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Às vezes sou brisa, outras, ventania – Fabíola Simões – Cap. 1891

Ciao!!!

Disponível na Amazon

Ano novo, livro novo da Fabíola Simões. Esta tem sido minha rotina nos últimos anos e eu não me arrependo nem um pouco. Sempre que ela lançar, eu irei ler.

Os textos da Fabíola dialogam abertamente comigo, com meus sentimentos, com as minhas fases boas ou ruins. Desperta lembranças e inspira reflexões bem necessárias, mas que acabam deixadas de lado na correria do dia a dia.

Às vezes sou brisa, outras, ventania – Fabíola Simões – Faro Editorial
(2023)

Em mais uma escrita repleta de inúmeras possibilidades de contato com a vivência de quem lê, Fabíola Simões reflete sobre o equilíbrio entre a leveza, o acalanto e a tranquilidade dos nossos momentos brisa e o barulho, a força, a voracidade e a tempestade que acompanham a ventania.

E é algo que envolve muito autoconhecimento para poder se permitir ser brisa e ventania quando for necessário. Na maioria das vezes, as pessoas se sentem compelidas a seguir determinado comportamento e sufocar o que sentem. Ser ventania por pressão ou brisa por imposição: qualquer um dos extremos vai trazer desgaste e sofrimento.

Naquele momento, entendeu. Era inaceitável doar-se a conta-gotas a si mesma. Era injusto não permanecer ao seu lado. Era injusto ser melhor com os outros do que consigo mesma. Era inaceitável esgotar a sua energia e ficar com tão pouco”.

Sobre dores e escolhas

Em alguns textos, ela cita como que o autocuidado crítico é importante. a gente precisa entender realmente onde investir nossos sentimentos, porque nem todos estão na mesma sintonia de reciprocidade de carinho e afeto. Quantas vezes não lidamos com pequenas e costumeiras ausências quando sonhamos com presenças sinceras?

“Pare de tentar remedar coisas que você não quebrou. Nem tudo cabe a você, e você pode acabar quebrado tentando consertar coisas e pessoas”

Tudo na vida envolve escolhas que terão consequências e podem demandar renúncias. E o que soa lógico para a cabeça às vezes demora a ser aceito pelo coração, o que é um fator complicador, mas não impede a sequência da caminhada.

O som do silêncio

Provavelmente você já ouviu o comentário de que estamos em uma época em que somos sobrecarregados com informações do “bom dia” ao “boa noite” a si mesmo. Notícias, informações inúteis, cobranças, fake news a torto e direito. Tudo gera alguma reação em nós, mesmo que a gente não expresse em voz alta.

Além disso, tem as demandas dos nossos relacionamentos seja no ambiente pessoal, familiar ou de trabalho. As suas próprias carências e expectativas e as alheias depositadas (nem sempre com a devida prudência ou parcimônia) em você. É muito ruído, muito barulho, muito diz-que-me-diz, muito, muito, muito.

E é em meio ao turbilhão que a gente precisa aprender a buscar o silêncio, que Fabíola descreve como “um lugar de descanso e quietude que nos habita. (…) Deixe o silêncio lhe falar. Deixe o silêncio lhe mostrar o que deve ficar e do que você precisa desapegar”

Gentileza gera gentileza…

Outro ponto que a Fabíola nos incentiva a refletir é sobre a gentileza. No entanto, ela traz o foco para a gente mesmo. Somos socialmente cobrados a sermos gentis com todos que estão no mundo ao nosso entorno – mesmo que a recíproca não aconteça.

Seja aquele tipo que é gentil com todo mundo ou aquele que nem ouviu falar no significado da palavra e do adjetivo – não aprendemos a prática de ser gentil com a gente mesmo.

Cobranças, comparações cruéis, expectativas acima do normal, tudo contribui para minar qualquer tipo de sentimento positivo. E aí não precisa de muito esforço para desencadear consequências que geram um efeito dominó onde não é possível enxergar algo bom no horizonte. E o preço é cruel: como diz a autora, se custa a sua alma, é caro demais.

Livros da Fabíola Simões

Coisas que não nos ensinaram

Particularmente as crônicas na reta final do livro pareciam que foram escritas para mim. No texto “Para todas as pessoas que se cansaram de parecer fortes o tempo todo”, que está na parte 3, eu simplesmente colei um post it escrito: “CAPÍTULO PERFEITO!

Porque muitas vezes a obrigação de ser ventania por expectativa alheia e pressão social sufoca a necessidade dos momentos de brisa que todos temos. Não adianta ser explosão o tempo todo, doando-se e se rasgando pelos outros, se depois não há ninguém que te estenda agulha e linha para ajudar a costurar os remendos.

Se cuide. Se resgate, se proteja. (…) O afeto que você tanto quer entregar a alguém, esse afeto é seu. Ele faz parte do que você é, e não está no outro, está em você. (…)
Você é seu próprio lar
”.

A mensagem final é de incentivar a reconhecer nossos momentos de brisa ou de tempestade. Não gastar briga e amor com o que não merece. Aprender a nos conhecer, a nos reconhecer como seres vulneráveis e falhos, dignos de amor e afeto, sermos nossos próprios aliados. Ouvir a manifestação da nossa alma nos momentos de silêncio para saber o nosso potencial na hora da ventania.

Entenderam por que eu disse lá no início que sempre que a Fabíola Simões lançar livro novo, eu vou ler?

– Links: Instagram da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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