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De repente, pai – Michelle Reid – Cap. 256

Ciao!

Este livro já apareceu em dois posts aqui – Italianos e livros da Michelle Reid.  E em mais um daqueles lapsos que comprovam que eu preciso definitivamente aumentar a dieta de coisas boas para a memória, não tinha um post próprio.

Por ser um daqueles livros que sempre gera polêmica – Renan e eu já conversamos sobre ele – optei por uma releitura e uma turbinada nos comentários – e com alguns spoilers.De repente, pai – Michelle Reid – Sabrina 979
(Gold ring of betrayal – 1996 – Mills & Boon)
personagens: Sara e Nicolas Santino

Uma traição separou Nic de Sara. Ele a mandou de volta para Londres e não acreditou quando ela disse que era inocente e muito menos que a pequena Lia era filha deles. Apesar da convicção, quando a menina foi sequestrada três anos depois, ele veio ao socorro de Sara – era o único que poderia recuperá-la viva. O reencontro forçou uma série de confrontos que levaram no retorno da família quebrada para a Sicília. Sara tinha que enfrentar a desconfiança de Nic, as péssimas lembranças dos piores momentos do casamento e um sogro disposto a tudo para tirá-la do caminho… Como convencer o marido de que falava a verdade? Será que ela estaria disposta a perdoá-lo por tanto sofrimento se isso acontecesse?

Comentários:

– Michelle Reid escreveu uma história delicada e forte sobre um tema sofrido e triste. Confesso que, quando li a primeira vez, fui até o final, sem interromper.

– É uma história de redenção – vingador quebra feio a cara, com consequências que não podem ser reparadas, apesar de eu considerar o perdão ao justiceiro sem noção muito rápido para meu gosto escorpiano.

– Em ordem cronológica: Sara e Nicolas se casaram, mas o pai dele faz o impossível para deixar claro que ela não é bem vinda nem digna de ser uma Santino. Tanto insiste que consegue: forja uma situação comprometedora e faz Nicolas acreditar que era traído. Para proteger o orgulho siciliano, ele a exilou em Londres, onde nasceu a pequena Lia, para ele, a comprovação da traição.

– A história começa dois anos após o nascimento de Lia, quando a menina é sequestrada, em Londres. Nicolas foi chamado, porque só ele poderia recuperar a garotinha em segurança. A convivência forçada enquanto esperavam por notícias traz à tona a paixão entre eles e também as rusgas: a traição que ele acredita que ela cometeu e a falta de confiança que ela lamenta…

– Quando Lia é salva, Nicolas decide, sem espaço para contestação, levá-las para Catania, na Sicília. Sara só reencontra lá a filha, na casa de onde ela havia sido expulsa, grávida, três anos antes e de uma forma chocante e inesperada: Lia estava no colo do avô, o homem maquiavélico responsável pelo seu sofrimento e exílio.

– Para piorar, Nicolas informa que é ali onde elas ficarão, onde ele poderia garantir a segurança. E eles não resistem à paixão de novo (em Londres, Sara o lembrou de não duvidar desta vez caso ela ficasse grávida), Nicolas usa truques baixos (como instruir a babá a não chamar Sara quando Lia tivesse um pesadelo e embarcar na insinuação do pai de que ele tinha uma amante).

– Em nenhum momento ele pensa que a traição pode não ter acontecido até a hora da revelação (que infelizmente a autora não compartilha essa cena com os leitores, apenas as consequências dela).

– Sejamos sinceros, o fato é que Nicolas em nenhum momento se mostrou digno do amor e da devoção de Sara e de ser o pai da Lia. A cena da pedrinha é um “quase” – ele sofre para chamá-la pelo nome, sugere a reconciliação para logo em seguida quase esquecer a garotinha na praia: ele quer Sara, mas não quer a criança.

– Em mais da metade do livro, ele faz o possível para ignorá-la, não entende a dor da mãe com o sofrimento do sequestro e ainda disputa espaço e a atenção de Sara com a menina! (sim, e se trata de um homem ADULTO).

– A verdade só vem à tona porque Lia adoece gravemente, Alfredo fica com remorso (duplo, porque além de feito o filho renegar a neta, ele a expôs à doença, sem querer).

– E aí veio a reação que abrandou a minha vontade escorpiana de quebrar o pescocinho dele (seria mais divertido mantê-lo vivo e torturá-lo): Nicolas desmontou em um choro compulsivo no hospital, ao lado da cama da filha.

– Outro lapso da autora, poderia ter colocado o que se passava na cabeça dele. Ok, bem que eu queria que fosse mesmo um blablabla arrependido, mas Nicolas é siciliano, arrogante, então, provavelmente, o cérebro dele só estaria martelando um “não é possível que eu tenha errado”.

– Aí para concorrer a um cargo de destaque no anuário das “Santas que abalaram o mundo”, Sara evita que ele se martirize, o perdoa, o incentiva a perdoar o pai dizendo que essa era a forma daquela família recomeçar.

– Ah, Sara, desculpa, mas qual é??? O cara não te ajuda a se adaptar a um país estrangeiro, não confia em você, te expulsa de casa, renega a sua filha, te pune por três anos por uma traição que não aconteceu, salva a criança por obrigação (para manter o nome e a honra da família), é incapaz de dizer o nome de Lia (Rosália, mesmo nome da mãe dele) e imagina se o pior ocorre quando ela adoeceu?

– E ela o perdoa como se nada tivesse acontecido! Caramba, ela quer mesmo ir a jato para o céu com direito a nuvem VIP.

– Em resumo, eu não confiaria em um homem que se achava o “senhor do destino” e só era uma marionete nas mãos do pai egoísta (de quem, aliás, ele herdou um monte de características, especialmente as ruins). Ele teria que me provar que era mesmo um homem de verdade e eu sou desconfiada até o limite da impossibilidade. Mas por isso a alma gêmea dele é Sara, a santa.

– Só espero que se ela escrever a história “De repente, pai vira avô” Nicolas tenha aprendido a tratar Sara como uma rainha e quando Lia chegar à fase da aborrecência extrema (aquela que você fica em dúvida se manda para um internato em Tonga ou para o rally Paris-Dakar sem carro, moto ou qualquer outro veículo) pelo menos jogue uma vez na cara dele que ela tem todo o direito de ser traumatizada já que foi rejeitada quando ainda estava na barriga da mãe… só então, Sara, a Santa que realmente veio para abalar o mundo, entra em cena e remenda as feridas com a arte do perdão…

Arrivederci!!!

Beta

14 Comentários

  1. Lidy

    Lembro que li esse e não gostei. Aliás, li nada, fiz uma leitura muito descarada porque os personagens estavam me dando nos nervos. Odeio mocinhas burras e mocinhos alienados que acham que dormir com outra é a ofensa-mor… quando esse pode ser o mais puro lado de sua personalidade. tsc tsc tsc

  2. Beta

    Na verdade, o que eu gostei no livro foi que, apesar da mocinha ser uma abnegada, a vida seria sempre triste com o herói durão, afinal de contas, ele perdeu a gestação e todos aqueles momentos fofos de bebês – PORQUE QUIS! Ele sempre olhará a Lia e pensará em tudo o que ele não viveu porque assim decidiu.

  3. Lilith

    Eu gostei mais dos seus comentários…Me divertir pacas.

    Odeio mocinhas tapadas e homens que se acham. Quando eu estiver em um momento masoquista quem saiba eu leia…
    bjs

  4. Lidy

    Beta, entendo. Mas é isso que dá ódio. O cidadão chega, acha que ninguém erra – quer dizer, ela o trai e ele, do alto de uma atitude mesquinha, acha que pode fazer o mesmo. Afe, não aguento isso.

