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O pior padrinho da noiva – Mia Sosa – Cap. 1965


Ciao!

Disponível na Amazon

“Tudo o que vc me disse ontem a noite faz sentido, M. Graças a vc, agora consigo enxergar a verdade. Não posso me casar com Lina. Preciso q vc dê a notícia. Não se preocupe, ela vai lidar com classe. Vou desaparecer por alguns dias enquanto coloco a cabeça no lugar. Avise nossos pais que ligo para eles em breve”.

Às vezes, o livramento é parcial e a gente precisa lidar com coisas mal resolvidas do passado para seguir em frente livres, leves e prontos para outras histórias.

Este é o desafio da Lina.

O pior padrinho da noiva – Mia Sosa – Harlequin
(The worst best man – 2020)
Personagens: Carolina “Lina” Santos e Max e Andrew

Carolina Santos precisa de uma garantia de dias melhores para a “Pingo nos Sins”, a empresa dela de organização de casamentos. E pode conseguir isso se for contratada como a organizadora oficial da Rede de Hotéis Cartwright. Mas, no meio do caminho, ela vai reencontrar os irmãos Andrew e Max – respectivamente, o ex-noivo e o padrinho que o convenceu a não se casar. Agora, em prol de atingir o objetivo, precisa trabalhar ao lado de Max e contra o ex para provar que é a melhor opção. O ideal seria fazer isso sem remexer no passado, mas nem sempre a gente tem tudo o que quer na vida.

Torta de climão à la Tumbalacatumba

Há momentos e pessoas que a gente quer deixar para trás, mas enquanto não tem um desfecho, a vida não deixa. A Lina pensou que o fato de ter sido abandonada no altar por Andrew já era uma memória fechada e catalogada, até descobrir que o convite que pode realizar os sonhos profissionais dela vem com os irmãos na caçamba.

E como ela foi surpreendida pelo reencontro, fingiu que não os conhecia. O que levou a uma situação delicada com Rebecca Cartwright e os levou a seguir em frente. Ela escolheu fazer dupla com Max deixando claro que ele seria apenas “para constar” e que faria tudo sozinha.

O reencontro também foi uma surpresa para Max e Andrew. Eles não sabiam de Lina desde o fatídico casamento falido – que o primeiro teve que dar a cara a tapa pelo segundo, que deu no pé. Eles foram incumbidos de conseguir a conta dos Hoteis Cartwright para a empresa da família – e como se não bastasse os problemas internos, enfrentar Lina não seria fácil.

As dificuldades de ser mulher

Lina é a primeira geração que nasceu nos Estados Unidos formada por integrantes da mesma família que emigraram do Brasil para Washington. E é uma família de essência brasileira: barulhenta, adepta à culinária, onde todos interferem na vida uns dos outros, cada qual a sua maneira.

Lina se tornou conhecida por não ser uma pessoa “receptiva”. Ela mantinha os sentimentos sob controle porque não considerava adequado ser uma profissional e agir como a melhor amiga das clientes. Era a ótica de trabalho: focar em oferecer o melhor e mais inesquecível dia, resolver todos os problemas que aparecerem (e, pode crer, a criatividade para encrenca transcende nessas horas)

Então ela sente que está em dívida com as mulheres corajosas que deixaram o país natal para trás, para dar melhor condição de vida para a geração seguinte. Ela sente que nunca está aos pés de tudo que eles fizeram. E o casamento falido contribuiu para reforçar a sensação de que ela não era suficiente.

Por isso, o emprego era tão importante para ela. Representaria que ela não fracassou e que estava à altura das matriarcas da família.

No mundo atual, é algo que a gente se identifica: a sobrecarga de responsabilidades, a pressão em ser sempre perfeita e impecável, em se impor sem ser ameaçadora para ninguém ao redor. E acrescente neste caldeirão o fato de Lina ser negra – há um momento em que ela explica isso muito melhor que eu poderia falar aqui.

Ou seja, não tem saúde mental que sobreviva neste rolo compressor nem nos livros nem fora deles.

Resolvendo o passado

Claro que vai haver atração entre Lina e Max – que vai crescendo sempre que eles se encontram, porque é um campeonato de disputa de implicâncias e a gente torce para ver qual vai ser a próxima etapa.

Claro que a história evolui, porque eles vão perceber que, para conseguir o objetivo, terão que trabalhar em equipe. No aprendizado para entender e acertar os gostos de Rebecca Cartwright, eles são forçados a conviverem, inclusive em ambientes completamente inesperados. Isso contribui para Lina ver Max além do ranço e Max tentar se desculpar pelo envolvimento no casamento que deu errado.

Não é passe de mágica, até porque eles são apenas duas partes da história – que envolve uma terceira pessoa, que não é tão cooperativa assim – Andrew – e que é um estorvo para ambos. E a gente só torce para ele quebrar logo a cara, porque gente assim não merece ser feliz. Nem que seja apenas na ficção, já que na vida real nem sempre isso acontece.

É uma leitura gostosa, repleta de brasilidade sem ser forçada, com algumas menções que aquecem o nosso coração – seja pela culinária, pela família afetiva, pelo jeitinho direto ao ponto, por comprarem as brigas. É legal ver amor de pessoas imperfeitas se tornando palavras e despertando sentimentos em quem tem momentos semelhantes na vida.

Ah, Mia Sosa, se você já não tivesse ganhado meu coração com uma comédia romântica do jeito que eu gosto, eu teria me rendido de vez na menção ao Carnaval. Aquele momento da Lina foi lindo demais e eu entendi perfeitamente o sentimento dela.

E sim, já estou providenciando A destruidora de casamentos, porque sou uma pessoa curiosa.

– Links: redes sociais da Mia Sosa; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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