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Um brinde aos que vão morrer – Tuca Hasserman – Cap. 1105

Ciao!!!

A autora Tuca Hassermann disponibilizou para algumas blogueiras o novo livro dela “Um brinde aos que vão morrer”. É
totalmente diferente do outro livro que li dela, O Príncipe e a Plebeia.
Em tempo de personagens femininas dominantes, será difícil permanecer indiferente à Quilly Jensen.
Um brinde aos que vão morrer – Tuca Hasserman
(2015 – Amazon)
Personagens: a saga de Quilônia Jensen para conseguir marido rico
Filha de mãe mineira, cristã devota, e pai americano, Quilônia Jensen tinha uma meta na vida: ser a esposa de um homem rico. Trabalhando em um escritório de advocacia, encontrou o homem perfeito: o chefe Jorge Azevedo. Havia alguns contratempos a serem resolvidos: ele era casado e já tinha uma amante. Na escalada de um plano bem sucedido, ela mostra inteligência, frieza, habilidade para manipular as situações a seu favor. No entanto, ao conseguir o que deseja, nem mesmo a esperta Quilly estaria preparada para tudo o que teria que enfrentar. 
Comentários:
– É um romance policial, narrado em primeira pessoa por personagens variados. Ao invés de um narrador onipresente e onisciente, a autora nos coloca na mente do personagem para entender suas ações, reações e sentimentos. Sob este ponto de vista, funciona bem, porque alguns personagens interpretam conforme seus interesses e quem lê sabe as motivações de cada um. No entanto, algumas transições entre os personagens não ficaram claras. Em vários momentos me vi lendo pensando que era uma pessoa e era outra.
– Quilly é uma anti-heroína. Porque está longe do padrão de protagonista feminina majoritariamente encontrado por aí: a moça de boas intenções que enfrentará uma jornada de dificuldades, obstáculos, rivais para alcançar o objetivo (Sucesso? Casamento? Riqueza?). Quilly tem uma meta: casar com um homem muito rico e levar vida de madame. Ela mantém a coerência de um código de conduta próprio e é direta em sua narrativa, além da forma como lida com os demais personagens – o que pode soar cruel, seco, manipuladora, ambiciosa.
No entanto, ela foge daquilo representado pela amiga Fabíola: a moça de família cristã que fez tudo conforme o figurino, se casou com o namorado, teve filho, mas leva uma vida normal, sem o glamour que Quilly garante que terá.
E nesta jornada, acompanhamos como uma mente extremamente observadora e inteligente consegue aproveitar o melhor de cada situação e a previsibilidade das demais pessoas para atingir seus objetivos. Ao mesmo tempo, percebemos como o ressentimento e a amargura podem explodir e dar vazão à violência. Porque, ao conseguir enganar, passa a crer que pode tirar qualquer coisa – e pessoa – do caminho. E muitas
vezes, este tipo de personalidade nem sempre é fácil de detectar a tempo de impedir. Só que, como não existe crime perfeito, há espaço para que seja feita justiça, trasvestida de vingança.
Não sei se é um livro que vai agradar a todos os públicos, justamente pela protagonista que vive sob um código moral próprio e destoante do que a gente vê por aí “na sociedade”. Se fosse homem, seria visto como “natural”. Por ser mulher, causa o estranhamento. No entanto, mesmo as pessoas que tem certeza de que melhor se conhecem, podem se surpreender – e causar surpresas – com as suas atitudes. E
pena que não posso falar mais, porque não quero dar spoilers. Vocês ficam convidados a ler e tirar suas próprias conclusões.
Arrivederci!!!
Beta

1 Comentário

  1. Sil de Polaris

    Divar é uma coisa, mas ser inescrupulosa é uma coisa muito diferente ! Essa mulher não cativou minha simpatia, ainda que essa personagem tenha aproveitado circunstâncias e pessoas que surgiram simplesmente. Oh, manipuladora !

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