    Mas eu queria saber a reação da Lia quando crescesse e descobrisse que tem um gene dominante pra burrice. hehehehe

  5. Renan

    Lidy, por mais que eu deteste Nicolas (e boa parte dos personagens de Michelle Reid) tenho de ser justo com ele: ele não traiu Sara. Apenas deixou que ela pensasse isso! Mas tenho dúvidas se eu perdoaria meu pai (o dele) se tivesse feito coisa semelhante. O mais provável é que eu o fizesse sofrer com o meu desprezo por pelo menos uns dez anos… Aliás, deveria ter uma passagem de tempo mostrando uma conversa dos dois e só então o velho ser perdoado.

  6. Lidy

    Renan, eu entendo esse ponto, mas Nicholas deixou Sara pensar que ele fazia com ela o mesmo que ele achava que ela fez – que complicação. Só isso seria motivo suficiente para ela dar um pé na bunda orgulhosa dele e mandá-lo ir pastar.

    Não sei bem se eu perdoaria o pai. O velho só confessou o que fez quando viu que a menina estava morrendo. Se não fosse isso, o livro seria aquela ladainha até o fim.

  7. Renan

    E tenho de ser justo com Nicolas em pelo menos um ponto: por mais errado que tenha sido, pelo menos ele assumiu o que fez e não tentou justificar seus atos, ao contrário de outros "mocinhos" (os de Penny Jordan, por exemplo, eventualmente dizem: Perdoe-me por ter feito o que fiz e ter caído do pedestal em que você me colocou, mas sou um homem comum, com defeitos). Aliás, percebe-se que ele ficou chocado com a atitude de Sara, pois aparentemente ele mesmo achava que suas atitudes e as do pai não mereciam perdão. E também tenho de reconhecer que ele já demonstrava algum carinho por Sara um pouco antes do incidente revelador. Não que eu tenha mudado de idéia sobre ele: apenas quero ser justo.

  8. Beta

    Lilith

    Eu tb odeio mocinhas tapadas e homens que se acham, mas o castigo para o onipotente aqui foi bom demais – ele jogou fora o tempo com a filha por causa do orgulho e isso nunca poderia ser recuperado.

    "Eu gostei mais dos seus comentários…Me divertir pacas."
    Obrigada 😀 Eu me esforço para fazer o melhor possível para agradar aos visitantes do LdM!

    Volte sempre e deixe comentários!

  9. Beta

    Ciao, Jê!

    Espero que você encontre o livro e volte aqui para dar sua opinião!

    Visitei o seu blog, muito legal! Adoro rosas, minhas flores favoritas! 🙂

    Bacci!

    Beta

  10. Beta

    Ciao, Lidy:

    Nem me lembre em "livros que dão ódio" – quando penso que completei minha cota, sempre encontro outro! É incrível a quantidade de homens que acham que eles podem tudo, mas as mulheres não. Qual é? Ninguém merece, acho que é por isso que pessoas enfezadas como eu não arrumam namorado XD XD XD

    Eu acho que daria uma excelente história a continuação deste livro. A Lia como uma adolescente da pá virada pra compensar a bondade excessiva da mãe, que perdoa tudo e todos 😀

  11. Lu

    hahahah, morri de rir com o comentario e concordo com vc, o mocinho tinha que sofre muito mais, por muito mais tempo..
    Tbem gostei da leitura apesar de achar a mocinha muito boazinha pro meu gosto, se ela fosse um pouquinho malvada a história seria melhor, xD.

  12. Mima

    Provavelmente não vá ler o livro – atingi minha cota anual de mocinhos que mereciam ser escaldados vivos e postos, imediatamente depois, em uma banheira cheia de gelo -., mas tenho que dizer que amei sua resenha.
    Ri bastante! E olha que depois do dia que tive hoje jurei que seria impossível.
    Obrigada.

  13. Beatriz

    Amei, amei esse livro, um romance super completo, delicioso de ler, chorei, me identifiquei e sofri com os personagens, emocionante do início ao fim… o casal se amava muito e sofreu anos por culpa de terceiros. O mocinho foi simplesmente apaixonante, lindo, aceitou a esposa e a filha de volta mesmo acreditando que ela tinha sido infiel e que a criança era do suposto amante… RECOMENDADÍSSIMO!

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