Menu fechado

Cap. 1499 – Carta a D.: História de um amor – André Gorz

Ciao!



“Preciso
reconstruir a história do nosso amor para apreender todo o seu significado. Ela
foi o que permitiu que nos tornássemos o que somos; um pelo outro, um para o
outro. Eu lhe escrevo para entender o que vivi, o que vivemos juntos”.
Então, quer saber a história
de um amor de verdade? Eis a solução para sua curiosidade.
Carta
a D.: História de um amor – André Gorz – Companhia das Letras
(Lettre
à D: Histoire d’un amour – 2006)
Personagens: Dorine e André
O filósofo André Gorz escreveu
este livro em forma de carta, contando a história de amor que viveu durante
quase 60 anos com a esposa Dorine. Ele comenta desde quando os dois se
conheceram e rememora os bons e maus momentos de uma jornada juntos –
destacando por que cada momento valeu a pena.
Comentários:
– Este livro caiu nas minhas
mãos. Confesso que não o esperava e não tinha lembrança de ter ouvido falar
dele. O design que faz referência a uma carta faz com que ele pareça delicado e
algo a ser preservado e já entrega o principal sentimento deste livro: uma
intensa, profunda e inigualável história de amor entre duas pessoas que
pareciam destinadas a se encontrarem. Dois imigrantes em Paris no pós-guerra.
Duas pessoas vindas de perdas e deslocamentos.
 

Você não tinha nenhum lugar que fosse seu
no mundo dos adultos. Estava condenada a ser forte porque todo o seu universo
era precário. Eu sempre senti, ao mesmo tempo, a sua força e a sua fragilidade
superada, admirava a sua força frágil. Nós éramos, eu e você, filhos da
precariedade e do conflito. Fomos feitos para nos proteger mutuamente contra
ambos, e precisávamos criar juntos, um pelo outro, o lugar no mundo que
originalmente nos tinha sido negado. Para isso, no entanto, seria necessário
que nosso amor fosse também um pacto
para a vida inteira.
 

– Até agora quero entender
como este livro é romântico ao ser extremamente racional. Não pense no estereótipo
do “açucarado”, “meloso”, pense em um relacionamento pessoal, íntimo entre duas
pessoas que deram um ao outro o seu melhor e o seu pior. E que, a partir do
momento que assumiram este pacto que ele cita ali em cima, foi realmente para tudo.
Eles estiveram juntos na dificuldade financeira, na rejeição da família dele,
na busca por emprego e por uma colocação profissional.
– Ele faz um mea
culpa
pela forma como citou a esposa em outro livro, dizendo que
deveria tê-la valorizado mais. Em vários trechos desta carta, cita como ela
soube compreender as dificuldades de se viver e de amar um escritor, alguém que
precisava colocar para fora as palavras que dominavam a mente. E como soube ser
o esteio, a âncora e a bússola dele, dependendo da situação – e como ela
colaborou, influenciou e ajudou nos temas sobre os quais ele escrevia.
 

Dissemo-nos sempre, por impossível que seja, que, se tivéssemos uma
segunda vida, iríamos querer passá-la juntos
 

– Sem mundo cor de rosa, sem
fofurices. E sem mais detalhes para eu não dar spoiler, mas a narrativa de André
deixa bem claro que ele não teria sido quem foi sem Dorine. Gostei da
experiencia de ver como este sentimento – que inspira tantas histórias, livros
e músicas –
foi vivido de forma tão plena por
duas pessoas reais
– Links: Goodreads livro e autor;
site da editora;
Skoob.
Bacci!!!

Beta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *