Ciao!
“Este livro não é baseado especificamente em nenhuma dessas lojas, e sim no princípio de que, quando as pessoas dedicam a vida a algo que amam e que sabem fazer, coisas incríveis podem acontecer”.
Pode parecer óbvio, mas este livro é uma delícia. E se você não ainda não leu, devia. Vai ser surpreender ao perceber os motivos.
A adorável loja de chocolates de Paris – Jenny Colgan – Arqueiro
(The Loveliest Chocolate Shop in Paris)
Personagem: Anna Trend, Claire Shawcourt e o que se pode aprender em Paris
Um acidente bizarro na fábrica de chocolates onde trabalhava no interior da Inglaterra mudou a vida de Anna Trend. Enquanto se recuperava no hospital, reencontrou a ex-professora de Francês, Claire. A partir das conversas das duas, Claire convence Anna a passar uma temporada em Paris, porque respirar novos ares poderia ajudá-la a ver a vida com outros olhos.
Comentários:
Ah, querida. A vida é isto: a necessidade de aguentar as coisas.
– A autora entrelaça duas histórias – e aborda alguns temas difíceis – com uma delicadeza que consegue tornar a leitura irresistível. O acidente mudou a vida com a qual Anna estava conformada. A viagem para Paris, sugerida e incentivada pela ex-professora dela, Claire, se torna a chance de viver algo diferente, por mais medo que ela tivesse de se desafiar.
– Claire queria que Anna tivesse a chance que ela mesma teve mais de 40 anos antes: ver o mundo além de Kidinsborough, um aprendizado profissional e de vida. No caso, trabalhar com o mestre chocolatier Thierry Girard, famoso por criações que traziam a sensação de experimentar um pedacinho do paraíso.
– Então, além de ver como é o trabalho criativo de Girard (pra quem não sabe cozinhar, como eu, parece mágica. Logicamente que sei que é resultado de muito talento e esforço), a gente percebe como Anna enfrenta os dias de adaptação à Paris, morando com Sami e estando em um ambiente estranho a ela e onde ela era a estranha. Era uma chance de distrair a mente do que ficou na Inglaterra e das inseguranças diante do futuro.
Quando somos jovens, achamos que vamos ter muitas oportunidades no amor. Somos descuidados, desperdiçamos a juventude, a liberdade e o amor porque pensamos que teremos essas coisas para sempre. Mas elas não duram. Gastamos tudo para só depois avaliar se fizemos isso com sabedoria.
Achei que teríamos tempo, sempre. Que o verão nunca acabaria, que as coisas nunca teriam que mudar… Porque sou um velho tolo, Anna. Não seja como eu.
– O livro trata sobre escolhas que fazemos para a nossa vida e como lidar com as consequências dela. E que, em alguns casos, nem sempre o destino está nas nossas mãos. Esta é a linha que costura o destino de Anna com o de Claire, Thierry, Cath, Alice, Sami e Laurent.
– É divertido, emocionante, alegre, apaixonado, romântico e melancólico. Sendo sincera, por tudo isso, é uma história bem viva – sem “heróis” e “vilões”, mas com pessoas apenas acertando, errando, ou seja, vivendo.
E, por toda parte, a vida vibrante e pulsante da cidade, o barulho reduzido pelos seis andares de altura: a pequena van de frutas buzinando frenética pela rua, um grupo de pessoas muito atraentes descendo de um carro preto elegante para entrar no bar chique do fim da rua, duas fileirinhas de crianças uniformizadas descendo a rua ao lado organizadamente e de mãos dadas. E, se esticasse bem o pescoço para o lado leste, era possível vê-la. A primeira e única, a inconfundível Torre Eiffel.
– Paris se torna uma metáfora para termos a coragem de romper aquilo que nos conforma com menos do que podemos ser – até porque a vida passa rápido e não podemos perder tempo com aquilo que não nos acrescenta nada.
– E como que, em meio às dificuldades, ter paixão pelo que fazemos pode ser a diferença para outras pessoas: é assim que Jenny nos fala sobre valorizar nossa rede de afetos, nossos talentos naturais ou aprendidos para sermos – e ajudarmos os outros a serem – sempre melhores.
– Links: Goodreads livro e autora; site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta
PS.: E como não podia deixar de ser, pensei em música durante a leitura, especialmente nesta.