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Cap. 1476 – Sol em Júpiter – Lola Salgado

Ciao!

Ah,
uma escorpiana em crise quando a vida sai do controle.
Compreendo
perfeitamente.
A
diferença é que não encontrei nenhum Júpiter – nem nenhum outro planeta do
sistema solar, Plutão incluído (já que ele é o regente do meu signo) – para me
ajudar. Seria bom ter um apoio para dar folga aos rapazes do Il Volo!
Sol em Júpiter – Lola
Salgado – Harlequin
(2018)
Personagens:
Sol Leão, André Carranza e Júpiter
A vida
da youtuber Sol Leão parecia perfeita nas fotos do Instagram ou nos vídeos do
Youtube: com 6 milhões de seguidores, o corpo bonito, morando de frente para o
mar e ter encontrado o noivo perfeito em André, também youtuber. Só que na vida
real ela enfrentava dúvidas e lidava com a insegurança, não aproveitava tanto a
vida quanto divulgava e estava remoendo uma série de eventos desafortunados que
incluiu um flagrante de um estranho em situação constrangedora… E quando as
coisas começam a desandar, Sol vai descobrir o que é real e importante na
própria vida.
Comentários:
– Eu
costumo gostar de livros de pessoas enfrentando perrengues em série,
especialmente quando costurados com humor, porque, bem, me ajuda a encarar os
meus perrengues. Confesso que não sou o ser humano mais atento à rotina de
youtubers, mas achei interessante a autora usar a protagonista para discutir a
confusão causada entre real e “real-virtual”.
– Com
a explosão das redes sociais, o fenômeno da “grama do vizinho é sempre mais
verde” piorou. As pessoas encontraram formas de expor a própria rotina e nem
sempre o que está nas imagens compreende à real situação enfrentada por elas. E
isso causa resposta nos outros – seja os que se identificam ou os que odeiam,
em alguns casos, o simples fato da pessoa existir. Regra básica para quem
trabalha com internet: nunca leia os comentários. Muitas vezes, você vai
encontrar o pior do ser humano (sério, eu fico me perguntando como alguém é
capaz de encontrar tempo livre para escrever absurdos nos comentários. Não é
possível que eles não tenham algo de produtivo para fazer).

Enfim, a Sol vai se confrontar com isso quando iniciar uma maré de “eventos
desafortunados” que a fazem questionar a vida que ela leva, a que aparenta levar
e o noivado com André, outro youtuber, um homem lindo, aparentemente perfeito,
mas que gosta de falar de si próprio e parece ser incapaz de escutar e
compartilhar os problemas dela. Em que momento o meio que ela encontrou de expressar
suas dores e a ajudar a viver fez com que ela se tornasse alguém que aparentemente vivia?
– Aí
ela conhece Júpiter, que tem uma vida totalmente diferente dela. Outros
problemas e outras metas. Só sabia que ela era a garota com quem se encontrou
duas vezes em situações a) constrangedora e b) inesperada. Há uma química imediata
entre os dois, que sabem que não podem ser mais que amigos. Através de Júpiter,
Sol começa a lembrar o quanto de bom tem no que faz e, por tabela, o quanto
está deixando de fazer por uma vida que não é a dela.
– Não
vai ser um caminho fácil. Haverá decepções, julgamentos, preconceitos e traumas
a serem enfrentados. Podem acreditar numa coisa: nunca queiram, em hipótese
nenhuma, saber o que é sofrer um ataque de pânico e ansiedade. Não é legal, não
é divertido, não é frescura, não é piti, nem falta de fé (seja qual for) em
Deus. Então se encontrarem alguém nesta situação, ofereçam sua empatia e ajudem
sem julgar, ok?  E se quem estiver lendo
este texto, estiver passando por isso, busque ajuda especializada. Não é
fraqueza. É necessidade. Tem tratamento para te ajudar a superar os dias mais
difíceis rumo aos melhores, ok?

Confesso que não esperava tanta coisa neste livro. Gostei dos dois
protagonistas – a escorpiana descompensada e do rapaz com vida real demais para
enfrentar e sonhos que não sabia se podia realizar. Gostei de acontecer em
Florianópolis, um cenário diferente dos habituais na literatura nacional. Gostei
de ter esta mensagem para a gente aprender a valorizar nosso melhor e saber que
não existe ninguém perfeito dentro ou fora das redes sociais. E buscar aproveitar
cada dia da própria vida com o que ela oferece de melhor.
Bacci!!!
Beta

1 Comentário

  1. Luna

    Beta, fico feliz que tenha gostado tanto da história! O que, infelizmente, não se passou comigo.rsrs Eu amei o Júpiter e por ele o livro valeu a pena. Leria de novo apenas por ele, embora a autora não tenha dado ao personagem o destaque necessário. Todavia, achei a Sol extremamente superficial. Ela não me transmitiu a verdade dos seus sentimentos, não fez com que eu acreditasse nela. Duvidei até mesmo do seu amor pelo Júpiter.

    E a autora não explorou a síndrome do pânico e a ansiedade de uma forma que compensasse jogar tais temas no livro. São assuntos sérios. Eu convivo com a ansiedade e sei como cada dia é difícil e a forma como os livros me dão um escape, um alívio. Já "tive" síndrome do pânico (graças a Deus a última crise aconteceu no primeiro ano do blog e de lá para cá consigo me manter sob o controle, ao ponto de acreditar que estou livre desse problema). Quando falou da cena de bullying eu me comovi, mas foi só. Não deu para me identificar com a personagem ou dizer que ela representava as pessoas que sofrerem de síndrome do pânico/ansiedade. Enfim… Eu não fui muito com a cara da Sol, como você pode ver.kkkkkkk…

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