssima e eu sequer sou muito amiga de verde em livros, roupas, etc, etc, etc … !!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *