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Um sonho de férias – Christina Lauren – Cap. 1952

Ciao!

Disponível na Amazon

– Estou vendo você aí pensativa, Mae, e quero que saiba que não é a sua obrigação fazer com que todo mundo fique feliz no ano que vem nem garantir que a mudança seja tranquila.

Então, nunca é possível agradar todo mundo. Sempre alguém se sentirá incompleto. Maelyn sofre com uma responsabilidade autoinfligida de querer todo mundo feliz. E ela estava convicta de que o Natal tradicional no chalé era fundamental para isso.

Até que tudo mudou, ela não soube lidar e se complicou ainda mais.

Um sonho de férias – Christina Lauren – Faro Editorial
(In a Holidaze – 2020)
Personagens: Maelyn Jones e o looping temporal

Após passar o que parecia ser o último Natal no chalé que reunia as famílias amigas Jones e Hollis, e tudo dar errado, Maelyn faz um pedido desesperado ao universo. E não é que alguma força superior resolveu atender? Agora ela se viu presa em um looping temporal, retornando sempre ao dia 20 de setembro, sabendo o que poderia acontecer, mas sem a menor ideia de como quebrar o ciclo.

Dá para me mostrar o que vai me fazer feliz?

Tem coisa que a gente não pergunta e geralmente é por temer ou por não dar conta da resposta. Basta ver nos filmes, séries, novelas e às vezes na vida real: quando você solta um “não pode ficar pior que isso!”, é óbvio que alguma coisa a mais vai ampliar a confusão.

Maelyn não se deu conta de que fez uma pergunta na mesma linha. Em meio à tristeza, à angústia e às preocupações das decisões que tomou na reta final de semana no chalé e a notícia-bomba de que o imóvel seria vendido, pediu ao universo para mostrar o que a faria feliz.

Pedido concedido – de uma forma um tanto chocante. Maelyn se viu de volta no tempo, no dia 20, no avião, a caminho do chalé com os pais e o irmão. Para eles, ela acordou assustada de um pesadelo. E ela pensou estar em um, afinal de contas estava em outro contexto e, de repente, tudo recomeçou sem explicação.

“ – Vai ficar tudo bem. As coisas sempre parecem piores vendo de dentro”

O que fazer quando você se torna uma viajante do tempo?

A partir daí, Maelyn vive uma sequência estranha e esquisita, um déjà vu sem fim. A gente pode imaginar como é rever coisas acontecerem na sua frente, sem saber se deve ou não interferir. Ela encontra apoio em Benny, o amigo das duas famílias que se reuniam no chalé, para tentar lidar com esta situação.

“- Você adora vir para cá, você ama cada um de nós do jeito que somos é a pessoa mais generosa e menos crítica que conheço.

Maelyn se vê pisando em ovos para não antecipar o que já sabe sem ter ideia do que irá acontecer. E com a convicção de não repetir o erro de ficar com Theo (culpa da bebida!), quando sempre foi apaixonada pelo irmão mais velho dele, Andrew. Antes ela nunca teve coragem de se declarar, por ter certeza de que ele a via como uma irmã postiça mais nova. Agora, presa em um lapso temporal onde ela tem informações privilegiadas, o que custa tentar?

Até que, entre erros e acertos, ela engrena um caminho. E mesmo sob o medo constante de recomeçar a jornada no tempo, ela faz escolhas e mudanças de atitude que pode levá-la a um desfecho. Só temia ainda que o passado que apenas ela se lembrava pudesse colocar tudo a perder.

O “Dia da Marmota” de Maelyn

“Ninguém pode ser feliz o tempo todo. O que vai acontecer quando eu não estiver?”

Quando vi a premissa do livro, me lembrei deste filme – Feitiço do Tempo, onde o protagonista passa a viver repetidamente o dia 2 de fevereiro, o “Dia da Marmota”. É uma tradição em uma cidade da Pensilvânia onde o comportamento de uma marmota nesta data é considerado a resposta se o inverno vai durar mais seis semanas ou não.

Eu já comentei algumas vezes que fiquei com esta sensação durante a pandemia. Em especial, durante aquele período de maior restrição. E você vai ler algo sobre isso na nota das autoras – então você vai ver que a gente não precisa viajar no tempo para se sentir perdido nele.

No meu caso, durante a pandemia, os dias se repetiam e na maioria deles eu permaneci dentro de casa, por mim e pela minha mãe, porque tive a bênção de estar em um trabalho remoto. E a minha noção de tempo mudou muito depois deste período. Coisas que eu pensava terem sido dois anos atrás, ocorreram há quatro ou cinco anos e eu não percebi. O tempo é algo extremamente complexo, queira olhar pelo campo da ciência, da filosofia, da religião, etc.

Por isso, em vários momentos, o “dia da marmota” de Maelyn é angustiante pra gente, porque podemos ter uma noção de como é estar em um momento da vida onde você não tem a menor noção do que fazer, porque, mais do que nunca, a sua vida não está 100% sob seu controle em nenhuma hipótese.

Vale a pena ver Maelyn lidando com o pedido realizado e descobrindo o caminho para seguir com a própria vida da forma mais feliz possível.

– Links: site da autora; site da editora; Skoob; mais dela no Literatura de Mulherzinha.

Arrivederci!!!

Beta

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