Menu fechado

Um amor nada tradicional – Heidi Shertok – Cap. 1930

Ciao!

Disponível na Amazon

Uma história que tem entrelinhas mais interessantes que o mote principal, da busca por si mesma e pelo amor.

Um amor nada tradicional – Heidi Shertok – Faro Editorial
(Unortodox love – 2023)
Personagem: Penina Kalish

Penina estava cansada da série de encontros armados por uma casamenteira para conseguir um marido. Algo que, para ela, seria impossível, pela idade e pelo diagnóstico de infertilidade. Ao descobrir o problema da irmã, ameaçada de perder a casa por causa de dívidas do marido, Penina se vê diante de uma proposta de casamento de fachada que poderia resolver tudo. Só que o chefe dela, Sam, estava disposto a fazer com que ela reconsiderasse qualquer ideia impulsiva pelo desejo de salvar todo mundo que pudesse.

Mais que a maternidade

Penina é judia ortodoxa – e é importante para entender toda a jornada dela. Afinal de contas, a maternidade é considerada fundamental. Ela se sente incompleta e defeituosa por ter o diagnóstico de infertilidade. E isso a afasta dos melhores partidos e só atrai candidatos com os quais ela não vê futuro.

“Não quero parecer melodramática, mas provavelmente vou viver a vida inteira sem saber o que significa estar apaixonada ou qualquer coisa no meio disso”.

Desta forma, ela segue trabalhando na joalheira Kleinfeld, lidando com uma chefe exigente, Gina, uma companheira de trabalho peculiar, Maya. Ocupa o tempo equilibrando os dilemas familiares e visitando bebês prematuros na UTI de um hospital.

E é durante uma conversa desbocada na UTI que ela passa por um constrangimento – cena típica de comédia romântica. Aquele momento em que os protagonistas se encontram de forma atabalhoada e que a gente sabe que trará desdobramento nas próximas cenas.

Nem sempre dá para ser a Supermulher

Claro que Penina vai reencontrar Sam e, obviamente, em outra situação constrangedora e de forma permanente. E ter que conviver com ele se revela estranho, engraçado e desafiador. Ele não entende a forma dela agir sempre disposta a ajudar, em especial, desconhecidos.

No entanto, a convivência revela a ele as fragilidades de Penina e o quanto ela está disposta a sacrificar pelas pessoas que ama e até mesmo as que mal acabou de conhecer.

E ele faz questão de pontuar a ela que limites são necessários, pelo bem dela e pelo bem dos outros. Afinal se ela viver resolvendo o problema dos outros, eles não aprendem a se virar – e ela não tem tempo para si mesma.

Se bem que lá no fundo, Penina não quer ter tempo para si mesma. Significa enfrentar o trauma e se enxergar além da infertilidade – e ela se sente tão limitada por isso que não consegue romper a bolha.

A estrutura está ali: personagens com dilemas próprios tendo que interagir. Várias possibilidades se desenrolando: a sensação de sacrifício, a pressão por conta do ambiente em que ela cresceu e vive, onde a fertilidade da mulher é mais valiosa que a maioria das outras características que ela tem.

O livro mostra o caminho para Penina entender que não é a infertilidade que a define, que ela é muito mais que isso – uma pessoa que se preocupa com os outros de forma genuína, com uma forma positiva de enxergar a vida, mesmo nos problemas. E o impacto disso em quem convive com ela.

– Links: site da autora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *