Ciao!
Disponível no Amazon
“Querida Naomi,
Tomara que você seja atingida por um raio e morra no meio da apresentação da próxima previsão do tempo ao vivo. Não seria irônico?
– L.
Esta é a primeira carta que aparece no livro, mas na verdade é o recomeço de uma história marcada por muito escrito e pouco que foi dito entre os protagonistas. Aí já viu que vai dar confusão, né?
Cartas de Amor e de Ódio – Donna Marchetti – Faro Editorial
(Hate mail – 2024)
Personagens: Naomi Light e Luca Pichles
Um programa de correspondência entre alunos da 5ª série de escolas de Okhaloma e Califórnia foi o primeiro contato entre Naomi e Luca. Não eram cartas regulares, mas repleta de palavras cruéis, gerando uma espécie de competição onde eles tentavam superar os outros. Agora, adulta, depois de um tempo de silêncio e cartas devolvidas, Naomi recebe uma carta na emissora onde trabalhava. É o pontapé para solucionar um mistério: finalmente encontrar o “cartinimigo” pessoalmente.
“Cartinimigo”
Este é a forma como Anne define a situação entre Luca e Naomi ao ler a carta que ela recebeu na emissora. A garota do tempo costumava receber mensagens e era estranho que ela não se assustasse com uma carta tão agressiva e sem endereço de remetente. Naomi contou a história e a amiga a incentivou a ir atrás de desfazer o mistério.
Enquanto a investigação delas anda, Naomi está às voltas com o vizinho barulhento e lindo do andar de cima – apelidado por Anne de Olhos de Husky – que a convida para sair e ela ainda está em dúvida. Porque não se sentiria confortável estando com Jake ainda pensando em Luca.
Contraponto
A narrativa é dividida entre Naomi e Luca. A visão de Naomi nos apresenta ela atualmente, buscando pelo garoto com quem se correspondeu ao longo de diferentes momentos da vida.
A visão de Luca vem na cronologia inversa: mostra a evolução dele, do menino que não queria se corresponder, aos problemas que enfrentou e que impactaram diretamente nas cartas.
Como os capítulos são intercalados, a gente ganha o outro lado das cartas de Luca logo em seguida à evolução das lembranças de Naomi. Enquanto ela está à procura dele, a gente descobre o contexto que o levou a escrever certas coisas que criaram os maiores laços e as maiores barreiras entre eles.
Afinal de contas, por não saber que as palavras no papel queriam dizer o que realmente estava escrito, sem informações extras das entrelinhas, eles tomaram decisões que repercutiriam anos depois. Os traumas e as desconfianças também fazem desta história.
Bate-e-volta
A investigação de Naomi e Anne avança aos tropicões, com mais derrotas que vitórias. As cartas continuam chegando, sendo provocativas e instigantes. E ainda há as conversas inoportunas no trabalho que fazem Naomi repensar o que viveu e questionar a si mesma várias vezes
Ao mesmo tempo, avança a amizade com Jake, com direito a medo de elevador, a beijos, visitas ao aquário de Miami, comparecimento a adoções de animais, encontros inusitados e vizinhos abelhudos.
A história é engraçada, divertida, tem personagens carismáticos, flerta com o óbvio para mostrar que nem sempre é algo claro para todo mundo. Reitera o impacto que podemos criar na vida de alguém mesmo sem conhecer fisicamente. Ao usar e abusar de cartas em um mundo tecnológico reitera o peso que as palavras têm para despertar amor, ódio, empatia ou criar confusão. E depois os envolvidos que lutem para desfazer a bagunça que aprontaram.
E só por citar gatinhos e cachorrinhos lindos e fofos já tem meu apreço.
– Links: site da autora; site da Faro Editorial; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.
Arrivederci!!!
Beta