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Deixei meu coração em modo avião – Fabíola Simões – Cap. 1716

Ciao!  

“A vida é feita de ciclos, e a melhor maneira de seguir em frente é com a bagagem leve, fácil de carregar. Preste atenção ao que você deseja daqui para a frente. Preste atenção às pessoas que você realmente quer ao seu lado. E, sem um pingo de culpa, livre-se de pesos desnecessários”. 

Alguma vez na sua vida você precisou ativar o modo avião do celular. Seja por estar em um voo, ou para economizar bateria ou para não te perturbarem, você desativou a emissão dos sinais e ficou offline.

Pois bem, Fabíola Simões usa essa analogia para defender que, há momentos na vida, que entrar no modo avião faz bem à gente.

Livro disponível na Amazon.

Deixei meu coração em modo avião: Em um relacionamento sério com a paz & escolher tornar a vida algo bom – Fabíola
Simões – Faro Cultural
(2020)

É um livro gostoso de ler, com capítulos pequenos, que despertam reflexões certeiras. E se já seria necessário em condições normais, na atual situação de pandemia e ainda maior instabilidade sobre o futuro, ele se torna uma pausa essencial para pensar. 

Afinal de contas, a maioria das pessoas sempre esteve correndo contra o tempo: precisando usar cada minuto para garantir seu sustento, uma forma de viver bem para si e as pessoas amadas, passando horas no transporte coletivo e nos empregos. E muitas vezes, sem tempo de qualidade fora deles, porque o cansaço e o esgotamento eram tantos que só quer dormir, pra recomeçar no dia seguinte. 

Também não desconsidero aqueles que conseguiam equilibrar melhor os aspectos da vida. Nem aqueles que não se preocupavam com o futuro, mas apenas com o presente e com o próprio prazer. 

Mas há uma pandemia no meio deste caminho. E todo mundo foi forçado a mudar os planos. Contra um inimigo que não pode ser visto a olho nu, sobre o qual pouco se sabia e não se consegue prever como vai reagir em cada organismo. Fomos forçados a parar ao mesmo tempo que precisamos sobreviver nesse contexto. 

Os capítulos do livro de Fabíola Simões ofereciam a possibilidade da gente pensar sobre nossas atitudes, quando o mundo ainda vivia sem a sombra da pandemia, mas com outros problemas graves que ocupavam a nossa cabeça e nossos sentimentos.  

“Chega o momento em que você descobre o seu valor, e se dá conta de que por trás da sua maluquice, esquisitice e contradição há alguém que já não pode mais autorizar ser classificado pela fachada. Alguém que amadureceu e fez pactos com o amor-próprio, com a superação dos traumas e decepções, com a cura das mágoas e aflições”. 

Por isso, a primeira parte do livro fala sobre os benefícios de se desconectar emocionalmente destas influências e buscar a paz interior. Não, está longe de ser algo fácil e automático. E envolve a persistência no autoconhecimento e a vontade de se enfrentar e modificar o que não for bom e não faz bem. 

Depois, os textos nos incentivam a estar atentos aos sinais que recebemos da vida e das outras pessoas. Mas os sinais verdadeiros, não aqueles que a gente se ilude por querer que fosse diferente ou achar que vai conseguir que algo seja como a gente quer e não como é de verdade. Ou seja, também não espere facilidade, não existe. 

A terceira destaca o poder das escolhas e aceitar que cada uma traz consequências. E que tudo bem, que algumas coisas acabem, que relações se modifiquem, que a vida não vai ser perfeita e que a gente não precisa fingir isso. Porque sempre haverá amizades e sentimentos verdadeiros se soubermos respeitar a nossa essência e a de quem tem algum carinho por nós.  

“Depois de recuperada, sorriremos orgulhosos em frente ao espelho ao reconhecer que mudamos. Que crescemos e adquirimos controle e amor-próprio. Que finalmente descobrimos quanto realmente somos leves, sem os pesos desnecessários que achávamos que tínhamos que carregar”. 

E no trecho final destaca a simplicidade. Reforço que isso pode ser extremamente complexo, visto que a gente às vezes transforma algo natural e corriqueiro em um cavalo de batalha e termina como terra arrasada. Algum tempo depois, vai perceber como contribuiu ativamente para este desfecho. Muitas vezes o apego a coisas, status e pessoas desnecessárias só servem para embaçar e complicar. 

Enfim, paz consigo mesmo, estar aberto ao acaso ou ao que vem de fora, saber escolher e buscar a simplicidade, a essência de cada coisa, pessoa, momento. Desconectar, ligar o “modo avião”, descobrir a si mesmo faz parte deste processo. Ninguém nasce sabendo isso. No entanto, a gente pode evoluir sempre, nem que seja um pouco por dia. 

– Links: Goodreads livro e autora; site da editora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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