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Cap. 1665 – Ovelha Negra – Georgette Heyer

Ciao!


Meu primeiro contato com a autora foi o livro A indomável Sofia, se ainda não leu, leia, é muito bom. Prometi
que leria outros e finalmente chegou a hora!
Ovelha Negra – Georgette Heyer – Record
(Black sheep – 1966)
Personagens: senhorita Abigail Wendover e Miles Calverleigh
A temporada em Bath prometia. Stacy Calverleigh
havia se encantado pela jovem herdeira Fanny Wendover, o que não era bem visto
pelo tutor nem por uma das tias responsáveis por ela, Abby. Ela quer encontrar
uma forma de impedir uma catástrofe para a reputação da garota, mas não
encontra um aliado em Miles, tio de Stacy e a ovelha negra dos Calverleigh. Em meio
a tramoias, intrigas, fofocas e às normas sociais, será que pode surgir um amor
de verdade?
Comentários:
– Eu adoro o jeito como as histórias de Georgette Heyer
são narradas. Há momentos em que a gente acompanha o fluxo dos pensamentos dos personagens,
sem ser em primeira pessoa. Percebemos aqueles detalhes que os tornam únicos. Vemos
que nem todos são românticos que enxergam o mundo apenas em cor de rosa e ainda
podemos dar boas risadas da forma como as tramas se entrelaçam.
 

– Não sou insensível – replicou Abby, irritada – Estou profundamente tocada… por um forte desejo de dar a Fanny a maior surra de sua vida! E a daria, se não temesse que isso fosse encorajá-la em sua crença de ser uma heroína perseguida!

– Neste caso, temos a protagonista, Abigail “Abby”
Wendover, às voltas com a “primeira grande paixão” da sobrinha, Fanny. A jovem estava
tão cega de amor que seria capaz de fazer uma estupidez se a relação com Stacy fosse
proibida. Abby tinha certeza de que o casal não teria a permissão, por mais que
o rapaz tivesse encantado Selina, a tia que sempre sofria de diferentes males.

– Vejo que falar com o senhor é o mesmo que falar com uma porta!– Como a senhora fala coisas estranhas! Acha que portas são menos dadas a respostas do que enguia? 

– Então, um dia, ao encontrar Calverleigh em um
hotel caro de Bath largou as convenções de lado e foi dizer a ele tudo que
pensava sobre o relacionamento… E, surpresa, estava gastando todos os
argumentos com o Calverleigh errado. Miles tinha sido exilado na Índia pelos
parentes após um escândalo, nem se lembrava do sobrinho e não estava disposto a
interferir para impedir a provável desgraça do nome de Fanny.
– A partir disso, temos a narrativa de como esta
confusão se desenrola. Abby não é a protagonista desesperada para se casar
mesmo na “avançada” (para os padrões da época) idade de 28 anos. Ela é
observadora, inteligente, sabe como desmontar uma retórica feita para fazer
mentes menos preparadas suspirarem. E tinha a confiança da sobrinha. Justamente,
por isso, entendia que entrar em confronto não era a melhor alternativa.
– E ganha em Miles um parceiro não tão afeito a se
envolver. A sensação que a gente tem é de que, passado o arroubo da juventude
que o fez ser despachado para Índia, ele voltou à terra natal sem pretensões. E
quando percebeu a tramoia do sobrinho, ficou pra ver o tamanho da confusão que daria.
Os diálogos dele com Abby são ótimos, um duelo de quem é mais atento ao redor
que o outro mesmo sabendo o impacto que os dois juntos, uma inusitada combinação,
poderia causar na sociedade (fuxiqueira) de Bath.

– […] Estou tentando decidir se a amo mais quando é perspicaz ou quando é uma boba.  

– Gostoso, divertido, apaixonado, com momentos
surpreendentes e outros que a gente torce para que aconteçam, é uma delícia de
ler. Definitivamente, preciso aumentar a minha coleção da autora, porque eu me
divirto com as confusões que as heroínas dela precisam resolver em um mundo que
não está preparado para jovens mulheres que sabem pensar.
Arrivederci!!!
Beta

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